quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Relações internacionais mais pacíficas?

É opinião generalizada que o mundo está cada dia mais violento e sujeito à eclosão de conflitos. Talvez essa sensação seja adquirida por influência da pequena criminalidade local ou devido a leituras apressadas e pouco esclarecidas das notícias.

Com efeito, uma análise mais cuidadosa e desapaixonada permite obter conclusão diferente. Apesar de conflitos de média intensidade como o da Geórgia, são raras as situações violentas entre Estados, embora o poder pacificador da ONU esteja muito reduzido. Quando as relações entre Estados começam a aquecer, surgem as potências mais influentes a propor o diálogo e a oferecerem-se para negociadores e moderadores, principalmente quando se trata de regiões com interesses geoestratégicos dessas potências, quer pela posição geográfica quer pelos recursos naturais.

Foi desta forma que se resolveu a questão da Coreia do Norte que acabou por suspender a ameaça de arma nuclear que preocupava os países vizinhos e o da outra margem do Pacífico.

Também o Presidente Muamar Kadhafi deixou de integrar o «eixo do mal» para passar a ser um bom amigo de muitos Países do Ocidente, em que Portugal se inclui. O início da viragem partiu de conversações da Grã-Bretanha e França com a Líbia, antes de desencadeada a intervenção no Iraque, e o fortalecimento das relações deveu-se principalmente ao fornecimento de petróleo, quando esta fonte de energia teve grande alta de preços sustentada por muitos meses.

Quanto ao Zimbabwe, o problema interno da fome e da desejada substituição de Robert Mugabe, que se revestiu de hostilidade verbal a países vizinhos e europeus parece estar próximo de uma solução negociada e sustentável com um governo contando com nomes da oposição. A solução deveu-se a pressões de chefes de Estado, nomeadamente o da República da África do Sul. A União Africana já tinha intervindo nos casos do Sudão (Darfur) e no Quénia, o que evidencia a importância do tema deste post.

O Sara Ocidental, embora não esteja definitivamente resolvido, tem evoluído de forma pacífica, evitando a continuação da guerrilha de há mais de duas décadas. No entanto continua por realizar o referendo popular no Sarah, prometido pela ONU há mais de duas décadas.

A independência do Kosovo, embora sem colher o voto favorável de todos os sujeitos de direito internacional, está praticamente arrumado, sem a ameaça de repetição do conflito de há pouco mais de uma década.

O próprio Irão que se mostrou tão irredutível quanto à energia nuclear, já aceita solução negociada para a resolução do diferendo.

Agora, o conflito da Geórgia por causa da Ossétia do Sul e da Abkásia está em situação de cessar-fogo, com boas perspectivas de entendimento definitivo.

A Caxemira onde ainda não se efectuou o referendo prometido pela ONU em 1948, depois da primeira guerra por sua causa entre a índia e o Paquistão, e que depois originou outro conflito em 1965, tendo, a partir daí, sido palco de pequenos conflitos que raramente preocuparam demasiado os países vizinhos. Vale a pena recordar que quando foi dada a independência à Índia inglesa foram, por motivos de religião, criados dois estados, a Índia e o Paquistão. No entanto a Caxemira, onde a maioria da população é muçulmana e que, por isso, devia ter sido integrada no Paquistão ficou submetida à autoridade hindu, por o seu Administrador ter essa religião, o que originou o mal estar posterior. No conflito mais recente, em que os dois vizinhos, ambos com capacidade nuclear, deslocaram os seus lança-mísseis para perto da fronteira, houve sérias preocupações de resultados demasiado funestos. Mas as intervenções oportunas e eficientes de estadistas mundiais conseguiram acalmar os ânimos, evitando que fosse ultrapassado o ponto de não retorno.

Notícias muito recentes anunciam o restabelecimento de relações diplomáticas entre a Síria e o Líbano, com o respeito mútuo pelas respectivas soberanias, pondo fim a uma espécie de ocupação colonialista da «Sintra do Médio Oriente» pela sua vizinha Síria.

Embora informalmente, existem na comunidade internacional dos nossos dias caminhos para restabelecer e manter uma paz sustentável, no que se refere aos conflitos mais perigosos. Há nas grandes potências predisposição para pequenas cedências de parte a parte a fim de evitarem um conflito do género II Guerra Mundial que, com as actuais armas de destruição massiva, significaria o fim da humanidade.

Porém, no Sri-Lanka (antigo Ceilão e Taprobana) a guerra interna com os independentistas Tamil, embora tenha tido varia tréguas de curta duração, ainda continua, devido à teimosia irredutível da Sra Chandrika Bandaranaike Kumaratunga, filha de um dos autores da independência, Solomon Bandaranaike, assassinado em Setembro de 1959. Mas, embora frequentemente ocorram numerosas baixas não passa de um problema interno sem colocar e risco a paz mundial.

Sobre este tema, abordado com uma perspectiva diferente, pode ler-se o post «Precisam-se novas praticas» e «Os amigos são para as ocasiões» no blog de AP, em que refere de modo curioso o conflito entre a Rússia e a Geórgia, devido à Ossétia do Sul. Também podem ser consultados inúmeros posts aqui publicados sobre a vantagem de os desaguisados internacionais serem resolvidos pela via pacífica, da negociação, em vez de acções bélicas. As forças militares bem poderiam ser mantidas apenas para obter efeitos de dissuasão (evitando conflitos) e para retaliação (no caso de algum Estado incauto pisar o risco).

Links para posts referidos ao tema:

- Caxemira, um caso pendente
- Negociar, coligar em vez de utilizar as armas
- Sara Ocidental, Polisário
- A Paz pelas conversações
- Guerra a pior forma de resolver conflitos
- Paz pela negociação
- A Paz como valor supremo
- Guerra de civilizações ou guerra de tradições?

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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Batalha de Aljubarrota

Completam-se amanhã 623 anos sobre o importante acontecimento que marcou as relações entre Portugal e Espanha e a segunda dinastia, a de Avis. Para não deixar aqui um documento extenso, limito-me à introdução do texto muito fundamentado da Wikipedia. Para o abrir basta fazer clique aqui:

Batalha de Aljubarrota

A Batalha de Aljubarrota decorreu no final da tarde de 14 de Agosto de 1385, entre tropas portuguesas comandadas por D. João I de Portugal e o seu condestável D. Nuno Álvares Pereira, e o exército castelhano de D. Juan I de Castela.

