Recebi por e-mail e publico por considerar ser oportuna a denúncia da leviandade com que muitos «jornalistas» abordam coisas sérias. E assim vai a Comunicação Social!!!
Esta Queixa refere-se a um artigo publicado no SEMANÁRIO, há mais de três meses mas, não obstante o tempo já decorrido, e após concordância do seu autor, considero importante dar público conhecimento do seu teor, bem como da deliberação sobre ela vertida pela Alta Autoridade para a Comunicação Social:
Rui Manuel Ramalho Ortigão Neves
(morada...)
Assunto:
Queixa
CO5007 – CRAR - 2006-11-08
À Alta Autoridade para a Comunicação Social
Ex.mo Senhor
No passado dia 3 de Novembro de 2006 o semanário com o nome «SEMANÁRIO» publicou em, vulgo, grandes parangonas, e só a elas me referirei, na primeira página, entre as fotografias de dois ministros, uma afirmação que reputo de manifesto mau gosto e não só, como veremos, nos seguintes termos:
«MARINHA PREPARA-SE PARA IR ÀS COMPRAS»
e logo abaixo
«DEPOIS DE COMPRAR DUAS FRAGATAS HOLANDESAS O MINISTÉRIO DA DEFESA PREPARA-SE PARA COMPRAR UM NAVIO LOGÍSTICO MULTIUSOS»
Com idêntico realce na página 4 e depois na 5, o mesmo SEMANÁRIO insiste no topo da página
«MILITARES QUEREM VOLTAR ÀS COMPRAS»
Mais abaixo, depois de tergiversar sobre desentendimentos no seio do Governo reincide
«... E, sem perder tempo, adjudicou duas fragatas aos holandeses e prepara-se para anunciar a compra de um navio logístico de multiusos, algo que ninguém sabe o que é, muito menos sabe para que serve. ...»
Acontece que:
1 – No Ministério da Defesa Nacional certamente há quem saiba o que é e para que serve aquele tipo de navio.
2 – No Estado Maior da Armada, aparentemente quem mais lida com navios militares, seguramente saberão, com ainda maior rigor, o que é e para que serve aquele tipo de navio.
3 – Na internet igualmente se poderia tentar saber o que é e para que serve aquele tipo de navio.
4 – Nos sites das várias Armadas de todo o mundo, também se poderia tentar saber o que é e para que serve aquele tipo de navio.
5 – Nos sites das várias Armadas de todo o mundo, do mesmo modo se poderia saber quem tem aquele tipo navios e, daí, tirar as mínimas ilações.
6 – Tem sido noticiada a visita ao porto de Lisboa de vários navios daquele tipo, uns em visita de rotina mas outros com o expresso e público intento de neles (ou nos seus planos, para construção nos nossos estaleiros) interessarem Portugal, certamente, por, de algum modo, ser entendido que aquele tipo de navio faz falta ao nosso País.
Daqui concluo que o SEMANÁRIO ao afirmar «NINGUÉM SABE» não se sente obrigado a informar com Verdade e, pior, instalado no alto da sua própria incompetência na matéria, olimpicamente ignora o dever de minimamente se informar acerca de «O QUE É» e de «PARA QUE SERVE» para, pelo menos, informar os seus leitores com Objectividade, princípios Deontológicos a que se subordina qualquer tipo de jornalismo credível num Estado de Direito onde, em Democracia, se espera responsável fundamentação da livre Opinião.
Acresce que no seu contexto, as expressões «IR ÀS COMPRAS» repetida, em caixa, na página 5, e «VOLTAR ÀS COMPRAS» ou o «SEM PERDER TEMPO»
e o «PREPARA-SE PARA ANUNCIAR» contém uma inequívoca intenção dolosa porquanto insinua leviandade, oportunismo e descaramento por parte dos responsáveis por um matéria extremamente melindrosa de Defesa Nacional que, mais do que um conhecimento altamente especializado que o SEMANÁRIO nem sequer, ao menos em termos jornalísticos, tentou obter, implica a Vontade Nacional de se assegurar os meios que tornem credíveis a nossa, de todos os Portugueses, determinação em garantirmos a nossa defesa no espaço terrestre, marítimo e aéreo do Estado Português, ou onde houver Comunidades de Portugueses e ainda para a defesa dos interesses comuns às Organizações Internacionais perante quem assumimos partilhar responsabilidades e de quem esperamos toda a solidariedade se nos virmos em situação de insegurança que ultrapasse as nossas próprias capacidades de reacção, prefigurando assim, ao lançar a suspeição entre os cidadãos, um, se não intencional, pelo menos irresponsável e manifesto crime de LESA PÁTRIA.
Assim, sem sequer me debruçar sobre o texto que, em letra miúda, pouco interessará ao grande púbico mas que, entre aspectos legais, por muito pertinentes que sejam e concordo que serão, depois de reconhecer a «criminosa» vetustez dos meios, não se coíbe de rematar com uma, inequivocamente insidiosa, pergunta «Ou será que a Marinha quer ir de novo às compras?»
Espero, por tudo isto, ver exemplarmente punido o referido semanário dentro da lei que a Vossa Excelência compete aplicar e que, face à manifesta desinformação e intoxicação da Opinião Pública, a mínima decência, penso, exige.
Aguardando respeitosamente que seja dado seguimento à queixa contra o SEMANÁRIO que legítima e fundamentadamente, na qualidade de cidadão, submeto à superior apreciação de Vossa Excelência, sou
Atenciosamente,
NOTA: Sem dúvida que a ligeireza, profunda ignorância demonstradas por tantos dos nossos "jornalistas" merecem que para além de atentos, sejamos proactivos utilizando todas as formas que a lei nos faculta para os desmentirmos, para denunciar a sua incompetência, ou má fé, e procurar minorar os efeitos perversos que estão causando na opinião pública. Basta de tanta ignorância, incompetência e, por vezes, má fé.
Para aceder à deliberação da AACS basta seguir este link , http://www.erc.pt/documentos/newsletter/Mar/Deliberacoes4RGI2007.html
e procurar «Deliberação 4-RG-I/2007»
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Queixa à AACS
Publicada por A. João Soares à(s) 09:49
Etiquetas: jornalistas
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