De autor desconhecido, recebido por e-mail de pessoa de confiança. Merece atenção devido ao bom português e ao pormenor da análise de um problema de relevância.
E se ela (*) fizesse uma mínima ideia do que está a fazer?
(*)... ela e a União Europeia. De facto ela não passa de uma lacaia da U.E.
O sistema educativo não estava famoso, mas não precisava, Senhora Ministra da Educação, de aparecer para estragar o resto!
Vem, V/ Exa., perguntar agora o que estão 30 professores a fazer numa sala de professores?
Sabe que também me coloco (e coloquei aqui) essa questão muitas vezes? E sabe o que estão lá a fazer?
O que V/ Exa. mandou: a cumprir horário!
Não aumentou a carga horária dos docentes?
Esqueceu-se, foi?
Tal como as utilíssimas «aulas de substituição» em que V. Ex.ª coloca um professor de Matemática a substituir um de Educação Física e vice-versa.
V/ Exa. Manda e os professores obedecem! Não têm alternativa, não é verdade?
Pode, portanto, V/ Exa. orgulhar-se dos resultados obtidos!
Eles são a consequência da sua «reforma»!
Mas não se preocupe pois vão piorar!
Com o escabroso Estatuto da Carreira Docente que V/ Exa. inventou, os resultados só podem evidentemente piorar! Nenhuma reforma, nunca, se conseguirá impor por decreto-lei nem contra a vontade da maioria dos envolvidos!
Os professores, obedientemente, cumprem e cumprirão sempre as suas ordens! Contrariados… muito contrariados… mas cumprirão! Não lhes pode é pedir que, apesar de tudo, as cumpram de sorriso nos lábios, felizes, contentes e totalmente envolvidos com as suas orientações! Não há milagres!
Cumprirão e ponto final! Que é o que V. Exa. quer?
Não se pode, portanto, queixar.
Continue a mandar assim e verá a tal curva de crescimento em queda absoluta.
É que não pode V/ Exa. exigir que se cumpram 35 horas de serviço na escola e se venha para casa preparar fichas de trabalho… apontamentos… actividades…estratégias… visitas de estudo… grelhas… avaliações… relatórios… currículos alternativos…programas adaptados… trabalhos em equipa… etc.… etc.… etc.•
V/ Exa. Tem família?
Saberá, porventura, o que é a dor de um pai que se vê obrigado a negligenciar a educação e o crescimento do seu próprio filho para acompanhar os filhos dos outros?
Esquece V/ Exa. que os professores também são pais?
Também são pais, Senhora Ministra! Pais!
Que estabilidade emocional pode um professor ter se V/ Exa. resolve, 30 anos depois de Abril, impedir os professores de acompanharem os seus próprios filhos ao médico … à escola… aos ATLs?
Não têm os pais que são professores os mesmos direitos dos outros pais?
Conhecerá V/ Exa. a dor de uma mãe que se vê obrigada a abandonar o seu filho, prometendo-lhe voltar dali a uma semana?
E quer V/ Exa. motivação natural?
Com a vida familiar desfeita?
Não é do conhecimento público que os professores são os maiores clientes dos psiquiatras?
E que é entre os professores que se encontra a maior taxa de divórcios?
Porque será, Senhora Ministra?
Motivação?
Motivação, como? Se V/ Exa. obriga os professores a fazerem de auxiliares de acção Educativa?
Motivação, como? Se V/ Exa. obriga os professores a estarem na escola mesmo sem alunos?
Motivação como se V/ Exa. obriga a cumprir 35 horas na Escola mesmo não tendo esta os meios essenciais para que se possa trabalhar.
Motivação, como? Se temos que pagar fotocópias, tinteiros para as impressoras da Escola… canetas… papel?
Motivação, como? Se o clima é de punição e de caça aos mais frágeis?
Motivação, como? Se lava as mãos como Pilatos e deixa tudo à deriva passando toda a responsabilidade para as escolas?
Não é função de V/ Exa. resolver os problemas?
Não seria mais produtivo trabalhar ao lado dos professores?
Motivação, como? Se de cada vez que abre a boca para as televisões fá-lo para tentar virar toda a sociedade portuguesa contra a classe?
Motivação, como? Se toda a gente percebe que o seu objectivo é dividir para esfrangalhar a classe e poupar uns cobres?
Quer lá V. Exa. saber da qualidade do Ensino para alguma coisa!.... Quer é poupar!
O que vale é que por todo o país a opinião pública – e principalmente os Pais – já se estão a aperceber disso.
Motivação, como? Se V/ Exa. tem feito de tudo para isolar os professores dos alunos, dos pais, dos Sindicatos, da sociedade em geral?•
E fica V/ Exa. admirada com os resultados?
Não eram estes os resultados que esperava obter quando tomou posse e iniciou a sua cruzada contra os professores?
A sua estratégia é a mesma daqueles professores que V/ Exa. acusa de não estarem preocupados com os resultados escolares dos seus alunos.
