Perante a crise que nos afecta gravemente, não apenas pelo contágio da economia internacional, mas principalmente devido a erros estruturais e comportamentais que se têm vindo a agravar na nossa sociedade, sem que os Governos tenham exercido a sua influência nas populações e nas empresas, o PR disse que «não é tempo para baixar os braços». Pode não ser uma frase com muito impacto psicológico, mas merece ponderação.
Na história recente tem havido palavras que fizeram milagres com alterações de comportamentos, resultando na melhoria do mundo. Churchill no célebre discurso em que pretendia a incentivar os britânicos a resistir ao que parecia ser uma vitória certa da Alemanha nazi, disse que era necessário "sangue, suor e lágrimas". Também John Kennedy na década de 60, disse aos americanos para pensarem não no que a América podia fazer por eles, mas sim naquilo «que eles podem fazer pela América». Também em Portugal, em anos não muito distantes, e de que muita gente tem saudades, surtiu efeito a frase «produzir e poupar» como lema para o desenvolvimento do País.
A força das palavras, além do seu conteúdo, da sua ideia-força, depende também muito da entidade que as diz e da sua repetição para ser absorvida profundamente pela população.
As palavras de Cavaco, condizentes com as observações do FMI acerca de vivermos acima das nossas posses colocando o País numa situação dramática de excessivo endividamento, merecem ser repetidas e analisadas em pormenor, traduzidas em acções concretas aplicáveis às diferentes situações, a fim de a sociedade se tornar mais racional e agindo no melhor sentido para ser alcançada a desejada felicidade dos cidadãos. Produzir, poupar, exportar mais, importar menos, reutilizar, reciclar, baixar o nível de vida, são alguns dos muitos verbos que devemos aprender a conjugar!
Se não quisermos fazer grandes sacrifícios devemos começar já a praticar acentuada moderação nos hábitos de consumo. As figuras públicas com maior destaque devem exercer uma acção didáctica insistente e persistente a fim de Portugal melhorar as condições dos cidadãos, principalmente os mais desfavorecidos e dando os melhores exemplos nas suas áreas de influência directa.
Estas reflexões foram estimuladas pelo artigo do DN «Há palavras que ajudam a mudar o mundo».
El País
Há 9 minutos
2 comentários:
E que falta fazem palavras como essas, no nosso país...
Acho que já era tempo de calarmos os profetas da desgraça e pormos mãos à obra!
Caro AP,
Perece oportuno que o Governo convença os donos da Comunicação Social a exercerem uma atitude didáctica. Mas para isso era necessário que os próprios sentissem essa necessidade.
AbraçoJoão
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