A batalha deu-se no campo de S. Jorge, nas imediações da vila de Aljubarrota, entre as localidades de Leiria e Alcobaça no centro de Portugal.

O resultado foi uma derrota definitiva dos castelhanos e o fim da crise de 1383-1385, e a consolidação de D. João I como rei de Portugal, o primeiro da dinastia de Avis.

A paz com Castela só veio a estabelecer-se em 1411.

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Como perdemos a liberdade!

Já conhecia estes textos, mas agora acabo de os receber novamente em e-mail e ficam aqui para meditação de quem se interesse pela vida.

Maiakovski
Poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenin escreveu, ainda no início do século XX :

Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.


Depois de Maiakovski…

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Bertold Brecht (1898-1956)


Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...

Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas.


Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ónibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até à morte uma criança, que não era meu filho...

Cláudio Humberto, em 09 FEV 2007


Sócrates logo no dia da posse atacou os farmacêuticos.
Eu não disse nada porque não sou farmacêutico.
A seguir atacou os magistrados, também nada disse porque não sou magistrado.
Depois foi aos médicos e enfermeiros. Também nada disso é comigo.
A seguir congelou as carreiras dos funcionários públicos, quero lá saber eu nem sou manga de alpaca.
Maltratou os polícias, os militares, os professores... os padres também não escaparam.
Aumentou os impostos.
Aumentou a idade da reforma, a insegurança nas ruas, nas escola e até nas nossas casas.
Áh, mas criou “as novas oportunidades” “o divórcio” a insegurança, o crime, a violência, os “canudos” de férias e Domingos.
Hoje bateu à minha porta com a Lei da mobilidade e atirou-me para o desemprego. Já gritei e ninguém me ouve, até parece que a coisa só me afecta a mim.


O que os outros disseram, foi depois de ler Maiakovski.
Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes, e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio: porque a palavra, há muito se tornou inútil…

- até quando?...

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A Lógica de Einstein

Duas crianças estavam patinando num lago congelado da Alemanha, era uma tarde nublada e fria, as crianças brincavam despreocupadas...

De repente, o gelo se quebrou e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou. A outra, vendo seu amiguinho preso e se congelando, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças... conseguindo por fim quebrá-lo e libertar o amigo ...

Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:
- Como você conseguiu fazer isso ?
- É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis !

Nesse instante, o génio Einstein que passava pelo local, comentou:
- Eu sei como ele conseguiu !
- Todos perguntaram:
- Pode nos dizer como ?
- É simples, respondeu Einstein .
- Não havia ninguém ao seu redor, para lhe dizer que não seria capaz.

“Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos”.
Fazer ou não fazer algo, só depende de nossa vontade e perseverança.
( Albert Einstein )

Conclusão:
Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação.
Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você.
E o que os outros pensam . . . é problema deles !

Extraído de um anexo de e-mail em .pps

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terça-feira, 12 de agosto de 2008

Leis exageradas tornam-se inúteis

Apesar da fúria legislativa obsessiva, a sinistralidade rodoviária mantém-se a um nível escandalosamente alto, embora com pequenas variações para cima e para baixo. Para que serve tanta legislação criada e alterada com a visível preocupação de dificultar cada vez mais a vida dos condutores cumpridores? Sou do tempo em que os carros eram muito menos seguros e menos rápidos na travagem e em que a velocidade permitida nos centros urbanos, com ruas estreitas chegava aos 60Km/h, enquanto hoje, com os carros muito mais seguros há vastas zonas urbanas de largas avenidas com a limitação de 40Km/h e estão a nascer como cogumelos troços com limitação de 30Km/h. Parece obra dos «malucos do riso». Há quem diga que quem decide a localização dos sinais é uma equipa municipal e, quando o motorista diz que ali é perigoso ir a mais de 100, o chefe manda instalar um sinal de 40 e, se mais tarde ali há um acidente, manda substituir por um de 30. É uma explicação muito verosímil e demonstrada pela observação dos locais. Apesar de tanta restrição, há carros potentes que, impunemente, «abrem» nas cidades como se estivessem a circular em autódromo.

Perto de minha casa há uma rotunda cuja placa central, em terra elevada e relvada tem sido frequentemente «rasgada» pelos rodados de carros que logo à frente esvaziam o óleo do cárter espatifado e, por vezes destroem o muro do jardim da moradia da esquina.

Mas, apesar dessa inutilidade das leis elaborada à pressão, o legislador não medita neste fenómeno e, ilogicamente, continua com a obsessão de fazer mais obra. Cai uma avioneta por distracção e manobra errada do piloto e a reacção do Poder promete mais uma lei para evitar isto. Mas evitar como? Apareceu também uma lei sobre o controlo de armas, ocupando cerca de 10 páginas do DR, a qual apenas será cumprida pelas pessoas bem comportadinhas, pois aquelas que costumam usá-las para assaltar e roubar não se dão ao cuidado de a folhear. Alguém se convence que, pelo facto de existir essa lei tão perfeitinha que só falta referir o garfo de mesa como uma perigosa arma branca, estamos agora menos arriscados a ser roubados e agredidos na rua, no carro ou em casa sob a mira de uma arma? Alguém está convencido de que pelo facto de a lei entrar em vigor, os cidadãos passarão a viver mais seguros? A mesma pergunta se pode fazer quanto à queda de avionetas, enquanto que a inutilidade dos sucessivos agravamentos do código da estrada já é do conhecimento público.

Efectivamente, o País não funciona mal por falta de leis, mas ninguém parece preocupar-se seriamente em estudar o diagnóstico e em aplicar a melhor terapia. E tudo vai continuando na mesma, quando não piora, porque o hábito arreigado de desrespeitar as leis não augura um futuro salutar.

Publicada por A. João Soares em 10 de Setembro de 2006 em «A Voz do Povo»

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Pensamentos de Shakespeare

EU APRENDI

- Que a melhor sala de aula do mundo está aos pés de uma pessoa mais velha.

- Que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.

- Que ter uma criança adormecida em seus braços é um dos momentos mais pacíficos do mundo.

