O nosso actual representante militar (MILREP) na NATO, vice-almirante Lima Bacelar, cessa funções no fim do ano e a Organização, que não funciona no estilo da nossa AR (quando tratou da substituição do Provedor de Justiça), exige que Portugal tem de dar, nos próximos dias, o nome do seu sucessor.
O tenente-general Pina Monteiro é o principal candidato à nomeação para o referido cargo, apesar dos esforços do chefe de gabinete do ministro da Defesa, major-general Rodrigues Viana, para ocupar o lugar.
Segundo notícia do DN, «o ministro da Defesa tem de lhe dar um prémio», numa altura em que já começaram a ser publicados os louvores dados por Nuno Severiano Teixeira a membros do seu gabinete, por efeito da próxima mudança de Governo. Mas os interesses coniventes do ministro não deverão sortir efeito, apesar de, nas últimas semanas, ter abordado o caso com o chefe do Estado-Maior do Exército, entre outras razões, porque Rodrigues Viana para ser nomeado teria de primeiro ser promovido a general de três estrelas (tenente-general) - ultrapassando quase uma dezena de oficiais mais antigos ou, em alternativa, com a maioria deles a ser promovida -, que, não sendo curial, daria acesa polémica num sector sensível da vida nacional, até porque "não há vagas para promoções a três estrelas" no Exército, tendo a última ocorrido "há mais de um ano".
Para conhecer melhor os pormenores desta intromissão política nas Forças Armadas, convém ver toda a notícia, clicando aqui e aqui.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Compadrio e conivência nem sempre resultam
Publicada por A. João Soares à(s) 18:55
Etiquetas: MDN. MILREP
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4 comentários:
Caro joão,
Como disse na Tulha:
"Quanto ao exposto no post é "mais sempre do mesmo"! Pagamento de favores, compadrio, situações de conveniência, etc., etc. Nada de nomeações por mérito dos participantes! É por esta falta de qualidade dos diversos intervenients que não chegaremos a bom porto!!!! E depois são capazes ainda de dizer que eu sou pessimista e derrotista..."
Um abração muito amigo.
Caro Luís,
Já estávamos habituados a isso nas instituições políticas, mas nos militares não era muito notado, porque a ética militar, muito rigorosa, o dificultava um pouco. É grave que os políticos queiram conspurcar um reduto de qualidades morais e patrióticas.
Será bom que os generais que chefiam não se deixem arrastar «demasiado» pelas pressões dos políticos. Bem bastam as internas!
Um abraço
João Soares
Conforme José Morais Silva - Cor. Pil. Av. REF. diz, transcrevo:
PREPARAÇÃO DE UMA GOLPADA
Ora aqui está uma oportunidade para os Generais do Exército mostrarem a sua estirpe!
O Ministro pode tentar uma de três manobras, todas ilegais:
- Promover o seu candidato a Tenente General ultrapassando vários Majores Generais.
- Promover todos os Majores Generais imediatamente posicionados à frente do candidato de modo a que a promoção do candidato seja feita sem ultrapassagens.
- Fazer o "downgrade" da função de modo a que a posição possa ser ocupada por um Major General.
Qualquer uma das soluções constitui uma ilegalidade grosseira que, a ser tentada pelo Ministro, terá de receber, por parte de todos os Generais do Exército uma repulsa total, solicitando que o seu CEME transmita ao CEMGFA tal posição e exigindo que o Ministro desista de imediato das suas manobras, pois o Exército não aceita manobras que escondam favores de compadrio e que há um limite para as ilegalidades.
Caro Luís,
Trata-se de um oficial que tem mostrado grande valor. Aguentou a Força Aérea nos primeiros tempos do PREC e, agora, mantém a cabeça a funcionar com muita clarividência e sem medo de expor os seus pensamentos a propósito daquilo que se passa no País. Portugal precisa de pessoas como ele observador e corajoso para bem dos portugueses.
Um abraço
João
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