Seguem-se algumas reflexões acerca da globalização geradas pela leitura do artigo de Alberto Castro no JN de hoje. A globalização está aí para ficar, tudo nos trazendo uma visão global do mundo. As organizações supranacionais, na política como na economia, adquirem cada vez mais relevância. A concorrência nas indústrias, mesmo as culturais, não pode cingir-se ao ambiente próximo, tendo de olhar para todo o globo, onde se desenrola a competição pelo pódio.
O bairrismo, as capelinhas são travões à modernização e estão condenadas ao fracasso porque as tecnologias de informação e comunicação metem-nos em casa, pelo rádio a televisão ou o computador, o que se passa nos antípodas e nos recantos mais privados.
Num País pequeno, para sobreviver, temos de explorar as vantagens ao nosso alcance, não podendo aspirar ao primeiro lugar no pódio, há que procurar a afirmação no palco internacional, pela valorização dos recursos humanos, através do saber e do conhecimento. O ensino bem adaptado às necessidades estratégicas de desenvolvimento e afirmação na economia mundial, será a mola que terá de impulsionar a vida nacional.
Isto requer que os agentes económicos, culturais e políticos se consciencializem deste objectivo realista de longo prazo, criando, nos respectivos sectores, condições de aprendizagem, experimentação e vivência verdadeiramente cosmopolitas, recusando a visão paroquial e provinciana que se compraz com o pequeno triunfo caseiro. Há que eliminar as heranças do passado, o horror à concorrência e a recusa de abertura (orgulhosamente sós!) que são, provavelmente, das mais duradouras e perversas. A abertura e a cooperação com os parceiros trazem sinergias produtivas que pagam dividendos.
A ideia de raciocinar como se Portugal seja apenas Lisboa e como se a gente boa seja apenas a que pertence ao nosso partido é uma espada sobre o futuro que não permite a expansão da cultura e do desenvolvimento. As nomeações por critérios de partidarismo e de confiança em vez de serem por concurso público, dando iguais condições a todos para escolher os melhores, independentemente da paternidade ou das amizades de políticos, não são um rumo certo. Os concursos públicos em que é escolhido aquele que tiver melhores condições para o lugar, permitem que sejamos dirigidos, a todos os níveis, pelos melhores portugueses e não por critérios baseados no «local» de nascimento, como na monarquia.
A globalização obriga a olhar longe no espaço e no tempo, para fugir de limites apertados e planear um futuro positivo. Para isso, é indispensável enfatizar a importância dos factores de desenvolvimento ao alcance do País, sem a preocupação de colagem de soluções alheias que não se adaptam ao nosso caso concreto, principalmente, sem imitar soluções que não deram bons resultados.
A Decisão do TEDH (396)
Há 2 horas
1 comentário:
Pena não ter tempo para deixar algum contraditório...
Vim a correr só deixar um abraço de bom dia.
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