Transcrevo do Blog A Tulha do Atílio este post que merece muita atenção pela incoerência que denuncia num momento em que a atenção das pessoas foi chamada para o património que os portugueses de antanho deixaram pelo Mundo, enquanto todos continuam de olhos fechados para a preservação daquilo que por cá temos de imenso valor real e sentimental. É lamentável que ocorram tais actos de banditismo criminoso de lesa Pátria.
Banditismo Criminoso no Arsenal do Alfeite.
Será possível o que acaba de me ser transmitido, e que transcrevo ?
Se não tivesse ouvido de viva voz e visto e lido com os meus olhos, não acreditaria que seria possível de acontecer, no nosso pais. Um escândalo e uma irresponsabilidade tamanha que não é admissível acontecer.
Destruir uma parte da nossa memória colectiva. Destruindo aquela que é a maior e melhor colecção mundial na área da metalomecânica e da indústria naval De onde se destacam por exemplo cinco mil moldes que existem feitos todos em madeira (!) e que serviram durante décadas para construir peça a peça navios portugueses.
Mas há mais.
Desde todo o material fotográfico relativo ao lançamento e construção de navios no Arsenal do Alfeite até toda a documentação que existe desde 1939 e até alguma que existe desde os tempos do Arsenal de Lisboa que remonta ao século XVI.
Património, máquinas, equipamento, documentação, correspondência, únicos na Europa e no mundo estão a ser destruídos e nalguns casos vendidos a preços de 1939 (por cêntimos e por poucos euros a peça)!
Tudo isto e muito mais está a acontecer, a ser feito, quase debaixo do nosso nariz, com vários silêncios cúmplices, à excepção da Comissão de Trabalhadores do Arsenal do Alfeite que tem chamado à atenção para tudo isto com muita coragem.
É urgente que o Ministério da Defesa trave esta autêntica limpeza cega no Arsenal do Alfeite. É que a transformação do mesmo em sociedade anónima não pode validar autênticos atentados à nossa memória histórica.
A história de Portugal sempre esteve muito associada ao mar. Quer o Arsenal de Lisboa, quer o Arsenal do Alfeite nesse domínio têm muita da memória histórica da nossa indústria naval.
É urgente que se ponha termo a esta autentica limpeza e destruição de moldes, equipamento, máquinas, documentação e correspondência. Todo este espólio tem de ser recuperado, reunido, catalogado, tratado, preservado e colocado ao serviço do nosso país.
Criando-se, se necessário for, uma parceria com o Município de Almada.
Porque desmantelar e limpar o Arsenal do Alfeite por si só é um crime.
Que tem de ser punido.
Doa a quem doer!
Feliciano Barreiras Duarte
Professor Universitário
ATENÇÃO: Estamos em 27 de Junho às 06h00. Peço desculpa de ter aqui transcrito este texto do deputado que usa o título de professor universitário para, de forma grosseira, querer lançar lama para instituições respeitáveis faltando à verdade, como está documentado em comentário com texto do Engenheiro Construtor Naval, Contra-Almirante Victor Gonçalves de Brito. Como prezo a VERDADE e o meu bom nome, não posso deixar de aqui colocar este apontamento.
El País
Há 3 minutos
6 comentários:
Amigo João,
Obrigado pela atenção que tiveste.Quanto ao post em si revela por parte dos governantes um total desinteresse por tudo quanto diz respeito a PATRIMÓNIO. A única coisa que lhes interessa é vende-lo ao desbarato sem qualquer atenção e respeito pela nossa História pensando nos lucros dessa venda para depois desbaratarem esses dinheiros em seu belo proveito.São uns irresponsáveis a quem se lhes deu poder discricionário para poderem tudo fazer sem serem reponsabilizados pelos dislates que cometem. Miséria de Vida a nossa!
Um abraço amigo
Amigo Luís,
São uma cambada. Nunca se sabe se falam verdade ou mentira, não merecem confiança, não merecem o nosso voto.
São gente desqualificada, sem princípios morais, sem formação para as funções de responsabilidade de que são incumbidos. Com gente assim não há regime que possa ir longe.
Por todos os sectores se verifica a incapacidade dos governantes. No caso do post há a incoerência entre a cerimónia das maravilhas espalhadas pelo Mundo e o desprezo pelas «maravilhas» que existem no rectângulo.
Não se conhecem linhas coerentes para preparar o futuro de Portugal. Não está definido qual é o principal problema do País, o que merece maior prioridade de esforços. Sem essa definição não pode haver esboços de solução e, por isso, o TGV não pode ser explicado.
As próprias condecorações do 10 de Junho foram formalidades sem significado para o futuro de Portugal. Precisam-se mais exportações mas não foi condecorado o industrial que mais exporta.
São precisos empregos, mas não foi condecorado o empresário com maior quantidade de trabalhadores, ou com maior massa salarial (sem contar com os administradores e directores).
O Estado está endividado e precisa de impostos mas não foi condecorado o empresário que paga mais impostos.
Em conclusão, faltou, como em tudo o mais, uma clara definição dos objectivos inseridos nos interesses nacionais, faltou coerência com linhas estratégicas bem claras.
Vivemos de puro amadorismo em todos os escalões.
O que se pode esperar disto tudo???
