Transcrição tal como foi recebido por e-mail
Reencaminho, com todo o gosto.
(Desconheço o autor)
HOMENS E BESTAS
O Presidente da República, em atitude inédita entre os seus pares, resolveu comparecer numa cerimónia de homenagem aos combatentes do Ultramar, louvando-os e dignificando-os enquanto soldados de Portugal.
Eanes, “o capitão de Abril”, tinha um certo pudor em relação a este tipo de coisas.
Soares, o demagogo, contemplava-as com falsa “tolerância”.
Sampaio, o rasca, tinha-lhes um pó de morte.
O Estado Português ignorou os combatentes, isto quando não lançou o seu anátema contra a geração que sacrificou boa parte da sua juventude a uma guerra que “os ventos da história” condenavam, mas que quinhentos anos de História largamente justificariam.
A “geração de África” foi abandonada a si própria, renascendo de vez em quando nos nossos dias tão só para alimentar as lamúrias e a caça ao subsídio dos patrões de uma “solidariedade” que nada tem a ver com a sua honra nem com o seu sacrifício.
De resto, nada. Ao contrário do que se passa em países civilizados que nos são próximos - Reino Unido e França, por exemplo - em que os combatentes, qual seja a razão ou o resultado das guerras que travaram, merecem reconhecimento, glorificação e compensação moral, quando não de outra natureza, Portugal riscou os combatentes da sua história recente, quando não os acusou de males de que jamais foram culpados.
As guerras do Ultramar perderam razão de ser com o tempo? É possível. O poder político instalado não soube solucionar os problemas com patriótico pragmatismo? Sem dúvida. Que tem isto a ver com a geração que combateu? Nada.
O que fez o politicamente correcto de tais guerras e de tais combatentes?
Um massacre, de contornos duvidosos, propagandeado à exaustão para demonstrar a “crueldade”, a “brutalidade” e a “estupidez” dos soldados portugueses, foi o que conseguiram arranjar para os condenar, depois de vasculhados treze anos de guerra.
O arrastar na lama do “colonialismo português”, ou seja, a santificação das hordas que o quiseram destruir, condenando à miséria, à fome e à doença milhões de indefesos seres humanos, sacrificados à ganância, à fome de poder e de dinheiro de hordas de bandidos, seus “legítimos representantes”, foi o que fabricou sem escrúpulo nem respeito pela verdade.
A mais incrível manipulação da História em favor da ideologia e do oportunismo político, foi o que resultou do politicamente correcto à portuguesa. Mais nada.
Por isso que, das alfurjas onde o ignóbil se junta à desonestidade, surgem a banditagem rasca dos “donos” de verdades que desconhecem e que têm a ver com o que propositadamente ignoram: a dignidade.
O senhor Louçã (Pedro Lomba chama-lhe Danton - melhor diria Robespierre) veio à liça dizer que o PR cometeu “um nada responsável exercício de reescrita da história”. A besta defende que os “jovens de hoje não têm nenhum exemplo a recuperar de quem foi para a guerra”.
Isto é, a besta mistura as suas apreciações políticas sobre a tal guerra com o valor, a dignidade, o sacrifício e a humanidade dos que a travaram. Para a besta, se a guerra era mal movida, os que nela entraram em vez de desertar, eram tão maus como ela. Mais não vale a pena dizer.
Outra besta insiste, no “Público”, na crítica ao Presidente, que, com o seu “apelo aos jovens”, dividiu os portugueses.
Como se eles não estivessem já divididos entre homens e bestas.
Imagem do Google
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