quarta-feira, 4 de julho de 2007

Socialistas pouco saudáveis !

São superabundantes as notícias do mal que grassa na estrutura da Saúde em Portugal, com a acção do ministro colocada em causa a cada passo. Têm muita razão os deputados do PS em não querer que ele seja ouvido no Parlamento. Para vergonha do partido do governo já basta!

Hoje o Jornal de Notícias traz mais elementos de tricas partidárias, em que se gastam as energias do País, sem resultados práticos. Estes políticos estão mais interessados nestas tricas do que no bom desempenho do serviço de saúde em benefício das pessoas doentes. Há uma qualidade de gente para quem os interesses do País nada contam perante as ambições de visibilidade de elementos do partido do poder que tudo fazem para chamar a si aquilo que tem «interesse». Perde-se a noção da dignidade, do respeito, da sensatez, da honra, etc. Como se pode respeitar uma tal estrutura social? Dizia um amigo que temos o dever de respeitar a cadeira do poder, mas o que fazer quando a pessoa que nela se senta não nos merece o mínimo respeito? E isto está muito generalizado, o que traduz uma situação muito crítica.

Vejamos alguns apontamentos do JN (para ler todo o artigo clique aqui)

Mais casos em Braga

"Além do caso de Vieira do Minho, há no distrito de Braga uma partidarização por parte do PS de nomeações para cargos públicos, nomeadamente directores de centros de saúde". A convicção é do deputado João Semedo, do BE, ao garantir que "estão a substituir-se profissionais competentes e com provas dadas por outros cujo currículo desaconselha a nomeação". E, por isso, o BE exige a "imediata exoneração" do coordenador da sub-região de saúde de Braga, Castro Freitas.

João Semedo referiu-se, em particular, ao do centro de saúde de Braga em que o anterior director, o médico José Manuel Carvalho foi "pressionado a demitir-se" por ter denunciado irregularidades na gestão anterior, da responsabilidade de militantes do PS.

"Como não se assustou com as pressões, acabou por ver a sua comissão de serviço não renovada e foi substituído por uma conhecida militante socialista, Helena Albuquerque Pardal, cujo currículo está manchado por gestão desastrosa no centro de saúde da Póvoa do Lanhoso", onde a inspecção-geral de Saúde, em 1999, concluiu ter havido irregularidades, entre as quais a danificação do livro de reclamações, "por indicação da directora".

Este caso já havia sido denunciado nas páginas do JN, no passado dia 9, e fora alvo de pedidos de esclarecimento ao Ministério da Saúde, assinado por parlamentares comunistas. Ainda ontem, Honório Novo, do PCP, lembrou que foi feita uma inspecção ao centro de saúde de Braga sem que tivesse sido divulgado o resultado. "Há anomalias perversamente mantidas na Sub-região de saúde de Braga". Palavras peremptórias do deputado do PCP.

PS/Braga contra-ataca

O BE denunciou igualmente outro caso verificado no hospital de Barcelos, onde o conselho de administração foi substituído com o fundamento de "discordar da política do Ministério da Saúde". "Em sua substituição foram colocados novos administradores socialistas (entre os quais se conta Lino Mesquita Machado, irmão do presidente da Câmara) que acumulam a administração do hospital de Barcelos com a do hospital de Braga", referiu.

Às acusações de Semedo reagiu o deputado socialista eleito por Braga, Ricardo Gonçalves, membro da comissão parlamentar de Saúde. Depois de acusar o bloquista de recorrer à "demagogia e à mentira" falou em nome da directora do centro de saúde (que se mostrou indisponível para o JN), ao anunciar que Helena Albuquerque Pardal "irá instaurar-lhe um processo".

Também ontem, o PSD requereu a audição da ex-directora do centro de saúde de Vieira do Minho e do ex-director do Hospital de S. João da Madeira para darem a sua versão dos factos que levaram ao seu "saneamento político". "Queremos ouvir os factos concretos pela própria voz das vítimas", justificou a deputada Regina Bastos, citada pela Lusa.

"A Inspecção-Geral considerou excelente o meu desempenho"

"O ambiente é péssimo" - o director afastado do Centro de Saúde de Braga, com sede no Carandá, não hesita em classificar assim o mal-estar interno, desde o seu afastamento "incompreensível". "Tudo isto acaba por reflectir-se na resposta dada às populações, como é lógico. As pessoas estão concentradas noutras coisas que não a Saúde", atira José Manuel Araújo, que, actualmente, continua a fazer o seu trabalho como médico no mesmo espaço, "com muito orgulho e muita honra". O anterior director, afastado do cargo no último dia da comissão de serviço, e substituído por Helena Albuquerque, continua a sentir-se "injustiçado". "Não foi uma demissão. Foi uma não recondução, sem motivo. Nunca esteve em causa a gestão ou a capacidade técnica. O relatório da Inspecção-Geral de Saúde revelou isso mesmo, um desempenho considerado excelente", advoga, salvaguardando que não milita por nenhum partido, pelo que é alheio a todas as movimentações impulsionadas por cores políticas. "Sobre as opiniões dos partidos não me pronuncio", continua. Convidado a tomar uma posição sobre as declarações do deputado socialista Ricardo Gonçalves, o médico é cáustico "O senhor deputado disse, na ocasião, que eu não cumpri as directivas do Governo. Isso é falso e já o convidei para vir dirimir os seus argumentos comigo", remata.

No Centro de Saúde de Braga, o ambiente continua de "cortar à faca". Uma descrição de fontes internas, que dão conta de diligências de protesto, por parte de administrativos, médicos e enfermeiros. Recentemente, no próprio site do Sindicato Independente dos Médicos, a passagem conturbada de Helena Albuquerque pelo Centro de Saúde da Póvoa de Lanhoso é recordada com acidez. A médica é mesmo chamada de "especialista em conflitos". "A Simédicos fica na dúvida se Correia de Campos nomeia Helena Albuquerque para que se desencadeie um furacão em Braga ou se, lendo o currículo, leu a versão da autoria da própria", diz a mesma fonte, colocando-se ao dispor para revelar o "verdadeiro currículo". Documento esse a que o JN teve acesso e que critica, ponto por ponto a sinopse. Apesar das tentativas, não foi possível ouvir a actual directora.

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