Duas notícias de ontem e hoje colocam em evidência a fragilidade da vida actual proveniente da dependência de tecnologias que, por terem evoluído rapidamente, carecem de segurança e de alternativas automáticas.
Metade da Venezuela ficou ontem sem energia devido a uma falha eléctrica, numa das linhas de maior capacidade. Chegou a ser necessário retirar os passageiros das carruagens de Metro que ficaram paradas nos túneis, na capital.
Em Caracas, as ruas transformavam-se num longo estacionamento, devido ao não funcionamento dos semáforos e às tentativas dos condutores em passar nos cruzamentos todos ao mesmo tempo.
Outra notícia informa que na Geórgia, no início da semana passada (28Mar) uma idosa cortou o fornecimento de internet do seu país e da vizinha Arménia. Quando procurava lixo reciclável num amontoado de sucata, e escavava para encontrar cobre enterrado, encontrou um cabo que decidiu cortar. Mas este cabo,de fibra óptica,era responsável pela transmissão de sinal de rede entre os dois países, tendo deixado ambos sem acesso à internet durante cinco horas, e afetando também algumas zonas do Azerbeijão.
Isto faz pensar que, há menos de um século, a vida era muito mais simples e independente das tecnologias. Poucas aldeias portuguesas tinham electricidade. Nunca se corria o risco de ficar às escuras, porque as velas, os candeeiros de petróleo, de azeite, e mais tarde de carbureto (hidróxido de cálcio, carbeto de cálcio, CaC2, que com a água produzia acetileno) nunca nos deixavam desamparados. Em cada lar havia vários candeeiros e só por grande descuido acabaria o combustível em todos ao mesmo tempo, sem haver uma pequena reserva na despensa. Isto mostra-nos como as tecnologias transformaram profundamente as vidas dos povos, dando mais comodidae, embora não tenham sido garantidas medidas eficazes de segurança que evitem os inconvenientes de quebras de funcionamento. Hoje a falta de electricidade ou de Internet fazem parar muitos serviços essenciais, com prejuízos difíceis de calcular.
Imagem do Google
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