segunda-feira, 14 de julho de 2008

Privatizar a ordem pública???

Os recentes acontecimentos na Quinta da Fonte, no concelho de Loures veio levantar uma questão demasiado séria para ser deixada a soluções de travesseiro, sem a devida ponderação. A inspiração da noite bem dormida nem sempre produz as melhores soluções. Casos muito complexos devem ser estudados por equipas multidisciplinares e, neste caso, não podem deixar de ser ouvidos os responsáveis das Forças de Segurança e os seus técnicos especializados. Nestes casos dos tiroteios, as Forças Especiais das polícias estranharam não serem chamadas a intervir, pois estão treinadas para casos de grande violência entre as quais se inclui o uso de armas de fogo.

Estranhamente, esta notícia diz que o MAI anunciou um Contrato Local de Segurança, para cinco bairros, um deles o da Quinta da Fonte, para o que prevê negociações com entidades da sociedade civil, privadas e com os líderes das comunidades cigana e africana. O objectivo é "responsabilizá-los também pelo bairro". É realmente estranho que o MAI retire às Forças de Segurança esta importante missão do Estado de manter a ordem pública e a privatize. Será que está convencido de que esta será a melhor solução?

As forças policiais, nem sempre são respeitadas, sendo muitas vezes agredidas, apedrejadas, alvejadas com tiros, chegando a perder vidas. Perante estes casos, que o ministro não ignora, interrogo-me sobre o que poderá acontecer, a estes agentes civis, sem a preparação dos agentes policiais, e que ideia têm os assessores do MAI sobre as prováveis consequências desta decisão, não só para esses seguranças mas também para as populações dos bairros.

Talvez fosse melhor o MAI colocar uma velinha na igreja mais próxima. Poderia não ter melhor efeito, mas ficaria mais barato!

8 comentários:

Anónimo disse...

Caro A João,não me parece que o fenómeno da violência e delinquência num bairro seja um fenómeno tâo complexo que justifique aturados estudos de pseudo-sumidades na matéria.
Parece sim que o governo trata estes assuntos com pinças para não pôr em causa negócios altamente lucrativos das grandes empresas com os países africanos de origem dos delinquentes e para não fazer perigar o futuro das suas carreiras políticas,evitando ser acusado ainda que demagógicamente de vários ...ismos.
Os estrangeiros,com BI português ou não,ao não respeitarem o povo e as leis de Portugal devem ser expulsos.
Caso contrário isto vira a palhaçada que estamos a viver,em que os cidadãos nacionais estão estupefactos com a falência da intervenção policial e sentem que estão a ser achincalhados na sua dignidade.
Não serve o argumento falacioso de que há portugueses emigrantes que são delinquentes,em França ou Espanha,etc.
Se são que sejam punidos de acordo com as leis desses países! Não apoio nem apoiarei criminosos,seja qual for a sua nacionalidade.

Cumprimentos.

A. João Soares disse...

Caro Alberto (será o ARS?),
O seu ponto de vista está claro. Os grande Países que se formaram com base nos imigrantes são muito selectivos na entrada de estrangeiros, permitindo apenas aqueles que tragam valor de mão-de-obra à economia ou à ciência do Estado, e depois não hesitam em devolver à procedência os indesejáveis. Têm chegado aos Açores muitas pessoas remetidas pelos EUA, sendo alguns nascidos na América e que nem sabem falar fluentemente Português e ninguém conhecem nas ilhas.
A autoridade do Estado deve ser exercida em benefício dos interesses nacionais, isto é dos cidadãos em geral, sem serem criadas soluções pequeninas, parcelares, para favorecer pequenos grupos, sejam eles de políticos ou de imigrantes.
As leis devem ser iguais para todos, as directrizes de governo devem ser também gerais e bem definidas tendo sempre em vista os objectivos nacionais.
O Estado não deve ser uma prensa que oprima desnecessariamente os cidadãos, mas não deve fugir às suas responsabilidades em questões de Justiça e de Segurança Pública, de policiamento para garantir a vida pacífica das pessoas. Não pode deixar que cada grupo social crie a sua justiça e a sua polícia, porque isso geraria o pior caos, com consequências gravíssimas.
Há que fugir à tentação das «medidinhas» ou à «política do chocolate» referidas aqui e posts anteriores.
Um abraço
A. João Soares

Arsenio Mota disse...

Caro A. João Soares:
Eu por vezes assino como Ars mas isso é para mim abreviatura do meu nome. Não subscrevo as ideias que Alberto defende, pois me identifico bem mais com as que o prezado amigo A. João Soares exprime.
Esclareci? Abraço!

A. João Soares disse...

Caro Arsénio,
Muito obrigado pelo seu esclarecimento. Apenas quis saber se este comentário é de um amigo Alberto cujas iniciais do nome e apelidos são ARS. É que estive para não responder, porque há uns meses um tipo muito infantil tentou aborrecer-me com comentários e e-mails com identificações falsas. Mas depois pensei que podia ser o amigo ARS e lá saiu resposta.
Nada se referia ao amigo Arsénio . Obrigado

Abraço
João

Zorze disse...

Esta questão, diria que é 30% crime e 70% sociologia.
Misturar a comunidade africana e cigana no mesmo bairro é o mesmo que deitar gasolina na fogueira.
Onde estão os técnicos camarários?
Onde estão os técnicos da Segurança Social?
Depois ficam muito admirados.
A questão dos bairros sociais é muito complexa. Começa por ser um frete das construtoras às respectivas câmaras para obter licenças mais fáceis noutros projectos. Com construção de desenrasca, restos de outras obras e material do mais barato que existe. Em seguida limpam as barracas do concelho e despejam-nas lá, algures fora da cidade. Fica um barril de pólvora em crescendo. É só somar 2+2.

Abraço,
Zorze

A. João Soares disse...

Zorze,
O seu comentário salienta a sabedoria do ditado «vale mais prevenir do que remediar». Se agora é um problema se segurança pública, começou por ser de sociologia, de sensatez, de preparação da decisão ao deslocar a população para novas residências, para libertar terreno para a Feira.
Tendo o Governo e as autarquias montes de assessores, ficamos sem saber para que servem todas essas sanguessugas que ganham fortunas dos dinheiros dos impostos e nada fazem de útil. Como são nomeados por critério subjectivo de «confiança política» e não de competência, servem a penas de «yesmen» para aplaudir as ideias erradas dos seus chefes, em vez de evitarem que se afundem, e afundam Portugal num buraco que só poderá interessar a quem recebe à farta apesar de apenas fazer asneiras, como esta e muitas outras, como o esquecimento de comprar os coldres para as novas pistolas, referido no post seguinte.
Abraço

João

Paula Raposo disse...

Uma ideia muito simplista!! Não??!!

A. João Soares disse...

Cara Paula,
Segundo diz o MAI e a governadora civil, as intenções são muito boas, mas «de boas intenções está o inferno cheio». Oxalá não se caia na justiça popular feita pelas próprias mãos.
Beijos
João