- Que só se deve dar conselho em duas ocasiões: Quando é pedido ou quando é caso de vida ou morte..

- Que eu sempre posso rezar por alguém quando não posso ajudá-lo de alguma forma.

- Que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular.

- Que debaixo da “casca grossa” existe uma pessoa que deseja ser apreciada e amada, e não sabe se manifestar.

- Que se Deus não fez tudo num só dia, o que me faz pensar que eu possa?

- Que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa.

- Que eu gostaria de ter dito a minha mãe que a amava,uma vez mais, antes dela morrer.

- Que as oportunidades nunca são perdidas, alguém vai aproveitar as que você perdeu.

- Que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar sua aparência.

- Que quando você planeja se nivelar com alguém, apenas está permitindo que essa pessoa continue a magoar você.

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Pobreza ‘playstation’

Todo o ser humano tem direito à vida, o que significa que o Estado deve apoiar adequadamente os mais carentes - idosos, crianças, deficientes – sem capacidade de se bastarem. Mas isso não quer dizer que os que trabalham tenham que suportar com o fruto do seu suor aqueles que por vontade ou incompetência queiram viver bem, sem nada fazer de útil. A denominada pobreza ‘playstation’ não deve ser objectivo da caridade pública, rodeando-se das últimas novidades tecnológicas à custa daqueles que delas têm de privar-se para poderem pagar os impostos de que os tais «pobres» irão beneficiar escandalosamente.

O artigo de opinião de João Miguel Tavares refere, como aliás a Comunicação Social já noticiou, que quando se falava nos conflitos na Quinta da Fonte, soube-se que a maior parte das famílias ali alojadas tinha rendas de casa abaixo dos cinco euros por mês e que, mesmo assim, não as pagava. E além de isso, essas pessoas, incapazes de cumprir com as suas responsabilidades mais básicas, queixavam-se de terem sido assaltadas por gente que lhes levara... o DVD, o plasma e a Playstation das crianças. Para mais, uma percentagem absurda dessas pessoas recebe o rendimento de reinserção social, colocando-se à sombra de um Estado que tudo dá e nada recebe em troca. Como resumiu Miguel Sousa Tavares, essas pessoas "não podem ser cidadãos para os direitos e marginais para os deveres".

Deve concluir-se que a concessão de subsídios deve basear-se em dados concretos e confirmados localmente a fim de reduzir a margem de erro e, posteriormente, com periodicidade, por exemplo anual, deve ser feita nova investigação, com visita domiciliar, ao local de trabalho e aos bens móveis e imóveis, a fim de concluir se as condições se mantêm ou foram alteradas. Os portugueses médios não são ricos e esperam que o Estado não os obrigue a suportar gordos parasitas.

Os dinheiros públicos devem ser geridos com muito rigor. Segundo o dicionário , «Peculato» significa: desvio ou má administração de dinheiros ou rendimentos públicos por pessoa encarregada de os guardar ou administrar.

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Reclusos. Trabalho reabilita

De Bragança, no extremo nordeste do País, o tal interior que os sucessivos governos têm desprezado, chega uma notícia positiva que bem pode servir de exemplo ao resto do País. Não se trata de aluguer de quintas a terroristas para treino e descanso, como muitos temem que venha a acontecer no interior abandonado e ignorado pelos governantes.

Em Bragança, desde há quatro anos, a Câmara Municipal de Bragança emprega reclusos dos estabelecimentos prisionais do distrito de acordo com um protocolo assinado com a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais, que permite contratar reclusos em regime aberto para realizar trabalhos de limpeza de florestas e manutenção de espaços verdes, equipamentos municipais e arranjos urbanísticos em todo o concelho. Estes trabalhos proporcionam-lhes uma ocupação do tempo a troco de um vencimento, que lhes será útil quando deixarem a cadeia.

Desta forma, são visados vários objectivos importantes, desde fazer face a tarefas necessárias para benefício público, de outra forma sujeitas ao desleixo, até à reabilitação pelo trabalho, evitando os inconvenientes da ociosidade e criando o sentido de utilidade, vindo a facilitar a reinserção social após o cumprimento da pena.

Tratando-se de reclusos, há trabalhos menos concentrados como os de limpeza e manutenção dos espaços verdes da cidade, limpeza de bermas de estradas e matos, em que há necessidade de serem vigiados por guardas prisionais, mas de forma subtil, a fim passarem despercebidos e não criarem qualquer tipo de estigma social. No entanto os que são integrados nas equipas da própria autarquia que se dedicam a realizar trabalhos como arranjo e construção de passeios, marcação de sinalização horizontal nas ruas, e outros trabalhos de manutenção dos espaços públicos na área urbana e rural, não carecem de vigilância específica.

Também tem havido notícias de estabelecimentos prisionais noutros pontos do País em que funcionam oficinas de formação profissional, a que muitos reclusos se entregam com dedicação, conscientes de que desta forma poderão integrar-se na sociedade e ganhar honestamente a vida.

Tais iniciativas contribuem para evitar que a prisão seja uma escola de vícios e de crime e passe a ser uma escola de civismo, de formação profissional. Deve ser salientado que noticias positivas deste género devem merecer da parte da Comunicação Social o maior realce.

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Redução da função pública

No primeiro semestre deste ano, passaram à reforma em média, 63 funcionários por dia, totalizando 11610. A manter-se este ritmo, ao fim do ano serão cerca de 23 mil funcionários. E, como por cada dois que saem, será admitido um, o conjunto de funcionários será reduzido de cerca de 11500.

Não sei se isto é ou não positivo. Uma coisa deve estar sempre presente na mente dos governantes: a função pública destina-se a servir os cidadãos. Como estes se vêem defrontados com uma burocracia crescente, parece que a partir desta redução, serão atendidos com menor eficiência e rapidez e serão obrigados a perder mais tempo em filas de espera. Por este prisma, a redução não será benéfica para a sua finalidade.

Porém, visto o fenómeno por outro lado, é de esperar que a decisão de reduzir o efectivo da função pública tenha resultado de estudo sério, pormenorizado e sistemático, por forma a reduzir a burocracia, a eliminar muitos trâmites desnecessários, a diminuir as voltas que os papéis dão dentro dos serviços, tornando assim mais reduzida a quantidade de funcionários necessários e definindo as suas tarefas por forma a tornar o sistema mais claro e eficiente, sem perdas de tempo nem de energias. Se esse estudo existiu e serviu de base à redução dos efectivos, então a redução é positiva.

