Durante um convívio, juntaram-se três indivíduos, A, F e J, e entranharam-se em conversa de «alta estratégia!» Todos tinham sido, por dever de ofício, habituados a olhar o mundo como se estivessem num satélite a observar o globo para o compreender com rigor e isenção, mas sem se embrenharem em afectos. Cada actor da estratégia mundial tem os seus motivos e ambições que não podem ser ignorados por quem os queira compreender, mas a sua análise exige um esforço de isenção.
O A colocou algumas interrogações acerca de qual será a evolução dos problemas que se desenham nas relações internacionais, com o aparecimento de novos focos de poder e da transformação do mundo bipolar num outro multipolar, menos definido, com interacções muito complexas.
O F, muito condicionado pelos raciocínios do tempo da guerra fria em que a Europa era o relvado onde se poderia travar o duelo entre as duas forças do mundo bipolar, referia autores como Arnold J. Toynbee, Joseph Alois Schumpeter, Samuel Huntington, Francis Fukuyama e outros, mas não se afastava muito da ameaça de confrontação militar em que a arma nuclear poderá continuar a ser um factor considerável, daí os atritos actuais entre os detentores da AN e os que se propõem obtê-la.
O J nos seus idealismos utópicos, mostrava ser desejável substituir as armas pela diplomacia, embora reconhecesse que esta precisava de um poder dissuasor convincente enquanto as pessoas sejam mais sensíveis a ele do que aos argumentos morais ou éticos.
E como se entenderão os novos poderes agora emergentes? Sendo real que a economia condiciona a política, como será a confrontação pela posse dos recursos naturais de importância estratégica? Como se desenrolará a confrontação dos poderes na África, fonte de muitos recursos naturais, alguns de alto valor devido à sua raridade? E perante todo esse conflito por trunfos económicos, como reagirão grupos informais, como a Al-Qaeda, o islamismo e outros grupos menos visíveis que poderão aparecer em palco?
E em frente de tanta incerteza, como se irá transformar a democracia? E a Europa como reagirá a este seu continuado apagamento na arena internacional, cada vez mais dependente de recursos humanos exteriores? Até quando a Zona Euro e a União Europeia se aguentarão? E Como terminará a União? E qual o papel das religiões no percurso internacional dos próximos anos?
E internamente, o aparecimento de agrupamentos sociais para a arte popular, o desporto, etc., como poderá vir a ser aproveitado para movimentos sociais? Quem os dominará e para quê, com que resultados práticos? Como será o novo PREC, tendo em conta o de 1974-75 e as influências potenciadoras das actuais facilidades de comunicação?
E se a crise financeira interna exigir medidas de rigor que impeçam as nomeações políticas para cargos administrativos, e a quantidade de pessoal além do necessário, e se disciplinem os procedimentos combatendo a corrupção e o enriquecimento ilícito, e se reforme o ensino por forma a preparar pessoas capazes de raciocinarem correctamente para impedir o consumismo, o abuso do crédito e a submissão à publicidade e se tenha de aceitar a ingerência de representantes do FMI ou da EU, para entrar num rumo de restauração e de modernidade, com racional gestão dos recursos existentes? Que hipóteses poderão ser formuladas para enfrentar tão complexo novelo de interrogações?
O almirante e o medo
Há 10 minutos
3 comentários:
Caro João,
A estas tuas perguntas junto estas:
Para que foi criada uma força dissuasora na UE, extra-nacional, que pode intervir nos diversos estados da UE mesmo sem ser a pedido dos respectivos Chefes desses estados?
Porquê parecem querer acabar com as FA?
Será porque o poder económico é suficiente para dominar os mais fracos?
O Mundo de Amanhã vai ser catastrófico disso não tenho dúvidas...
Um abraço amigo.
Caro Luís,
Muito obrigado pelas tuas achegas. Pões o dedo num aspecto significativo, o das FA. Mas há lógica
As sociedades actuais teimam em destruir todas as referências a valores sustentadores e que deviam ser sustentáveis e lançar a humanidade na bagunça da adoração ao «vil metal». Há dois pilares a destruir: a religião cristã e as forças armadas. A primeira porque defende os valores morais e éticos, as segundas porque têm uma noção de dever, de responsabilidade envolvidas em disciplina e hierarquia bem definidas e envolvidas por forte patriotismo. Ambas as instituições são sistematicamente atacadas e demolidas estando à beira do desaparecimento.
Para que a corrupção e o enriquecimento ilícito sejam fáceis ´, essas instituições têm que desaparecer porque são empecilhos. A campanha segue a um ritmo cientificamente preparado.
Um abraço
João
Sempre Jovens
Três links para abrir notícias de hoje que contribuem para melhor compreender as preocupações quanto ao dia de amanhã:
- Mais sete mil desempregados por mês até ao final do ano
- Alfredo José de Sousa: "Preocupam-me decisões com dinheiros públicos"
- FMI arrasa futuro da economia nacional
Agradece-se aos amigos visitantes que dêem elementos adicionais para ajudar a esclarecer e a formular hipóteses de solução.
Cumprimentos
João
Saúde e alimentação
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