quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Como se calcula a inflação?

Notícia de hoje diz que as taxas de portagens da rede de auto-estradas da Brisa vão aumentar 2,6% em 2008, meio ponto percentual acima da inflação prevista no Orçamento de Estado. Há dias eram os transportes, antes tinha sido a electricidade. Nas compras de supermercado, sente-se o aumento diariamente. Mas, para efeito de estabelecer o Salário Mínimo Nacional, ela foi fixada, como em anos anteriores, em valor mais baixo do que acaba por ser demonstrado pela realidade.

A inflação, tal como a maioria dos conceitos, pode ser definida com base em realidades interrelacionadas: aumento de preços, aumento do dinheiro em circulação, redução do poder de compra do dinheiro, etc.

A sua medida faz-se através do valor de um cabaz de compras previamente definido e do qual se exclui os produtos mais sujeitos a choques de custo como alimentos e energia. A previsão do seu valor, como todas as previsões, assenta em pressupostos teóricos que apenas dão os resultados esperados se vierem todos a concretizar-se como os estudos previam. Portanto, a previsão é muito falível e insegura para servir como base a decisões que afectem a vida da população em geral.

Daí que, perante os casos concretos sucessivamente repetidos ao longo dos anos, se seja levado a não dar muita credibilidade a tais previsões. E, vistas as coisas a posteriori, verifica-se que todas as previsões feitas com a intenção de reduzidos aumentos salariais, foram muito inferiores às realidades.

Ler: Portagens sobem mais que a inflação

5 comentários:

Compadre Alentejano disse...

Na minha terra havia um comerciante que tinha duas medidas de alqueire, uma para comprar e outra para vender. Claro está, que a da compra era maior que a da venda...
É como o "Sô Zé", tem uma previsão de 2,1% para aumento salarial e 2,6% para a previsão real da inflação...
São uns cromos...
Um abraço
Compadre Alentejano

Zé Povinho disse...

Dois pesos, duas medidas. A seriedade na política já não é uma virtude, e a mentira passou a ser uma virtude.
Nesta época de Natal, até nem apetece falar de semelhante gente.
Abraço do Zé

A. João Soares disse...

Caros Compadre e Zé,
Dois alqueires, duas medidas, ou em número ainda maior, conforme a ocasião.
Antigamente, isso era pecado de pessoas desonestas, hoje é virtude daqueles que deviam servir de exemplo à sociedade. E, infelizmente esses exemplos são seguidos com mais rapidez do se fossem bons..
Hoje a maior ofensa que se pode fazer a uma pessoa é chamar-lhe político! E já ninguém bem formado moralmente aceita a ideia de seguir tal actividade lesiva do País.
Abraços com votos de Feliz Natal
A. João Soares

Bernardo Kolbl disse...

Ainda se calcula?
Abraço.

A. João Soares disse...

Caro Bernardo Kolbi,
Penso que não se calcula. Apenas se fazem «previsões» caprichosas ao sabor das conveniências. Se fossem feitos cálculos, os erros não seriam tão frequentes.
Abraço e votos de Feliz Natal