Mas a burocracia está na massa do sangue dos estadistas portugueses, havendo quem diga que é ela que alimenta a corrupção e dá importância aos influentes que conseguem dar um jeito lá dentro para abreviar um processo que parece estar muito demorado. A redução dos efectivos irá, assim, dar mais justificações para demoras, para mais contratos com gabinetes de estudos de camaradas de partido amigalhaços, resultando em prejuízos para os utentes e para o orçamento do Estado.

Resta a esta notícia uma explicação sobre os estudos em que a administração central e local se basearam para reduzir o número de funcionários. Sem tal estudo, ficamos na dúvida de haver ou não interesse para o público em geral. Pela experiência, a dúvida além de justificada, inclina as pessoas para a hipótese mais pessimista.

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segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Futebol ou atletismo?

Temos mais de 60 atletas portugueses nos Jogos Olímpicos e não vejo bandeirinhas nas janelas nem nos carros! Será que os lusitanos «patriotas» foram todos a banhos e, no Algarve, as bandeirinhas drapejam por todo o lado, competindo com as dos hipermercados e das lojas de fast food??

SE não sabes responder pergunta sãos teus amigos, em conversa ou por e-mail, especialmente aos que tinham bandeirinhas em todo o lado durante o Europeu de Futebol. Pode ser que alguém explique.....

Será que estes atletas valem menos que um «Grunhaldo»? (Ao menos, a maior parte destes sabe falar sem tropeçar nos brincos. Mesmo as meninas que os usam!)

Todos são merecedores do nosso respeito e apoio mas alguns merecem especial destaque, por terem um palmarés de excelência. Não coloco aqui a lista mas é fácil encontrá-la por aí. Claro que não se conhece nenhum que esteja à venda por vários milhões o quilo. Que carne tão cara a dos futebolistas!!!

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Dois anos na blogosfera

dois anos, na sequência de convite de Victor Simões, iniciei a colaboração no blog colectivo A Voz do Povo. Por falta de conhecimentos técnicos de informática e, mais especificamente, da blogosfera, tive dificuldades que fui tentando suprir, mas nunca me faltou vontade de procurar corresponder às expectativas dos visitantes e dos comentadores. Recordo as ajudas de Victor Simões nos primeiro passos básicos, uma dica de Beezz para ultrapassar uma desformatação de texto e, principalmente, a ajuda muito persistente de Leão Pelado que começou num caso que parecia insolúvel, e depois continuou em problemas menores. A todos o meu reconhecimento e amizade. Passados hoje precisamente dois anos, ainda cá estou com o mesmo espírito de serena persistência e agradeço a todos os que me têm estimulado com os seus comentários nos posts e por e-mail.

Eis o meu primeiro post em blog, que ainda me parece ter actualidade:

Lista de devedores

João Jardim discorda que os madeirenses em dívida ao fisco constem de lista pública, o que leva a pensar se tal lista é sensata e eficiente. Há alguns meses, apareceu uma notícia de que em remota vila do interior um merceeiro afixou na montra uma lista dos caloteiros, logo aparecendo alguns envergonhados a liquidar a sua conta. Mas não houve mais notícias quanto ao resultado global do expediente. Agora, o ministério das Finanças, possivelmente por ideia de um iluminado «assessor» provavelmente daqueles que são nomeados por critério de confiança política, sem atenção à competência, imitou a iniciativa do referido merceeiro e afixou na Internet um lista, não com os cerca de 5.000 devedores inicialmente prometidos, mas com apenas cerca de 5% desse número.

O merceeiro, sem dinheiro para recorrer à Justiça e com dificuldade em fazer prova jurídica, tomou uma decisão que podia ter eficiência no seu meio pequeno. Mas um ministério não tem iguais constrangimentos, dispõe de dados de prova válidos e é apoiado por legislação que lhe permite penhorar bens do devedor, etc.

Não sou afectado pela lista, mas interrogo-me porquê e para quê, uma tal «habilidade»? É certo que sem a lista, o recurso à Justiça, devido à sua lentidão, levaria a adiamentos sucessivos, acabando em muitos casos na prescrição dos processos – problema a resolver através de reformas no Sistema Judicial de que todo o País beneficiaria. Mas, com a lista, só os mais medrosos se apressarão a pagar e, quanto aos outros, haverá mesmo que recorrer à Justiça. E, depois, aqueles que conseguirem ver os processos arquivados serão transformados em bandeira de aliciamento à fraude e à fuga ao fisco. Daqui se conclui que Jardim não é louco, como muitos dizem, mas pelo contrário tem sentido das realidades e pragmatismo o que está sobejamente comprovado pelos êxitos que tem obtido a favor do povo madeirense, dando exemplos de eficácia ao Governo central.

Publicada por A. João Soares, em A Voz do Povo, em 11 de Agosto de 2006 às 3:37 PM

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domingo, 10 de agosto de 2008

É precisa mais segurança nas varandas

A Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), critica a inexistência de normas técnicas nacionais e específicas que obriguem os construtores

a salvaguardar as crianças das quedas de janelas e varandas. E baseia-se no facto de a maioria das varandas das casas portuguesas não serem seguras para as crianças, ao ponto de este ano já delas terem caído seis crianças e tendo havido 13 acidentes deste género em 2007. Estão a ser preparadas regras que serão obrigatórias na construção civil.

"Nenhum adulto está sempre a olhar para a criança, ainda mais em casa, onde as pessoas estão distraídas", pelo que, mais importante do que apelar ao reforço da vigilância dos pais, é preciso garantir a segurança das infra-estruturas. Tudo deve ser feito para proteger seres ainda indefesos.

Depois de ler o post «manta de retalhos» , da autoria da Amiga Mariazita, em que é feita uma comparação muito elegante e subtil das condições de há sete décadas com as de hoje, sinto-me tentado a recordar alguns aspectos diferentes na preparação das crianças para a vida, no que à segurança e precaução diz respeito. Ao contrário de hoje, as crianças viviam muito na companhia de familiares e com eles aprendiam a livrar-se de perigos.

