Transcreve-se artigo do JN que mostra uma imagem de que nem sempre os interesses de Portugal estão acima da arrogância anti-democrática com que são defendidos os interesses do «campeonato» inter-partidário. Faz falta um código de bem governar, aceite por todos os partidos e que crie condições para uma maior convergência das políticas partidárias para bem do futuro dos portugueses.
CDS acusa PS de plagiar propostas que chumbou
JN. 090808. ALEXANDRA INÁCIO
Populares analisaram programa eleitoral socialista e dizem que 30 medidas são ideias suas.
O CDS-PP acusa o PS de incluir no seu programa eleitoral 30 medidas que foram apresentadas pelos populares durante a legislatura e chumbadas pelos socialistas. "Estão a tentar desviar as atenções", responde o PS.
"É o reconhecimento do fracasso; a confissão de culpa da má governação do PS", defendeu ao JN o líder da bancada do CDS-PP. "Quando apresentámos, no Parlamento, os projectos de lei e de resolução sobre as PME's [Pequenas e Médias Empresas] insultaram-nos, chamaram-nos de populistas e demagogos e agora incluem as medidas no seu programa", afirmou Pedro Mota Soares.
Já o porta-voz do PS insiste ao JN que o programa eleitoral do PS "foi concebido e realizado de forma transparente" com o "apoio de diversas pessoas nos fóruns Novas Fronteiras".
"Do lado do CDS, tanto quanto sabemos, ainda não há programa", frisa João Tiago Silveira, argumentando que as acusações dos populares "soam a desculpas de mau pagador por ainda não terem programa eleitoral, nem propostas para os portugueses. Querem desviar as atenções desse facto".
Além das medidas de apoio às PME's e outras na área da Economia e Finanças, o CDS encontrou coincidências nas propostas do PS para as áreas da Educação, Agricultura, Saúde, Solidariedade e Segurança - áreas estratégicas, "onde o discurso do CDS tem sido mais forte". "O PS promete muito em vésperas de eleições mas tem de ter crédito junto dos eleitores", prossegue Pedro Mota Soares, argumentando que os socialistas perderam esse crédito depois de terem "recusado sistematicamente medidas" que agora, a menos de dois meses das legislativas, passaram a defender.
O CDS só apresentará o seu programa eleitoral "no seu tempo próprio". No entanto, Pedro Mota Soares admitiu ontem ao JN que muitas das medidas chumbadas e agora propostas pelos socialistas são "bandeiras" do CDS, pelo que voltarão a ser defendidas para as legislativas. A diferença "é que nós temos crédito porque já nos batemos por elas", repete.
"O CDS fala muito mas concretiza pouco", defende João Tiago Silveira; e, referindo-se ao exemplo das PME's, sublinhado pelos populares, comenta: "Quando o CDS esteve no Governo, o número de PME'S apoiadas por linhas de crédito eram 1500. Neste momento, com o PS, é superior a 30 mil, com três mil milhões de linhas de crédito aprovadas. Portanto, os factos revelam que quem apoia as PME's são os governos PS e não os da Direita".
"Articular as linhas de crédito das PME's com os mecanismos de regularização das dívidas ao fisco e à Segurança Social"; "o pagamento das dívidas do Estado a 30 dias"; a redução dos prazos do IVA" - são apenas algumas das medidas que constam do programa eleitoral do PS e que o CDS reclama a paternidade. Há outras mais genéricas, como o aumento das pensões mínimas ou o reforço da autoridade do professor, que os socialistas desvalorizam, alegando que há temas comuns aos programas de todos os partidos.
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