Um tema sempre actual, agora aplicado a um caso concreto. Este texto de José Ferrão foi extraído do seu blogue Ferrao.
A liberdade, é como a linguagem não verbal: tem o condão de revelar cada um por aquilo que realmente é, e não por aquilo que gostaria de transmitir aos outros.
A diferença, é que eu posso utilizar ou não a minha liberdade, conforme eu quiser, ao passo que a linguagem não verbal, essa transmite-se independentemente da minha vontade.
A liberdade que assiste ao primeiro ministro José Sócrates para utilizar um título académico na sua cerimónia de investidura no governo, é a mesma liberdade que assiste ao prof António Caldeira, para investigar publicamente a legitimidade desse mesmo título académico.
A utilização da liberdade por cada um deles, vem revelar ao público em geral o conhecimento público das qualidades de cada um.
O primeiro, viu-se forçado a recorrer à via judicial para procurar completar a mensagem que não conseguiu transmitir no programa de televisão que promoveu para justificar a utilização indevida de um título académico, que entretanto teve que abandonar;
O segundo, granjeou uma onda de reconhecimento que se prepara para juntar forças numa luta desigual entre um aparelho de estado e um simples cidadão.
Essa onda de reconhecimento surge, não pelo facto da luta ser desigual mas porque as pessoas sentem que o que está em causa é a própria liberdade como valor de cidadania.
As pessoas gostam de assistir à utilização que cada uma faz da sua liberdade individual, para lhes poder tirar o retrato daquilo que elas realmente são, independentemente do certificado ou do título que ostentem.
A liberdade é um valor que pertence a todos por igual, e não pode em caso algum ser apropriada seja por quem for, nem mesmo por aqueles que possuem como missão exercer a defesa dessa mesma liberdade.
José Ferrão
A Necrose do Frelimo
Há 3 horas
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