Lembro-me de um carreiro de pé posto, que passava a um metro de um poço de rega com vários metros de profundidade. Se uma criança lá caísse não escaparia de morrer afogada, ou de traumatismo e, no entanto, nunca se ouviu que tal acidente tivesse ocorrido. Anos depois foi generalizada a precaução de vedar a aproximação de poços ou a sua cobertura, mas esta, degradando-se com o tempo podia passar a ser uma armadilha, por deixar de ter a robustez esperada. Também a proximidade dos carros de bois e de outras situações com algum risco eram devidamente medidas e nenhuma criança se sentia tentada a passar além das precauções que lhe foram ensinadas.

As crianças, ao mesmo tempo que iam aprendendo a andar de gatas e depois a andar sem amparo, tomavam também conhecimento das realidades ambientais, com o apoio de familiares e vizinhos. Porém, o calendário não pára e outros tempos vieram em que as crianças não podem usufruir do ensino permanente dos crescidos e, mesmo nos infantários, pouco lhes é ensinado de prático e útil para gerirem a sua vida, para enfrentarem dificuldades ou perigos. A evolução social nem sempre evolui pela melhor via. Foi nesse ambiente rural, que há pouco mais de vinte anos, ouvi uma menina citadina já com mais de 10 anos perguntar se as batatas nasciam na adega.

Perante estas alterações da tomada de conhecimento pelas crianças dos perigos que as espreitam e da impossibilidade de lhes serem criados hábitos adequados de prevenção e de preocupação com a segurança, a APSI está no bom caminho ao preparar e propor medidas eficientes para a segurança das varandas em relação aos perigos de queda de crianças.

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Ninguém se cruza por acaso

As pessoas entram na tua vida,
- por uma razão,
- por uma estação ou
- por uma vida inteira.

Quando perceberes porque motivo é, vais saber o que fazer com cada pessoa.

Quando alguém está na tua vida por uma razão
... é, geralmente, para suprir uma necessidade que tu demonstraste.
Elas vêm para ajudar em dificuldades, dar apoio e orientação, ajudar, física, emocional ou espiritualmente.
Elas poderão parecer dádiva de Deus, e são!!!
Elas estão lá pela razão de que precisas que estejam lá.
Depois, sem nenhuma atitude errada da tua parte ou numa hora inconveniente, essa pessoa vai dizer ou fazer algo que leve a relação a um final.
. Às vezes… essas pessoas morrem.
. Às vezes… elas simplesmente se vão.
. Às vezes… elas agem e forçam-te a tomares uma posição.
O que devemos entender é que as nossas necessidades foram atendidas, os nossos desejos satisfeitos e o trabalho delas foi feito. As tuas orações foram atendidas. E agora, é tempo de ir.

Quando pessoas entram nas nossas vidas por uma estação
... é porque chegou a tua vez de dividir, crescer e aprender.
Elas trazem-te a experiência da paz, ou fazem-te rir.
Elas poderão ensinar-te algo que nunca fizeste.
Elas, geralmente, dão uma quantidade enorme de prazer.
Acredita!!! é real!!! Mas, somente, por uma estação.

Relacionamentos de uma vida inteira
... ensinam lições para a vida inteira. coisas que deves construir para teres uma formação emocional sólida.
A tua tarefa é aceitar a lição, amar a pessoa e pores em prática o que aprendeste em todos os outros relacionamentos e áreas da tua vida.
É dito que o amor é cego, mas a amizade é clarividente.

Ensinar-te-ão:
. trabalha como se não precisasses do dinheiro.
. ama como se nunca tivesses sido magoado.
. dança como se ninguém estivesse a ver.
. o maior risco da vida é não fazer nada.

De autor desconhecido. Retirado de um anexo .pps recebido por e-mail

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sábado, 9 de agosto de 2008

Jovens desejam preparar o futuro

Em comunicação relativamente recente, Cavaco Silva lamentava que os jovens estejam tão indiferentes à política, tema que ocasionou muito interesse na comunicação social, mas nem sempre sendo apontado o dedo claramente à quebra de prestígio dos partidos. Ninguém esquece que tem havido nas eleições autárquicas dissidentes de partidos que avançaram como candidatos independentes e obtiveram melhor resultado do que os candidatos dos seus antigos partidos.

Agora, em época de preparar as entradas no novo ano político, os grandes partidos que costumavam fazer grandes concentrações de adeptos, mudaram de táctica, reconhecendo a sua perda de capacidade de mobilização. Os comícios saíram de moda. Em vez deles, efectuam universidades de Verão, dias de debates temáticos, sessões públicas, marchas, workshops.

Trata-se de um "ajustamento" à realidade, porque há uma descapitalização na filiação partidária, as bases sociais tornaram-se diferentes e menos substanciais, encontrando-se esvaziados de uma dimensão de massas, e, por isso, orientam-se mais para outros eventos comunicacionais, que sejam facilmente orquestrados pela comunicação social.

Como Cavaco deixava entrever, os partidos têm uma máquina enferrujada a funcionar mal e com deficiente sistema de representação política, deparando, consequentemente, com a "indiferença dos cidadãos", nomeadamente os jovens, por natureza generosos.

Porém, há da parte dos mais jovens uma semente que promete germinar, se for bem apoiada, pois, entre os mais válidos intelectualmente, há vontade de criar algo de novo, lutando contra pré-conceitos desactualizados e ideias cristalizadas, inviáveis como base para um futuro melhor. Os jovens têm pouco apelo pela política porque não acreditam em muitos políticos profissionais que estão demasiado concentrados nas palavras e pouco atentos às realidades e directrizes de progresso.

Os jovens querem ter um papel na política, interessando-se pelos problemas fundamentais, como a precariedade de emprego, as energias alternativas, a emigração, a paridade de oportunidades entre géneros, o tratado de Lisboa". Pretendem discutir temas sérios, lutar contra o cinzentismo das vidas e reclamar o direito à liberdade, à vida, à imaginação".