Um abraço
João
Caro João,
Recebido do Alberto:
Caro Luís
Embora continue de baixa (da Net) difundi o teu mail sobre o Arsenal do Alfeite e obtive, do Almirante Botelho Leal, a resposta que junto e cuja prontidão também lhe agradeço, a bem da verdade..
Abraço
RS
Caro Camarada
Espero que esta sua saída da Net seja temporária e aceda a este meu mail.
Quando vi a notícia no JN, não só a publiquei no blogue A Voz da Abita, como pedi explicações ao Administrador d AA o Contra-Alirante Engenheiro Construtor Naval V. Gonçalves de Brito.
É a resposta dele que a seguir transcrevo.
Cumprimentos,
José Botelho Leal
V/Alm Ref.
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Prezado Almirante Botelho Leal,
A história transcrita em "A Voz da Abita (na Reforma)" sobre o património cultural e histórico do Arsenal é falsa.
Junto uma carta que seguiu para o Jornal de Notícias e que seguirá igualmente com os necessários ajustes para o deputado Feliciano Barreiras Duarte. Julgo que nessa carta estão todos os elementos que demonstram a maneira com se faz política em Portugal e se fazem afirmações injuriosas e infundadas sem se cuidar de averiguar a respectiva veracidade, nomeadamente quando há todas as condições para tal.
Tudo começou com uma audiência parlamentar pedida pela Comissão de Trabalhadores do Arsenal do Alfeite, alegadamente preocupada com o futuro dum conjunto de maquinaria e peças abatidas com potencial interesse para serem colocadas num museu de construção naval, que estão reunidas num local de armazenagem que eu disponibilizei para o efeito aqui no Arsenal, depois de ter criado em 2003 um "Núcleo Museológico" destinado a fazer a apreciação sistemática do material industrial e administrativo abatido por obsolescência. Embora eu não estivesse presente na audiência, a Comissão de Trabalhadores afiançou-me que nada de negativo disseram sobre o desempenho da actual direcção do Arsenal na protecção do que existe, limitando-se a sensibilizar os deputados para o interesse da preservação do património cultural do Arsenal nesta fase de transição, nomeadamente com a intervenção do Ministério da Cultura.
Pelos vistos, os deputados da oposição não se fizeram rogados em aproveitar para atirar pedras contra o Governo. Só que quem acaba por ser atingido é quem tenta fazer as coisas bem feitas com as condições disponíveis.
Cumprimentos
Victor Gonçalves de Brito
CAlm ECN
PS: aproveito para referir que estamos a conservar no Arsenal o rebocador "Cordoaria", ainda construído no Arsenal de Marinha (salvo erro em 1922), aguardando oportunidade de ser reconstruído com o arranjo inicial, incluindo a máquina propulsora a vapor.
Caro Luís,
É lamentável como se faz política neste País. O facto de um deputado se dizer professor universitário, é mais uma forma desonesta para lançar poeira nos olhos das pessoas.
Já era minha convicção que o pior mail da política é ter muitos indivíduos com tal profissão tal como o Direito, que nada sabem da vida real e abusam da palavra como arma para impor teorias sem fundamento. Não se pode esquecer o caso recente da forma artesanal como o Vital Moreira conseguiu a derrota do PS nas eleições para o PE.
No post Políticos perante a realidade, aqui colocado em 20 de Maio e que vem juntar-se a muitos outros anteriores, fica-se com uma noção da incompetência generalizada dos políticos e das as asneiras que daí resultam para Portugal. Claro, que admito a existência de eventuais excepções, mas o assunto abordado no post de 2 de Maio, E todos concordaram, mostra bem que o que move os deputados e os políticos em geram não são os interesses nacionais, não é a prosperidade dos portugueses e do país, mas sim os benefícios dos partidos e deles próprios.
Uma vergonha. Como diz Medina Carreira, um nojo.
Um abraço
João Soares
Amigo J. Soares
Estou chocado com o que acabei de ler. Isto só acontece porque desde há muito que a política em Portugal, é feita muitas vezes através de mentiras, insultos e falsidades, sem que se responsabilize e denuncie quem assim procede. Tudo é lícito para se atacar adversários políticos e instituições. Felizmente que foi logo denunciada a falsidade da notícia.
Obviamente sem generalizar, há deputados que não têm formação ética e estatura moral e intelectual para se sentar no parlamento, em representação do povo que os elegeu. E mais grave é o silêncio cúmplice dos partidos Cada vez mais a classe política se desprestigia perante o País. Como será possível sair deste pântano da mentira e baixa política que nos está a destruir?
Como tu e Medina Carreira referem: uma vergonha e um nojo.
Um abraço
Eurico
Caro Eurico,
Neste caso, não pode haver dúvidas acerca das palavras do Almirante Víctor Gonçalves de Brito, contra as venenosas superficialidades arrogantes de um deputado mal intencionado, que não teve competência para ouvir e compreender os trabalhadores que com ele falaram e, depois, usou de uma linguagem truculenta e falsa acrescida da arrogância de de acrescentar a sua qualidade de professor, para dar credibilidade às suas aleivosias, o que também acaba por lançar lama sobre os seus colegas docentes.
Parece aquele que se intitulava engenheiro sem o ser.
E, com isso, arrastou para o engano muita gente a quem o e-mail foi enviado e reenviado, com as melhores intenções.
Salvo eventuais excepções, não podemos ter a mínima confiança nos políticos; nunca sabemos se estão a mentir muito ou pouco!
Um abraço
João
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