sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Economia nacional a descer

Do diário Digital transcrevo dois artigos que mostram a maneira como os políticos teimam em ocultar a verdade, lançando poeira aos olhos dos cidadãos, os tais que são a sede da soberania democrática.

Ministro do Trabalho critica «dramatismo» da SEDES

O ministro do Trabalho e da Solidariedade criticou hoje o «dramatismo» da SEDES em relação à situação actual da sociedade portuguesa, contrapondo com «sinais» que provam que o país está a conseguir ultrapassar as dificuldades.

Na quinta-feira, a Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) alertou para um «mal-estar» na sociedade portuguesa que, a manter-se, poderá originar uma «crise social de contornos difíceis de prever».

«Não conheço quais as razões, os estudos ou indicadores sociais que permitam uma afirmação com esse dramatismo», reagiu, hoje, o ministro do Trabalho e da Solidariedade, Vieira da Silva, questionando mesmo a «razoabilidade» das afirmações da SEDES.

Ressalvando que conhece as «dificuldades» do país, Vieira da Silva acrescentou que «Portugal está a ultrapassar, de forma decidida, uma fase difícil da sua vida colectiva, da sua economia, do seu modelo de organização», apontando como exemplo o crescimento económico, «que hoje já não é questionado, mas apenas discutido se é sustentável ou não».

«O investimento das empresas voltou, as contas do Estado que estavam desreguladas estão hoje a caminho de estarem na ordem, mesmo a criação de emprego registou os melhores sinais desde 2000. Estes são os sinais que temos», disse o ministro.

Por isso, Vieira da Silva criticou aqueles que dão aos problemas do País uma dimensão que faz com que eles apareçam como «inultrapassáveis», considerando que isso pode criar «um clima de desânimo» que não ajuda a vencer esses mesmos problemas.

«É tão prejudicial para o país esquecer os problemas, como dar-lhes uma dimensão que aparece aos portugueses como inultrapassável», referiu, lembrando que «os portugueses já ultrapassaram situações até mais difíceis» do que a actual.

Mas, não é só a SEDES a ser pessimista. Também o BdP alimenta tais receios

Economia: Indicador coincidente do BdP recua desde Outubro

O indicador coincidente mensal para a evolução homóloga tendencial da actividade económica, calculado pelo Banco de Portugal, voltou a diminuir em Janeiro face ao observado no mês anterior prolongando a tendência observada desde Outubro de 2007, revelam os Indicadores de Conjuntura divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).

O indicador coincidente do BdP, cuja importância é apenas qualitativa à semelhança de outros índices compostos calculados por distintas organizações, recuou duas décimas face a Dezembro para 1,8 pontos, consolidando uma tendência que se observa desde Outubro quando a taxa de variação homóloga caiu um ponto face a Setembro, para 2,4.

No mesmo período (Dezembro-Janeiro), o indicador coincidente para a evolução homóloga tendencial do consumo privado, também calculado pelo Banco de Portugal, «registou igualmente uma diminuição face ao mês anterior» neste caso de 0,4, em Dezembro de 2007, para 0,1 no mês passado.

No que diz respeito ao consumo privado, o BdP lembra os dados do Instituto Nacional de Estatística (4º T 2007) indicando a desaceleração nas vendas a retalho (0.5 p.p. face ao terceiro trimestre), verificando igualmente um abrandamento no conjunto do ano, em termos reais (de 1.2 por cento em 2006 para 0.5 por cento em 2007).

No período de três meses terminado em Janeiro, as vendas de veículos ligeiros de passageiros, incluindo veículos todo-o-terreno, «cresceram 10.2 por cento, em termos homólogos (10.3 por cento no quarto trimestre do ano anterior)», refere o relatório do BdP.

Relativamente à formação bruta de capital fixo, no período de três meses terminado em Janeiro de 2008, as vendas de veículos comerciais ligeiros «diminuíram 10.5 por cento, em termos homólogos (-8.3 por cento no quarto trimestre de 2007), enquanto as vendas de veículos comerciais pesados aumentaram 53.8 por cento (92.9 por cento no trimestre anterior)».

Nos três meses contados até final de Janeiro passado, as vendas de cimento das empresas nacionais para o mercado interno «aumentaram 1.8 por cento, em termos homólogos, após um crescimento de 11.3 por cento no quarto trimestre de 2007», indica a mesma fonte.

Quanto à inflação, a taxa de variação homóloga do IPC «aumentou 0.2 p.p. face ao mês anterior, para 2.9 por cento, e a taxa de variação média anual manteve-se estável (2.5 por cento)».

O aumento da taxa de variação homóloga do IPC «reflectiu o comportamento dos preços dos serviços (com uma taxa de variação homóloga de 3.5 por cento, após 3.1 por cento em Dezembro), tendo a evolução dos preços dos bens permanecido inalterada (em 2.5 por cento)» confirma o Banco de Portugal.

2 comentários:

Pata Negra disse...

Estes tipos fingem que não percebem que o principal problema do país são eles!
Um abraço sem eles

A. João Soares disse...

Caro Pata Negra,
Há dias Baptista Bastos, a propósito da entrevista de Sócrates, disse que eram palavras desnecessárias. Mas estas voltarão a propósito de qualquer coisa. O que os políticos acham ser importante é aparecer na Comunicação Social.
Ainda não perceberam que o povo já os conhece de ginjeira. Só os incondicionais do partido os levam a sério... por enquanto. Até esses começam a abris os olhos.
Não duvido das boas intenções dos governantes, para vencerem as próximas eleições, para se agarrarem ao Poder, para colherem os maiores benefícios para si e os seus companheiros, familiares e amigos, a qualquer custo e sacrifício para o povo.
Mas eles são um fruto do povo e não há outros melhores. O que tem de ser melhorado é o sistema, começando por reduzir a quantidade de inúteis que enchem os gabinetes e só contribuem para aumentar a burocracia que dificulta a vida aos cidadãos e proporciona mais oportunidades para a corrupção. Querem controlar tudo até ao pormenor, como se isto fosse um quintal deles em regime de ditadura. Para isso saem leis feitas compulsivamente, sem sensatez, que originam mal-estar, reclamações e consequentes alterações.
Para isto começar a seguir um rumo mais consentâneo com a necessidade de moralização, sensatez e eficácia com vista ao desenvolvimento da justiça social, será necessário começar por fazer uma lista dos poucos lugares de acesso por confiança política, sendo todos os outros ocupados por concurso público honesto e rigoroso. Depois parar de fazer leis estúpidas, só porque sim, e fazer cumprir as actuais, apenas elaborando as que forem absolutamente indispensáveis para emagrecer a máquina do Estado e torná-la mais simples, transparente e eficaz, e bem elaboradas para não terem de ser alteradas logo a seguir e ser ignoradas
Quanto a redução de pessoal inútil, repare-se que na AR, os deputados votam como o partido determina, o que significa que bastava cada partido ter ali um único representante cujo voto valesse a percentagem do partido, como se faz nas assembleias de condóminos!
Poupavam-se as senhas de presenças, os subsídios de transportes das falsas residências na Madeira ou em Bragança, para S. Bento, etc. Para quê tanto deputado? Para quê os conselheiros dos ditos? Quem o resultado das suas actividades para benefício dos cidadãos?
Quando uma árvore não dá bons frutos, corta-se.
Portugal não está em situação desafogada que permita ter tanta árvore ornamental!
Já que os nossos políticos não têm criatividade para melhorar o País, estudem-se as soluções adoptadas nos Países que mais se desenvolveram na Europa e adaptem-se ao nosso caso.
Abraço