Os partidos dispõem neles de um terreno fértil para a sua renovação, dando-lhes apoios para analisarem as eventuais hipóteses de desenvolvimento humano, social, económico e político do País, a fim de paulatinamente prepararem o Portugal de amanhã a concretizar de forma evolutiva e sem sobressaltos como os três do século passado de que devem ser retiradas as lições para não se voltar a cair nos mesmos erros. Tal preparação deve ser feita sem pressões dos políticos profissionais de hoje que imprimem sempre visões parciais que ocultam as realidades. Não se deve esperar que os jovens estejam dispostos a ser meros moços de recados de pessoas sem prestígio.

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‘Magalhães’ não faz génios

Muito se tem dito a propósito do apetrechamento das escolas com computadores portáteis individuais, a favor e contra. Mas o mais importante que tive oportunidade de ler sobre o caso é que, em questão tão importante como a governação e a atenção a prestar ao ensino, condição básica para a evolução do País, não devemos limitar a observação à árvore sem procurar ver toda a floresta.

Um computador, tenha ou não componentes nacionais, só por si, não será capaz de fazer o milagre de criar génios da física e da matemática, cientistas ou gestores, se não for organizado o ensino por forma a deixar de haver maus alunos, más escolas e maus professores. Os óptimos alunos criam bons equipamentos, mas os melhores equipamentos não transformam maus alunos em futuros génios.

Muitas vezes parece faltar aos políticos uma noção básica de planeamento e programação, a partir de um estudo sério e realista de todos os factores definidores da situação actual e da sequência de acções coordenadas e orientadas para o objectivo previamente definido e aceite sem reservas até ser atingido. Não parece bom procedimento querer começar a construção da casa pelo telhado, sem antes conhecer o terreno em que vão ficar as fundações.

Estas reflexões suscitadas pelo artigo «O ‘Magalhães’» fazem me recordar um caso ocorrido em Viseu, há mais de 60 anos, na melhor papelaria da época, na Rua Formosa a poucos metros do Rossio.

Estava-se em plena II Guerra Mundial e na região explorava-se clandestinamente volfrâmio, um minério raro indispensável à indústria de armamento, sendo revolvidos os melhores terrenos agrícolas à procura do «minério», lavavam-se todas as pasadas de terra para obter o pó negro que era ensacado e oculto à espera de comprador. Quem não gostava disso eram as empresas mineiras que tinham explorações industriais em vários pontos da Beira.

Gente pobre viu-se, de repente, com muito dinheiro e ostentava uma riqueza a que não estava habituada nem sabia gerir. Havia quem acendesse o cigarro com uma tocha feita por uma nota enrolada, havia a Isaltina que disse na taberna que o homem só queria comer fiambre desde que foi ao Porto com o Almeida, etc. etc.

Mas estas linhas destinaram-se apenas para definir o ambiente de falta de visão gestionária que está na base do caso ocorrido na papelaria. O Manel entrou e disse que queria comprar uma caneta daquelas que não são de molhar no tinteiro, mas das outras. O vendedor, muito atencioso, foi-lhe mostrando as canetas de tinta permanente e dizendo o preço enquanto o Manel ia olhando sempre para as mais caras. A dada altura o empregado, defendendo o dinheiro do cliente, disse-lhe que «esta» é mais barata do que «essa» mas escreve muito bem, porque tem um aparo mais macio e a tinta é debitada de forma muito regular, sem borrar nem secar. Quer experimentar? O Manel, que não sabia escrever nem pegar na caneta, respondeu rápido: Não a quero para escrever, é só para pôr aqui (indicou o bolsinho do casaco junto à banda) para ir tirar o retrato.

Desculpe-me o ‘Magalhães’ de eu me ir recordar da caneta do Manel, mas as ideias associam-se de forma automática pouco controladamente, quando o disco rígido já tem muitos Gigas armazenados.

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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Acidentes de trabalho. Pirotecnia

Mais uma explosão em fábricas de pirotecnia. Desta vez, foi em Ponde Lima e fez oito feridos tendo dois sofrido queimaduras graves. Ficaram destruídos três paióis e resultou um cenário de verdadeira catástrofe. Este tipo de acidentes é, infelizmente, frequente por todo o País, por vezes com perdas de vidas.

Tal como no sector da construção civil, impõe-se que haja uma actividade de aconselhamento (não gosto do termo inspecção), com sanções adequadas para as situações graves, e campanhas de aconselhamento, ou formação profissional, de todo o pessoal a fim de serem tomados os devidos cuidados com o armazenamento e o manuseamento das matérias perigosas.

É imperioso que cada um tenha a noção do perigo que corre e da maneira de evitar acidentes. Há a tendência para ir ignorando os cuidados, até que um dia a lassidão dá muito mau resultado. A PSP e/ou a ASAE têm ali um papel importante, não apenas na burocracia, mas principalmente em acções de aconselhamento e de esclarecimento.

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Assalto com reféns. PSP de parabéns

PSP atira a matar e salva reféns ao fim de oito horas
Isaltina Padrão e Kátia Katulo

Lisboa. Foram quase nove horas de terror as vividas ontem na dependência do BES. Uma tentativa de assalto, protagonizada por dois jovens brasileiros, degenerou no sequestro de três pessoas: dois funcionários e uma cliente. Esgotadas as negociações, o Corpo de Intervenção actuou eficazmente.

Dois tiros da PSP bastaram para acabar com oito horas e meia de um sequestro num banco do centro de Lisboa. Os dois assaltantes brasileiros entraram pelas 15.00 no Banco Espírito Santo (BES), na Rua Marquês da Fronteira. Cerca das 23.00 - depois de seis horas de negociações -, os suspeitos apareceram à porta das instalações bancárias apontando armas à cabeça do refém, um funcionário, e do pescoço da gerente.

Foram os últimos 20 minutos de terror de uma negociação que durou seis horas. A equipa de negociadores foi falando com os ladrões. A negociação foi combinada com a equipa táctica do Grupo de Operações Especiais, tentando que os suspeitos se expusessem, ficando à mercê dos atiradores, o que acabou por acontecer.

Os dois tiros secos atingiram os sequestradores e os reféns conseguiram escapar. Um dos assaltantes terá tido morte imediata e o outro sofreu ferimentos muito graves, tendo sido transportado para o Hospital de São José, onde chegou ainda com vida. A mulher refém, Ana A., gerente do banco, saltou e fugiu. Depois dirigiu-se para um grupo de amigos que a esperava cá fora e a sua preocupação era se os "filhos" estavam a ver a televisão.

