Um escândalo que está a chegar ao fim, mas de maneira escandalosa e pouco dignificante para os principais partidos políticos. O Provedor da Justiça devia ter sido substituído há cerca de um ano, por ter terminado o mandato. O seu substituto devia ter sido nomeado de forma a tomar posse no dia seguinte ao termo do mandato de Nascimento Rodrigues.
Mas a incompetência, a ausência de sentido de Estado, impossibilitaram a nomeação que ainda não teve lugar. Um escândalo porque, sendo este um assunto de Estado, de interesse nacional, não concitou acordo entre os principais partidos para se concretizar em prazo aceitável. Mas, pelo contrário, num assunto sem interesse nacional, o da «lei do financiamento dos partidos, porventura convalidando soluções que nem sempre serão as mais adequadas», segundo a opinião do Presidente da AR, houve muita facilidade de todos os partidos para se entenderem sobre o financiamento com dinheiro vivo, a tão falada solução que coloca os partidos mais ou menos coniventes com a lavagem de dinheiro sujo de vários tipos de traficantes, corruptos, etc.
O provedor de Justiça esperou e, ao fim de um ano, perdeu a paciência e, muito bem, renunciou às funções, tomando todas as medidas de respeito e consideração pelas duas figuras mais altas da hierarquia do protocolo nacional. Foi uma lição aos partidos de sentido de Estado, de sensatez e de sentido da responsabilidade. Nascimento Rodrigues merece, por isso, o aplauso dos portugueses, ao contrário dos partidos políticos colocados em cheque.
Alguns títulos sobre o tema:
- Provedor de Justiça renuncia e critica partidos
- PSD “disponível para tudo” e PS “empenhado” na eleição de novo provedor de Justiça
- Manuela Ferreira Leite “compreende” decisão de Nascimento Rodrigues
- Nascimento Rodrigues renuncia e alerta para “problema de responsabilidade política”
- Provedor de Justiça entregou carta de renúncia
- Nascimento Rodrigues renuncia ao cargo de provedor de Justiça
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Escândalo na nomeação do Provedor
Publicada por A. João Soares à(s) 21:53
Etiquetas: competência, sentido de Estado, sentido de responsabilidade
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
O facto só em si é um retrato fiel dos políticos deste país e como o fazem actuar. Não haverá um benemérito disponível para financiar partidos? Talvez deste modo eles estivessem todos de acordo.
Louvo o sr. Provedor Nascimento Rodrigues pela atitude.
Um abraço
António Delgado
Caro António Delgado,
É realmente um triste retrato da forma como os destinos de Portugal estão em péssimas mãos. Demorar mais de um ano para fazer uma nomeação que estava prevista havia quatro anos é indescritível.
Mas para irem colher dinheiro sujo de crápulas da sociedade mais vil depressa se uniram todos os partidos, só aparecendo uma voz discordante, a de António José Seguro.
NÃO, desta forma, NÃO MERECEM O MEU VOTO.
A solução só poderá ser encontrada nomeando um gestor com nome feito no tecido empresarial, para formar Governo, e acabando com incompetentes que nada sabem senão enriquecer ilicitamente de forma rápida e arranjar tachos para os da sua corte.
Um abraço
João
Caro A. João Soares,
mas gestores que não tenham saído do governo como abundam por ai...atenção!
Um abraço
António Delgado
Enviar um comentário