Não se preocupem com os pensamentos dos outros; preocupem-se com os vossos pensamentos. São as vossas ideias que condicionam a vossa vida. Não quer dizer que elas tenham de ser originais, mas têm que ser conscientemente aceites e adoptadas por vós.
O maior mal do nosso País deriva de a maior parte das pessoas não pensar e esperar que os outros pensem por ela. Com efeito, cada um tem uma responsabilidade inalienável, tem que pensar e decidir, por si, sobre múltiplos aspectos da sua própria vida e da sociedade a que pertence.
Porém, os perigos espreitam a cada passo, porque passividade, o conformismo, o comodismo da grande maioria, corre o risco de ser explorado por uns quantos que se consideram detentores únicos da verdade e do bom senso indiscutíveis e pretendem impor-se aos outros. Procuram a massificação das mentes, usando a acção psicológica e a lavagem ao cérebro, mesmo que disso pouco compreendam, a que os mais débeis de espírito podem acabar por sucumbir. Não aceitam nem toleram a diferença e hostilizam com a maior desfaçatez qualquer visão dos factos que não coincida com a deles.
Não interessa em que sector social se localizem, porque em qualquer ponto onde pisem são socialmente perigosos. Temos que estar atentos e o mais esclarecidos possível, porque alguns não se evidenciam facilmente, cobrindo-se com uma capa de tolerantes, compreensivos, generosos e apoiantes dos diferentes. Mas apenas o são para algumas diferenças, sendo irredutíveis carrascos para quem tenha uma forma diferente de ver o mundo e de considerar todo o ser humano como pessoa, com igualdade de deveres e de direitos. A melhor defesa é estarmos esclarecidos e sabermos pensar pela nossa própria cabeça sem cairmos em qualquer conto de vigário vendido por vendedores de banha de cobra.
O almirante e o medo
Há 42 minutos
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