terça-feira, 20 de abril de 2010

Contentores de Alcântara

Mais uma vez se confirma que reclamar é indispensável pois, sem isso, ficaremos sujeitos a mais arbitrariedades lesivas dos interesses nacionais, isto é, de todos nós, na condição de cidadãos, contribuintes, utentes, consumidores, etc. Os políticos precisam de ser pressionados para corrigir erros e para decidir no melhor sentido. Por isso os cidadãos devem estar atentos e unirem-se, organizarem-se, para reclamar.

Na sequência do post «Lisboa oculta» de 17 de Março de 2010, fica aqui informação mais actual, dada pela notícia do Público «Ministério Público pediu a anulação judicial do negócio dos contentores de Alcântara», de que se extraem algumas passagens.

A Administração do Porto de Lisboa (APL) revelou que “O Ministério Público interpôs uma acção junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa onde requer a anulação e a nulidade do aditamento ao contrato de concessão celebrado em Outubro de 2008”. Trata-se da prorrogação do polémico contrato de concessão do terminal de contentores de Alcântara, celebrado com a Liscont, uma empresa do grupo Mota-Engil, de que é presidente executivo o ex-ministro Jorge Coellho.

De acordo com esta entidade pública, a iniciativa “questiona a base XII do decreto-lei n.º 188/2008, que diz respeito ao prazo do contrato de concessão”, celebrado entre a APL e “A APL foi citada na passada quinta-feira e encontra-se a analisar a petição inicial e a preparar a sua contestação”, como é referido na declaração.

A prorrogação do contrato de concessão do terminal de contentores até 2042 (antes era até 2015) foi atribuída à Liscont por ajuste directo, sem concurso público, o que suscitou fortes críticas da oposição e motivou o surgimento de um grupo de cidadãos responsável por várias iniciativas contra a prorrogação do contrato e o alargamento da área do terminal.

5 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Caro João,
Não gosto nada de ler anulação e nulidade.
É assim um bocado como o antigo Código da Estrada aqui em Macau que considerava "nulos, e sem nenhum efeito, os exames (...)".
Dizer que fulano subiu para cima da esacada, gitou alto que todos eram unânimes, antes de descer para baixo.
Deve ser mau feitio meu, mas não gosto.
Um abraço

Zé Povinho disse...

Pode ser que o contrato cesse ou tenha que ser renegociado mas ainda vai ser uma batalha longaporque os recursos já aí estão.
Abraço do Zé

A. João Soares disse...

Caro Pedro Coimbra,

Penso que no português popular são desculpáveis erros ou desvios que sublinhem bem a ideia, mas na linguagem institucional, oficial, solene (não este o meu caso!) as palavras devem ser concisas e bem escolhidas para evitar redundâncias. Fica-se na dúvida de a imprecisão da escrita se destinatar a futura argumentação na defesa da pretensa legalidade de coisas imorais, obscenas, pornográficas, ocultas pela burka do mau português.

Um abraço
João
Sempre Jovens

A. João Soares disse...

Caro Zé Povinho,

Este caso nasceu sob a alçada do abuso do poder, para favorecer uma empresa amiga, de amigos do partido do Governo, numa visível troca de favores. Pela mesma razão irá resistir a tudo para se manter e agravar. A doença infecciosa que resiste a antibióticos, não se cura e agrava-se.

E o Governo, com o nosso dinheiro, paga a gabinetes de advogados amigos, para manusear convincentemente todos os argumentos. Mas com o caso da Ota as centenas de estudos caríssimos acabaram por não vencer, o que nos dá agora alguma esperança de vermos este assunto devidamente resolvido.
É bom que se não perca a esperança, porque Portugal não pode ser deixado abandonado na rampa para o precipício.

Um abraço
João
Saúde e Alimentação

A. João Soares disse...

Artigo com interesse pata este tema:

http://www.publico.pt/Sociedade/ministerio-publico-alega-que-contrato-com-a-liscont-viola-varias-normas-e-constituicao_1435577