Os dois brasileiros que fizeram o assalto, aparentando ter entre 20 e 30 anos, revelaram, segundo fontes policiais, "muita inexperiência". Tentaram assaltar um banco sem movimento - tem três funcionários, o outro estava de férias neste momento - e num cruzamento movimentado sem prédios em frente. Esta dependência do BES é de depósitos rápidos, não trabalha com dinheiro "vivo", nem tem o chamado caixa.

Leonel Carvalho, responsável pelo Gabinete Coordenador de Segurança Nacional, diz que houve um " mau planeamento". No passeio, desde o início, manteve-se estacionado um carro, com os piscas ligados, que levantou suspeitas à polícia. À sua frente, puseram uma lagarta de pregos, tentando evitar a fuga dos suspeitos.

No local foi criado um perímetro de segurança de 200 metros e ali se mantiveram dezenas de agentes da PSP, da PJ e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), várias ambulâncias do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) - incluindo uma de transporte médico avançado que faz reanimações - e muitos moradores não entraram em suas casas, tendo alguns sido "abrigados" nas viaturas das autoridades.

A acção da polícia foi rápida: cerca das 15.05, foi dado o alerta pelo banco, quando a dupla entrou armada. Os ladrões não tiveram tempo de fugir, acabando por se barricar nas instalações, fazendo refém quem lá estava dentro: a gerente, um funcionário e uma cliente de 52 anos.

Quase uma hora após a chegada das autoridades, um dos reféns foi libertado. Era a cliente, que sofreu um ataque de ansiedade grave e os suspeitos acabaram por a deixar sair. "A mulher foi assistida sem necessitar de ir para o hospital", disse ao DN fonte do INEM.| Com PAULA SANCHEZ

NOTA: O povo português tem motivo para se sentir confiante na serenidade da PSP que pacientemente manteve um diálogo durante oito horas e agiu apenas com a violência adequada e eficaz no momento decisivo.

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quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Mau início de férias

Após mais onze meses de trabalho duro e de poupança severa, o Sr. Alfredo (nome fictício) lançou-se à viagem de França para Trás-os-Montes a fim de passar um mês mal contado de merecidas férias na casinha que, há alguns anos, construiu com os francos que foi juntando, muitas vezes à custa da privação do cigarro, do café e de umas cervejas em companhia de amigos e conterrâneos.

A viagem foi longa e fatigante com a mulher e os filhos no curto espaço habitável, entre a bagagem para todo o tempo de férias e alguns presentes para a família, ao que se juntou o calor e a impaciência dos mais jovens.

Mas, normalmente, a um sacrifício segue-se o prazer que lhe serviu de justificação e, quando atravessaram a fronteira, agora quase imperceptível, e se sentiram na terra dos descendentes de Afonso Henriques, a sensação de alívio fez esquecer a dureza do percurso que já era passado.

A mulher, sempre cuidadosa, recomendou que não facilitasse e continuasse a conduzir com prudência, porque os acidentes podem acontecer até ao último momento da viagem. E é sabido que em Portugal se conduz com elevado risco, alguns sem carta, sem seguro do carro, com excesso de álcool, de droga, velocidade excessiva, curvas dadas fora da mão, etc

O Alfredo compreendeu e aceitou os avisos e assentiu que devia ser mais prudente e cauteloso do que na parte anterior da viagem, e foi com uma alegria muito saudável que, passado algum tempo, avistou lá longe as primeiras casas da sua terra, o seu destino de viagem, em Chaves, onde iriam tomar um banho refrescante e estender-se para recuperar a postura esquelética muito abalada durante tantas horas de corpo encarquilhado.

Mas tal alegria depressa desapareceu de forma inesperada, estranha, insólita. Não puderam entrar em casa, por falta de qualquer acesso. A sua casinha tão desejada, o seu refúgio tão almejado nos últimos dias, estava agora inacessível, lá no alto, no meio das nuvens, separada desta humilde família emigrante, trabalhadora, por mais de quatro metros por cima de um talude vertical que cortou qualquer possibilidade de acesso às pessoas, ao carro, às bagagens. Enfim, a família estava sem casa, na rua, embora tivessem sido pagos dentro dos prazos, os impostos e as contribuições.

O que se passou? Não foi um abatimento de terras, tectónico, geológico, mas um erro, talvez um crime, uma falta de respeito pelos cidadãos e suas propriedades, por parte de orates que ficam cegos para tudo, quando «pensam» no seu dinheiro e só nele. Para construírem uma urbanização, decidiram terraplanar o terreno e, naquele sítio, mais alto, cortaram às cegas tudo, incluindo o caminho de acesso à casa.

Na sua cegueira de autómatos accionaram os buldozers, as escavadoras e cortaram o terreno com frio rigor matemático. Entretanto, as pás-carregadoras e os camiões encarregaram-se de transportar os escombros para um local baixo, talvez uma linha de água onde acabarão por, em caso de chuva forte, originar inundações que causem prejuízos a outras vítimas da insensatez destes «engenheiros».

Um trabalhador que estava por ali, talvez mal pago, mas defensor do seu patrão, disse que estava tudo legal (parece político!) e aprovado pela Câmara, e que fosse queixar-se à Câmara. O Alfredo foi e deu com o nariz na porta fechada, pois era sábado, 2 de Agosto. Nem um piquete de urgência havia. Foi à Polícia que, como lhe competia, «tomou conta da ocorrência», isto é, escreveu num papel qualquer coisa a propósito. Mas ele continuou a olhar para a sua casa cá de baixo, sem dela se poder aproximar mais do que os quatro metros da altura do talude vertical.

Consta-se que agora o assunto já está entregue a advogado para ser resolvido pelo tribunal, mas entretanto ou desiste das férias e vai para França sem desejo de cá regressar ou gasta um dinheirão em pensão, ou incomoda uns familiares que tenham uma casa mais espaçosa. E esperará anos até que o meritíssimo tribunal decida de sua justiça!

Perante este caso insólito, fica a dúvida se se estava perante um facto real ou um episódio anedótico de uma comunidade de doidos, acéfalos com acesso abusivo a máquinas que não sabem utilizar, sem respeito por qualquer ser vivo, mesmo que se trate de uma família de humanos.

