Tornou-se vulgar ouvir dizer que ter dinheiro significa ter poder. É uma verdade indiscutível sabendo nós que numa sociedade neoliberal como a que se está a criar, tudo gira em torno do dinheiro e do lucro.
Há quem diga que o neoliberalismo pode conviver com uma sociedade com princípios e ética, contudo a prática vem desmentindo essa tese.
A crise no maior banco privado do país veio trazer à baila a ambição e a hipocrisia que grassa no sistema político nacional. Durante meses as autoridades de supervisão nada disseram, como nada se estivesse a passar, até que alguém decidiu falar alto e lá se mexeu no assunto. A ocasião escolhida, a quadra do Natal, não terá sido apenas uma coincidência, para muitos entendidos, porque quase todos concordam que nesta época o assunto não toma proporções que afectem mais profundamente os negócios da instituição.
Se os problemas do BCP, são apenas assuntos de gestão, a intromissão dos políticos nesta matéria começam a mostrar o que se suspeitava, e dizia à boca pequena, que existe uma grande promiscuidade entre o poder económico e o poder político. A guerra de palavras, com acusações mútuas, entre o PS e o PSD, sobre as personalidades que irão ficar à frente dos destinos do BCP e da CGD, deixa à vista de todos a luta pelo poder e o modo como esta se processa. Nunca como agora, tinham ficado tão claros os métodos utilizados por quem dirige os nossos partidos políticos.
Transcrição do blog Zé Povinho http://pinderico.blogspot.com/
O almirante e o medo
Há 25 minutos
5 comentários:
A.João Soares...
preciso de saber a direcção correta deste site para o linkar no meu blogue.
Gostei. Identifico-me com ele.
Camilo,
Obrigado pelo seu interesse. Já inseri o endereço como comentário no seu blog «Broncas do Camilo» e já inseri aqui o link para o seu.
Abraço e Bom Ano 2008
Transcrevo o artigo de hoje do DN:
Nada como o humor para moralizar
http://dn.sapo.pt/2007/12/27/opiniao/nada_como_o_humor_para_moralizar.html
Ferreira Fernandes
Sobre o caso BCP já percebi tudo. E não foi lendo o Diário Económico. Foi cotejando o noticiário do escândalo com livros de humor. Nestes, encontrei as frases adequadas para me ilustrar.
Assim, quando me interrogava sobre o significado do retorno de Jardim Gonçalves ao banco, com as consequências dramáticas que isso lhe trouxe, li a explicação em Bernard Shaw: "A maneira mais certa de arruinar um homem que não sabe gerir dinheiro é dar-lhe mais."
Quando me espantei por gente ligada ao Opus Dei ficar calada quando o seu bom nome era posto em causa, encontrei a resposta em Maurice Baring: "Se queres saber como Deus despreza o dinheiro, basta ver para quem Ele o dá."
E quando me perdi com as histórias de dinheiro mandado para paraísos fiscais e que voltava para compras fictícias que aumentavam o valor das acções do banco, salvou-me a definição de Northcote Parkinson: "Certos balanços de empresa deviam estar nas estantes de ficção."
è preciso lutar e resistir, Camarada.
Bernardo Kolbi,
Sem dúvida! É preciso que cada um, todos, nos consciencializemos de que não podemos cruzar os braços. SE exigem o nosso voto, devemos estar devidamente esclarecidos do emprego a dar a essa nossa arma.
Abraço e votos de Bom Ano 2008
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