Sabe, Senhora Ministra da Educação?...
O sucesso não depende do manual… como não depende de decretos-lei!
O sucesso depende do envolvimento que o professor consegue com os seus alunos!
Depende da capacidade de motivar!
Depende da capacidade de o professor ir ao encontro dos interesses dos seus alunos.
Depende da relação professor-aluno! - a tal que V/ Exa. queria que fosse avaliada por alguém de fora da escola!
A mesma que, se fosse feita a V/ Exa., daria nota zero.
E, já agora, Sra. ministra, já que a esmagadora maioria (quase totalidade) dos seus colegas de governo são reformados – alguns até duas vezes – siga-lhes, por favor, o exemplo.
Eu não me importo de trabalhar até aos setenta se V. Exa. se reformar já - mas da política!
Pode ser?
O regresso de Seguro
Há 55 minutos
5 comentários:
ublime e oportuno, muito oportuno, amigo A João Soares.
Mas deixe que lhe diga uma coisa. A classe que devia ser apoiada, a base de um povo, está na educação, eu sou do tempo das palmatorias, e que saudades eu tenho desse tempo, e o meu amigo, que já cá anda à mais anos do que eu, é do tempo concerteza da escola para rapazes separada da das raparigas...
Mas se a palmatoria, a canada, e outros métodos que os professores utilizavam para educar, e esinar, levaram a que muitos como eu, hoje soubessem a tabuada de trás pra frente e da frente para trás, os rios de Portugal, as maiores cidades, etc. etc.
Perguntem a um aluno do 10º ano se ele sabe a tabuada de cor? Perguntem-lhe se ele conhece as principais cidades do país e as identifica no Mapa? Perguntem-lhe, perguntem-lhe...
Nada responderá, hesitará, mas a culpa não é dele, é desta nossa sociedade medrosa, medíocre inculta que os sucessivos governos do pós 25 de Abril criou.
A liberdade, é bem vinda mas a bandalheira não.
Não digo que se tenha de recorrer à canada, e à palmatória, mas a classe de professores está muito enxovalhada, lá isso n tenho dúvidas.
Sem me alongar mais, e porque este assunto merece uma grande reflexão de todos nós, pais professores, sociedade civil, apelo aqui a todos os agentes:
NÃO DEIXEM A EDUCAÇÃO MORRER!!!
ELA É A BASE DE UM POVO!!!
Abraços do Beezz
A educação e o ensino (não são bem a mesma coisa) são o principal factor do desenvolvimento de uma sociedade, em todos os aspectos. Sem uma boa formação de base não se sabe utilizar a liberdade e respeitar a dos outros.
Em vez de tudo se estar a fazer para a mediocridade, devia cultivar-se a excelência, isto é desempenhar as tarefas com o máximo de perfeição.
A bandalheira não beneficia ninguém mesmo que a curto prazo pareça ser mais fácil. Portugal está a decair em quase todos os aspectos e a educação tem a maior parte das culpas. Os professores deviam ser mais prestigiados.
É por isso que sempre que me aparece um caso a ser destacado não o perco, como é o caso do post aqui colocado em 9 do corrente com o título «Jovens com prémios científicos internacionais».
Um abraço
A. João Soares
João!
É incrível o olhar de nossos políticos quando o assunto é educação e ensino! Parecem ensaiados todos de todos os países, enaltecem, falam da sua importância para o desenvolvimento do país, etc... mas os professores, estes continuam a serem pagos e tratados como cidadãos de segunda classe! Venho de uma família de professores(sou o único que não exerceu esta nobre profissão) e sei, dos tempos de minha avó aos de minha filha, que nunca hove época em que professores foram bem remunerados... Mas a prioridade do país é a educação!
Abraços!
Caro Paulo Vilmar,
Na ética militar é costume repetir-se que «comandar» não é só e apenas mandar, mas sim «mandar com».
As tarefas melhor conseguidas são realizadas em equipa, embora haja um responsável pelo que seja feito.
Seria óptimo que os ministros estudassem e decidissem as reformas convenientes, socorrendo-se das equipas que concretizam as suas decisões. Quem colabora nesses estudos fica consciente de todas as vias possíveis, das vantagens e dos inconvenientes de cada uma delas e das razões que levaram à vitória da escolhida, pelo que se dedicam a esta com convicção e vontade de obter os melhores resultados.
Sem esta participação na preparação das decisões o que se espera é resistência à mudança, desmotivação e descrença, que acabará por resultar em fracasso, pelo menos parcial.
É isto que temos visto nas reformas nos sectores da Saúde, do Ensino, da Justiça, das Forças de Segurança, etc, etc.
Um Abraço
É um desabafo a divulgar. Curiosamente não o conheci aqui na casa amiga mas venho de um link de não sei onde - já vou ver!
Um abraço amigo (e o outro também é amigo só que - a idade!... - já me esqueci!
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