Mesmo que houvesse necessidade de prejudicar provisoriamente o acesso à casa, tal não devia ser feito sem antes falar com o proprietário, directamente ou através de familiares ou amigos.

País de anedotas em que, por um lado, os ambientalistas lutam contra estradas, pontes e barragens que possam prejudicar o habitat de animais ou plantas, mas por outro lado, com o consentimento ou indiferença de um Câmara Municipal, priva-se uma família laboriosa, com as suas contas em dia de poder entrar em sua casa.
Seres humanos são menos protegidos do que animais e plantas, que usufruem da defesa acrisolada dos ambientalistas.

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Discriminação. Sim ou não?

Ontem era noticiado que as meninas a quem hoje é permitido o ingresso na Marinha, coisa que estava reservada apenas a homens, fizeram um choradinho para poderem entrar nos Fuzileiros, especialidade preparada para combates de grande violência e perigosidade, talvez porque acham que o respectivo crachá é muito decorativo e prestigioso. O Sr. ministro da Defesa, muito sensível a tais apelos femininos, e não querendo ser apelidado de machista, determinou que se deve "respeitar o princípio da igualdade de género no acesso a todas as classes e especialidades", ficando assim a Marinha obrigada a aceitar mulheres nos fuzileiros.

Será uma atitude louvada por todas as feministas que lutam pelo uso de símbolos que apenas eram apanágio de homens altos, fortes e espadaúdos!

Mas os mais entendidos, logo chamaram a atenção para certos pormenores significativos.

O almirante Vieira Matias diz que a não admissão de mulheres nos fuzileiros não é "uma questão de inferioridade, mas de diferença" - por exemplo, a "emotividade das mulheres desaconselha que entrem em combate directo". E há a questão física: "O esforço, até mesmo o peso do equipamento, pode ser excessivo."

O general Garcia Leandro diz que, em nome do princípio da igualdade, o sexo feminino não deve ser impedido de concorrer - "depois, a realidade fará a sua selecção". Ou seja, "na maior parte dos casos as senhoras serão eliminadas".

De forma parecida o general Loureiro dos Santos manifesta-se contra qualquer limitação. "Por princípio não deve haver nenhuma discriminação", salienta - as mulheres devem poder entrar "desde que tenham capacidade para atingir o standard exigido". E alerta que "Não podemos fazer o downgrading dos fuzileiros para pôr lá mulheres. Não pode haver comandos ou fuzileiros de primeira e de segunda."

Por seu lado, o general Leonel Carvalho reforça a mesma ideia. "As forças especiais existem para tarefas e missões de grande perigosidade, de grande exigência física e psicológica. Concordo que as mulheres tenham acesso, mas têm de fazer o que é exigido para ser fuzileiro. Homem ou mulher, tem de cumprir as mesmas exigências".

Mas, perante estas objecções, elas que, mesmo sendo loiras, não são tão estúpidas como as anedotas as pintam, logo consideram que para usar o crachá e o título, não é necessário correr os riscos dos combates demasiado másculos. Elas não tomarão parte em missões de combate e justificarão a especialidade desempenhando funções de limpeza, cozinheiras, amanuenses, enfermeiras de retaguarda, apoios psicológicos, etc. mas, embora parecendo iguais a todas as mulheres militares, elas têm a distinção de serem denominadas fuzileiras.

Onde está então a discriminação? Onde começa e onde acaba a tal diferenciação de sexos? Mas as vaidades femininas levam grandes homens a sucumbir dando-lhes apoio legal. E, depois, o downgrading dos fuzileiros a que se refere Loureiro dos Santos, virá a caminho, sem grandes atrasos.

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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A tigela de madeira do avô

Depois do post que Mariazita publicou no blog Sempre Jovens com o título «Através dos olhos de uma criança», trago aqui uma outra história relacionada com os velhos (eufemisticamente designados por seniores, idosos ou terceira idade) e o exemplo negativo que, muitas vezes, está a ser dado às crianças.

A Tigela de Madeira

Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos de idade. As mãos do velho eram trémulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.
A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trémulas e a visão falha do avô atrapalhavam-no na hora de comer. Ervilhas rolavam da sua colher e caíam no chão. Quando pegava no copo, o leite era derramado na toalha da mesa. O filho e a nora irritaram-se com a bagunça.
- "Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai", disse o filho.
- "Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão."

Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o resto da família fazia as refeições à mesa, com satisfação.
Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, a sua comida passou a ser servida numa tigela de madeira.
Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas nos olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.

O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio. Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira.
Ele perguntou delicadamente à criança:
"O que estás a fazer?"
O menino respondeu docemente:
- "Ah, estou a fazer uma tigela para você e mamãe comerem, quando eu crescer."

O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. Então lágrimas começaram a escorrer-lhes dos olhos.

Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família.
Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, o leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.

De uma forma positiva, aprendi que não importa o que aconteça, ou quão ruim pareça o dia de hoje, a vida continua, e amanhã será melhor.
Aprendi que se pode conhecer bem uma pessoa, pela forma como ela lida com três coisas: um dia chuvoso, uma bagagem perdida e os fios das luzes de uma árvore de natal que se embaraçaram.
Aprendi que, não importa o tipo de relacionamento que tenha com seus pais, você sentirá falta deles quando partirem.
Aprendi que "saber ganhar" a vida não é a mesma coisa que "saber viver".
Aprendi que a vida às vezes nos dá uma segunda chance.
Aprendi que viver não é só receber, é também dar.
Aprendi que se você procurar a felicidade, vai se iludir. Mas, se focalizar a atenção na família, nos amigos, nas necessidades dos outros, no trabalho e procurar fazer o melhor, a felicidade vai encontrá-lo.
Aprendi que diariamente preciso alcançar e tocar alguém. As pessoas gostam de um toque humano – segurar na mão, receber um abraço afetuoso, ou simplesmente um tapinha amigável nas costas.
Aprendi que ainda tenho muito que aprender...

E por tudo isso acho que você deveria transmitir esta mensagem para os seus amigos. Às vezes eles precisam de algo para iluminar seu dia.
As pessoas se esquecerão do que você disse... Esquecerão o que você fez... Mas nunca esquecerão como você as tratou.

NOTA: Desconheço o autor. Foi recebida num anexo de e-mail de pessoa conhecida

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