É vulgar ouvir-se dizer que o povo está desmotivado, que não se interessa em pensar nos verdadeiros problemas do País e que no momento do voto, ou se abstém ou vota em obediência aos slogans do partido com que simpatiza, sem pensar nos programas apresentados, nem na viabilidade das promessas de campanha.
Mas surgem indícios de que este panorama está a mudar. Se é verdade que a mudança será lenta e os resultados demorados, não deixa de ser um bom sinal a existência de vontade de mudar.
Hoje, o Diário de Notícias traz o artigo «Bases do PS querem mais ‘debate de ideias’» Segundo ele, em Grândola, à semelhança do que tem acontecido noutros pontos do País, os militantes socialistas lamentaram a carência de "debate de ideias" existente no partido e dizem ser chegada a hora de o PS procurar "reforçar o seu ideário". Segundo eles, há "alguma debilidade a este nível", faltando o tradicional debate "que está na génese deste partido", alertando para a importância de o PS voltar a "abrir-se à sociedade".
Segundo um dirigente, "as respostas imediatas que o mundo tem de dar aos grandes problemas secundarizam a concepção do ideário dos partidos". Ora, não se pretende um partido demasiado teórico e afastado dos grandes problemas que preocupam as populações, antes se torna necessária uma linha estratégica assente em valores definidos em debates de ideias largamente participados, tendo em vista os objectivos a atingir nos diversos sectores da actividade da sociedade.
Sem essa linha estratégica e um sistema de valores bem definido e estruturado numa interacção lógica e coerente, os problemas são resolvidos aos esticões, em zigue-zague, com avanços e recuos, de que resulta grande desperdício de recursos e atrasos impeditivos de um crescimento rápido. Parece um automobilista que numa viagem longa não previu o itinerário e, em cada cruzamento, pára, hesita e muitas vezes decide da pior forma.
Essa linha estratégica dará coerência às grandes e pequenas decisões dos diversos sectores da governação, em benefício do aumento de bem-estar da população e da boa imagem do Executivo. Evitam-se as contradições que têm existido e os recuos devidos às manifestações de descontentamento, que acabam por decisões pontuais discordantes de outras desinseridas do conjunto.
A Decisão do TEDH (394)
Há 52 minutos
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