Ainda não tinha sido bem digerido o conteúdo do post de anteontem sobre as «Lições do dito ‘Terceiro Mundo’» e surge a notícia referente à Gebalis. Trata-se de uma empresa municipal de habitação social, do Município de Lisboa que, segundo o título no DN, tem um passivo que cresceu cinco milhões durante o mandato de um ano e meio dos três gestores suspeitos.
De uma empresa de habitação social não seriam esperados lucros, mas tal passivo, numa época em que a Câmara se tem debatido com dívidas incomportáveis, o caso merece averiguação, já que não houve um controlo sistemático das despesas. O Escândalo rebentou oferecendo imagens chocantes e escandalosas, a acreditar na notícia. Três altos responsáveis, não escolhidos por concurso público, mas sim por amizade política, como é de mau uso nas instituições públicas e autárquicas, «são acusados de gestão danosa e peculato».
O MP considerou que a actuação dos arguidos, fazendo despesas "sumptuárias", "indevidas", "ilícitas" e "supérfluas", se revelou "particularmente relevante" tanto na "agravação da situação deficitária da empresa" como na "diminuição da capacidade da mesma para responder às necessidades da comunidade que tem como atribuição servir". Os três gestores "bem sabiam que necessariamente dos gastos que realizavam (...) decorreria um prejuízo particularmente relevante para a empresa e um agravamento do respectivo passivo, como efectivamente aconteceu".
Segundo o MP, os arguidos causaram à Gebalis - a empresa da Câmara Municipal de Lisboa que gere a habitação social - um prejuízo directo de 200 mil euros, montante que equivaleu, no período em causa (de Março de 2006 a Outubro de 2007), a dois quintos do subsídio que a CML atribuiu à Gebalis (um milhão de euros no total) e foi superior aos 124 mil euros que a empresa registou no exercício de 2006 como proveitos suplementares e ganhos extraordinários.
O abuso de cartões de crédito traduz-se em o presidente da empresa e um vogal do conselho de administração beneficiarem de três cartões de crédito e outra vogal de dois e utilizarem-nos como se "constituíssem elemento integrante da remuneração", em despesas suas ou "com amigos e outras pessoas" quer nos dias de trabalho quer em férias ou fins-de-semana.
Os tipos de despesas, quantificadas, referidas na notícia vale a pena ser apreciado e, para isso sugiro a leitura integral da noticia usando o link.
Mas, infelizmente no nosso País, a justiça não é tão célere e rigorosa como nos casos citados no post, de Coreia do Sul, China e Tailândia. Veremos, com uma ligeira esperança, o encerramento deste processo.
El País
Há 48 minutos
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