Apesar das múltiplas intervenções do senhor ministro da Administração Interna perante as câmaras da TV, a organização do combate aos fogos florestais faz lembrar um antigo programa conhecido por «guerra do Solnado». É incrível que se queira fazer uma guerra com horário aos pirómanos que têm provocado tantos prejuízos neste País.
Concretamente, segundo o DN, o caso é somente este: «A rede nacional de postos de vigia florestal continua fechada entre a meia-noite e as oito da manhã o que impede a detecção atempada dos fogos». Os bombeiros, mais realistas e assentes em larga experiência, consideram a situação inadmissível, mas o Governo desvaloriza e remete para a GNR a gestão desta rede de detecção de incêndios. Porém a GNR não tem dinheiro para pagar horas extraordinárias aos guardas do que resulta as torres de vigia não funcionarem durante a noite.
Além das torres de vigia, também os próprios centros de detecção, que recebem os alertas daquelas, encerram às 24 horas. A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) lembra que "esta é uma situação inaceitável porque o socorro tem que ser prestado 24 horas" por dia. O presidente da Associação diz que "a rede de detecção é fundamental e constitui-se uma mais-valia no combate aos incêndios florestais até porque existe um elevado número de incêndios que deflagram durante a madrugada e para os quais uma detecção precoce ajuda num combate eficaz".
O Governo decidiu o encerramento nocturno desta estrutura com por base em critérios economicistas, como o pagamento das horas à GNR, mas essa poupança de uns euros será obtida à custa de elevados desgastes ambientais provocados pelos incêndios. É mesmo defensável o funcionamento ao longo de todo o ano de postos de vigia bem localizados que permitem observar atentamente a floresta", porque "os fogos ocorrem cada vez em maior número fora do período mais crítico".
O procedimento atrás referido não é ajustado às realidades do problema e enferma da mentalidade de funcionário público, com horário um pouco alargado, pois não encerram rigorosamente às 17h00, como muitos serviços!
Os detentores do poder não têm capacidade para discernir o essencial do secundário e pretendem poupar onde não devem para gastar à larga onde deviam poupar. Basta estar atento às notícias que a Comunicação Social nos traz diariamente, embora por vezes em letra muito miúda!
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Fogos florestais a horário
Publicada por A. João Soares à(s) 12:02
Etiquetas: Fogos florestais, irrealismo, utopia
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