Precisamos de estar precavidos contra os efeitos perversos das palavras dos políticos. Quando lhes faltam argumentos arremessam-nos a palavra «estatísticas», sem saberem bem do que se trata, e como se fosse uma arma atómica definitivamente decisiva.
Quando a Comunicação Social falou muito dos homicídios na noite do Porto e traduziu o mal-estar do povo que sentia o aumento da insegurança, o MAI, ao ser interrogado, disse que as estatísticas, demonstram que a criminalidade diminuiu. Repetiu esta afirmação, por vezes em tom irado, quase apopléctico.
No entanto, agora aparecem as estatísticas a dizer que:
- O número de crimes registados pelas autoridades aumentou 10,2% entre 2002 e 2006, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas.
- Por tipo, os crimes que mais dispararam foram os concretizados contra o património, que quase duplicaram (89,9%),
- seguidos dos previstos em legislação penal avulsa (44,6%),
- contra a vida em sociedade (21,9%) e
- contra as pessoas (16,2%).
Neste período aumentaram
- os crimes contra as pessoas (de 22,9 para 24,1%),
- contra a vida em sociedade (de 9,4 para 10,4%),
- previstos em legislação avulsa (8,1 para 10,6%), enquanto
- contra o património houve uma descida (58,8 para 53,4%)
Sobre a condução sob efeito de álcool com taxa igual ou superior a 1,2 gramas, houve um agravamento de 1,7%.
O número de condenados aumentou 25% entre 2000 e 2005, enquanto o número de detidos preventivos baixou, de 30% da população prisional em 2000, para 23% em 2006.
Este panorama confrontado com as palavras de S. Ex.ª o ministro parecem, confirmar que os políticos quando falam pretendem lançar fumaça e poeira aos olhos dos cidadãos para evitar que possam observar as realidades que lhes afectam a vida. E quando elevam a voz e ficam arroxeados é sinal de que não dispõem de argumentos capazes de convencer nem os mais crentes.
NOTA: os números foram obtidos em artigo do jornal gratuito «GLOBAL» de 13.02.2008
A Necrose do Frelimo
Há 4 horas
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