domingo, 5 de outubro de 2008

EDP - Lucros 1º Semestre

Recebida por e-mail esta apresentação do estudo económico elaborado pelo Economista Eugénio Rosa sobre o relatório da EDP relativo ao primeiro semestre de 2008. Parece que esta e outras empresas que prestam serviço público, têm inteira liberdade do Governo para explorarem os consumidores, à sua vontade.

Caro(a) amigo(a)

O presidente da CE do Conselho da Administração da EDP, ufano e sorridente, acabou de apresentar as contas do grupo referentes ao 1º semestre de 2008. E, de acordo com essas contas, a EDP obteve, em apenas 6 meses, lucros de 962,4 milhões de euros antes de impostos, o que representa um aumento de 44% relativamente aos obtidos em idêntico período de 2007. Como os impostos a pagar subiram apenas 4% ( a taxa efectiva desceu 7 postos percentuais), apesar dos lucros terem aumentado 44%, os lucros líquidos cresceram 56,6%, e os lucros a distribuir aos accionistas subiram 66,6%

Neste estudo, para além desta análise dos resultados das contas apresentadas pela EDP, mostro que esses elevadíssimos lucros são conseguidos à custa de preços de electricidade impostos pela empresa a mais de 4 milhões de consumidores domésticos que são superiores entre 16,4% e 21,1% aos preços médios da União Europeia. Nessa análise utilizo os preços de electricidade sem impostos, porque são aqueles que revertem integralmente para as empresas e que constituem a fonte dos seus elevadíssimos lucros.

Para toda esta situação tem contado não só a passividade do governo mas fundamentalmente o comportamento colaborante da própria entidade reguladora, a ERSE, que no lugar de exercer uma fiscalização actuante, tem até apresentado propostas que só beneficiam a empresa, de que são exemplos a proposta das dívidas incobráveis da EDP serem pagas pelos consumidores que pagam, assim como a relativa à chamada tarifa social que analiso no meu estudo.

Apesar destes elevadíssimos lucros a EDP prepara-se para tentar impor em 2009 um aumento de preços várias superior à subida dos salários, com a justificação da existência de um elevado défice tarifário. É de prever que para isso conte com o apoio da ERSE. A campanha com esse objectivo já começou em vários órgãos de comunicação social.

Espero que este estudo possa ser útil.

Com consideração

Eugénio Rosa
Economista

'Este Governo não cairá porque não é um edifício; sairá com benzina porque é uma nódoa'- Eça de Queirós em O Conde de Abranhos

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