sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Cidade do conhecimento

É agradável enfatizar aquilo que de bom surge no País, para contrariar a posição generalizada de só olhar para o que é negativo e que leva muita gente a emigrar à procura de condições de trabalho e de vida que bem podiam existir cá, se houvesse ideias e iniciativas sensatas e construtivas. Por vezes aparecem jovens com competência acima da média que mereciam ser devidamente apoiados para a sua realização pessoal e para benefício do País. Também a nível de autarquias e de poder central muito pode ser feito com cabeça e pernas para andar. E quanto a seguir exemplos estrangeiros é pena que nem sempre sejam aproveitados os casos mais positivos e inovadores com segurança e garantia de efeitos dinamizadores de emprego, cultura e riqueza.

O projecto referido na notícia que a seguir se transcreve merece ser bem ponderado, porque se apresenta com perspectivas muito valorizadoras dos portugueses de amanhã. Com iniciativas deste género Portugal pode ombrear com os melhores sem ser pela comparação ridícula da altura ta árvore de Natal ou pelo cumprimento da mesa em que é servida a feijoada. Esses factos que nos têm levado ao Guinness Book, não se traduzem em emprego, saber, cultura, desenvolvimento. Mas a cidade do conhecimento poderá captar estudantes e cientistas estrangeiros, bem como empresários e turistas, com as inerentes consequências para a economia nacional.

Cidade do Conhecimento começa a nascer em 2012
JN. 090807. TELMA ROQUE

A "Cidade do Conhecimento", cujo orçamento estimado ascenderá a várias centenas de milhões de euros, ficará localizada junto ao nó de acesso da Auto-estrada do Norte (A1) e à zona industrial do Falcão, num terreno de 190 hectares, cuja compra está a ser negociada pela autarquia.

"Esperamos que possa estar a funcionar dentro de três a cinco anos e será uma cidade que apostará em áreas como a educação, a saúde, as tecnologias de informação e energias. Apostará ainda no lazer, dos parques imobiliários, resorts", explicou ao JN Paulo Caldas, presidente da Câmara do Cartaxo, após a assinatura do memorando, onde esteve também presente Jorge Lacão, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.

Segundo o autarca, a "Cidade do Conhecimento", concebida pelo grupo indiano Pitroda, será auto-sustentável, fonte geradora de negócio, capaz de atrair investimento, diferenciando-se dos tradicionais parques tecnológicos ou pólos empresariais pela dimensão e capacidade de criar sinergias.

"É um local onde pessoas e empresas vivem, trabalham, colaboram e inovam em conjunto" sintetizou, por sua vez, Sam Pitroda, presidente do grupo investidor e mentor do projecto, em declarações à agência Lusa.

Paulo Caldas sublinhou que o Cartaxo será "um pólo de uma rede mundial de outras Cidades do Conhecimento que já existem no México e na Índia, e de outras que vão existir, por exemplo, no Brasil, Angola e Macau.

Concelhos como Oeiras e Aveiro também concorreram ao projecto, mas o autarca acredita que o Cartaxo "venceu" a concorrência pela centralidade geográfica que oferece e a proximidade a Lisboa, cuja distância é de cerca de 30 minutos pela A1.

O presidente espera, já no próximo mês, ser dono do terreno de 190 hectares e assinar o protocolo de parceria com o Banco Efisa e o grupo Pitroda, para dar corpo a um projecto que poderá criar "dezenas de milhares de postos de trabalho".

Os actuais parceiros da Cidade do Conhecimento pretendem "angariar" nesta fase de projecto outros investidores públicos e privados, universidades, centros de investigação e formular candidaturas a fundos europeus.

O projecto fará do concelho "um centro de excelência de conhecimento, tecnologia e inovação na região, no país, na Europa e no mundo", frisou Paulo Caldas.

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