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O Expresso on-line, em 22 de Outubro, dá realce, na sua página inicial, ao blogue “Flagrante Deleite” com a referência, em bold, Um milhão de fotos para Manuel Pinho.
Já tinha dado conta deste assunto, há dias, em especial através de uma tentativa, frustrada, de um repórter que procurava teimosamente interrogar o ministro. Daí que, curiosidade despertada, fui ver o blog e dele extraí os recortes que transcrevo.
“A campanha Portugal "West-Cost"já tinha dado grande polémica e escândalo. Houve então uma natural indignação ao saber-se que o governo português, pela mão do ministro Manuel Pinho, tinha pago uma soma astronómica ao fotógrafo Nick Knight por umas fotografias trabalhadas em photoshop, sobre retratos de portugueses famosos. A campanha terá custado à volta de 1 milhão de euros e dava de Portugal não a imagem de um país, mas a imagem de uma marca.”
Comentava a seguir, o autor, o “conceito retorcido” e o “resultado gráfico decepcionante”, ao que acresentava:
“Mas quando depois o resultado é um desastre, alguém deveria assumir as responsabilidades. E aquela campanha foi desastrosa. Bastaria o pequeno pormenor de a campanha ter passado apenas em Portugal, estando a promover o país para estrangeiros que já cá estavam, para o seu objectivo ser de um ridículo atroz.”
E terminava, depois de lhe parecer que “Manuel Pinho vai repetir a dose com outro fotógrafo...”,
“ ... que, porventura para não ficar atrás de Nick, vai facturar outro milhão!...
Apanhado pela TVI na rua, Manuel Pinho começou às voltas sobre si próprio, como o senhor Faísca do Noddy, evitando responder à pergunta do repórter maçador. Balbuciou que era assunto do turismo e conseguiu sair à pressa da meada feita pelo jornalista.
Ora, é neste imperdível apontamento da TVI, que vi, que a postura, o comportamento e a má criação do ministro mais me indignaram. De facto, interrogado pelo repórter àcerca do “milhão por quatro fotografias”, Pinho dá voltas sobre si mesmo, manifestamente incomodado – o rosto é o retrato acabado de um gajo chateado com a “impertinência” do fotógrafo -, claramente “surpreendido” com a teimosia do mesmo, abertamente incapaz, voluntariamente incapaz (percebem o sentido, claro!), de responder-lhe, e objectivamente malcriado para com um profissional que trabalhava. E acabou por, no troço final do seu trajecto de fuga (fuga, assim mesmo!), passar a bola, pouco seguro, p’ro ...turismo!
Duas coisas mais me impressionaram.
A primeira, é o registo, que é possível fazer-se, perante a cena, de que o ministro tem um bom mestre, o seu primeiro; só que, apesar do empenho, ficou-se por nota negativa! O professor é, de longe, melhor que o aluno!
A segunda, é a arrogância desta gente e a indiferença que lhe merece a opinião pública (retratada pelo desprezo que têm pela comunicação social, quando a não condicionam, está bom de ver!). É óbvio, nisto tudo, que o ministro tem a consciência pesada (dou de barato ...; nisto de consciência ...!) e, faço-lhe justiça (eis a minha primeira boa acção do dia ...!), o senhor não sabe, seriamente, justificar o “milhão por quatro fotografias”!
Mas o mais importante do “incidente” é, exactamente, esse milhão, ...p’ ro turismo!
Claro que se o milhão é do ministro, pois que o gaste a seu belo prazer (dizem que é apaixonado por fotografia, assim como sua Mulher, o que é sinal de bom gosto). Só que é meu (por favor, guardem as devidas proporções), é nosso e não dei, não demos, autorização para nos entrarem na bolsa. Ingénuo, estão a dizer! É! Vão-me aos bolsos todos os dias, despudoradamente. Mas, ao menos, não me dão o direito de indignar-me?
Pois então, indignem-se também; denunciem; protestem. Olhem que estas armas são mais eficazes do que se pensa. Usem-nas!
Artur Pinto
Sócrates de novo
Há 49 minutos
3 comentários:
Não comento, digo apenas que Manuel Pinho é sem dúvida o pior ministro que tivemos em Portugal, desde há muitos anos!
Caro AP,
O seu comentário é uma delícia. Realmente não merece comentários. Está lá tudo. Só me interrogo a razão porque Sócrates não conseguiu encontrar melhores pessoas para ministros. Há vários que estão longe de poder ser considerados «bons portugueses». Será que o PS não tinha melhor? Ou os melhores não quiseram acompanhar Sócrates?
E assim desliza pela rampa este nosso País.
Abraço
João
Caro João,
Eu pergunto exactamente o mesmo.
Manuel Pinho e Maria de Lurdes são as duas maiores nódoas no executivo de Sócrates.
Enquanto Teixeira dos Santos é mais falado, pois a sua pasta é deveras ingrata, o seu trabalho será sempre polémico enquanto a economia não tiver fôlego para aliviar a carga fiscal. Logo Pinho não tem ajudado em nada o colega Santos! E muito menos o país.
Abraço.
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