Em situação de crise e de instabilidade, não é fácil acertar em previsões. Em vez de previsões será preferível falar de «resultados esperados» das medidas tomadas com base em estudos e planos estratégicos. Se as medidas forem cuidadosamente preparadas, certamente, será relativamente fácil esperar resultados adequados.
Infelizmente, não tem sido esse o caso no governo actual nem nos anteriores, devido a «qualquer incapacidade» que não tem sido admitida pelos próprios.
Já em 27-04-2012, o Ministro das Finanças confessou erro de previsão admitiu que a taxa de desemprego estava em níveis mais elevados do que o estimado. Isso levou a estranhar a falta de realismo do ministro, pois não podia ser esperado resultado diferente da austeridade que os mais sérios pensadores no sector não se cansavam de criticar e dizer que esse caminho não levaria á solução da crise, antes a agravaria. Era isso que estava a confirmar-se.
Não havia razão para surpresa. Com efeito, a exagerada austeridade retirou o pouco poder de compra daqueles que não podem deixar de gastar em consumo tudo o que ganham (não têm margem para poupar e muito menos para investir em especulação financeira), e que, por isso, agora têm que consumir menos, donde resulta menor facturação nas empresas de comércio, obrigando muitas a fechar. Depois, a redução das vendas provoca a redução da produção e muitas indústrias, à falta de procura, fecham. De tudo isto resulta despedimentos e desemprego. Não havia, realmente, motivo para o espanto do MF. O espanto é dos cidadãos que vêm os governantes a viver completamente alheios às realidades dos portugueses e, portanto, sem inspirarem esperança e confiança num futuro melhor.
Depois, em Agosto, veio a notícia Passos anuncia o fim da recessão em 2013 desmentida poucos dias depois pelas notícias acerca das dificuldades temidas para os meses que se aproximavam e para o OE de 2013.
Agora, surge a notícia Primeiro-ministro diz que desemprego está "em linha com as previsões" que é incompreensível, pois nada consta que fosse previsto para esta data uma taxa de desemprego que bate novo recorde e chega a 15,8%.
Mais uma vez ficamos perplexos sem saber se podemos confiar nas afirmações e garantias de governantes. Para onde nos estão a levar? Quais são as suas «previsões» para os próximos seis meses? E para o próximo Natal, que está à porta?
Imgem de arquivo
Não à falsificação histórica
Há 21 minutos
3 comentários:
Notícia de hoje no Dinehro Vivo diz:
O secretário-geral da UGT disse hoje que o aumento do desemprego no terceiro trimestre é o resultado da obsessão do Governo com o "combate ao défice" e acredita que a taxa vai chegar ao final do ano nos 17%.
"O Governo continua obcecado pelo combate ao défice, ignorando claramente as consequências económicas e sociais desse combate", nomeadamente o aumento do desemprego, disse à Lusa João Proença
Extracto de notícia no Correio da Manhã:
«Mas mesmo assim "não há razão para excesso de pessimismo", apesar dos "problemas graves" que Portugal enfrenta.»
O que é «excesso de pessimismo»?
Deveremos ir a rir no caixão, depois de morrer de fome ou de dificuldades no tratamento da saúde?
Atenção às palavras de um homem da área do Governo:
“Em termos sociais: atenção, que estamos a atingir os limites da dignidade humana”, alerta Silva Peneda, presidente do Conselho Económico e Social, em entrevista ao semanário Sol, publicada esta sexta-feira. A advertência é feita no contexto do corte de 4 mil milhões de euros na despesa do Estado, anunciado pelo Governo, sendo que o responsável afirma que a abordagem do Executivo “não foi a melhor” e que “seria útil abrir mais a negociação para tornar a agenda mais interessante para todos”.
No que diz respeito à reforma do Estado, defende que os partidos do arco da governação (PSD, CDS e PS) “deviam fazer um pacto a dez anos, sobre três áreas: fiscalidade, Justiça e reorganização do Estado.
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