terça-feira, 20 de novembro de 2012

Previsões e promessas incríveis não geram confiança

Depois de tanto ter sido publicado a criticar a austeridade excessiva que bloqueou a economia, originando o encerramento de muitas empresa, o aumento preocupante da taxa de desemprego, o aumento da emigração de jovens válidos, muitas famílias a sofrer duras carências, o crescente recurso à alimentação em refeitórios de instituições de apoio social, etc, Gaspar reconhece que não encontrou a melhor solução para a crise e admite que teria tomado decisões diferentes. Faltou-lhe utilizar o método pensar antes de decidir.

Por seu lado, o Governo prevê recuperação mais fraca em 2014, o ano depois do próximo. Mas mais fraca do que qual? Neste ano não está prevista recuperação e não há sinais visíveis de inversão da tendência, apesar de Passos, em meados de Agosto, ter anunciado o fim da recessão em 2013 e de o PSD dizer que “dados começam a ser favoráveis”.

A repetição de previsões não confirmadas e de promessas não cumpridas devia levar os políticos a serem moderados e sensatos e não lançarem poeira aos olhos dos cidadãos. Quais são os dados que são favoráveis? Seria aconselhável indicá-los e explicar o seu significado, a fim de o desejado optimismo ter uma base racional e não ficar por palavras em que já poucos acreditam.

Os sinais que chegam aos cidadãos são o oposto, isto é, desfavoráveis, como os que se referem aos salários em atraso até Setembro que são mais do dobro do que todo o ano de 2011 ou os que dizem que mais 100 mil pessoas perderam o emprego desde o início do ano e que a taxa de desemprego bate novo recorde e chega a 15,8%.

Um amigo disse-me hoje que há um ano recebeu de pensão, menos 21,33% do que em Novembro de 2010 e que hoje viu que recebeu menos 48,94% do que em Novembro de 2010. Claro que aqui está contido o corte do subsídio de Natal. Mas com esta sequência de cortes desde que o actual Governo apareceu a prometer melhorar a vida dos portugueses, o que se pode esperar para Novembro de 2013 e 2014 e por aí adiante?

As realidades não se compadecem com palavras piedosas. Recordo uma frase de José Gil no sei livro «Portugal, Hoje» «… neurótico obsessivo que crê que os seus pensamentos valem por acções (o desejo de agir equivale a uma acção efectuada)». E, no caso dos nossos políticos, nem sempre as palavras correspondem a pensamentos claramente formulados.

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