sábado, 2 de abril de 2011

Cotação preocupante que incomoda os governantes

A agência financeira Fitch corta rating de Portugal em três níveis, a um passo de “lixo” e aconselha que «o Governo português devia pedir, o quanto antes, a intervenção da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), de modo “a reforçar a credibilidade da consolidação orçamental e do esforço de reforma económica, bem como a assegurar a sua posição financeira”.»

Mas os responsáveis eleitos para gerir os problemas dos portugueses, tentam ocultar o sol com uma peneira, em vez de encarar soluções adequadas, bem explicadas aos cidadãos comuns. Vê-se pessoas com alta responsabilidade a tomar atitudes como vulgares dirigentes desportivos de clubes fracos que atribuem as derrotas a má vontade dos árbitros, dizendo que corte de rating «é exagero muito grande».  Compreende-se que se sintam incomodadas, mas seria mais conveniente que olhassem para as verdadeiras causas do nosso problema e tomassem medidas adequadas para se encontrar a solução para agora e para se reestruturar a vida nacional por forma a evitar que o mesmo volte a acontecer no futuro.

Compreende-se que os responsáveis pelo Pais nos mais altos cargos se sintam magoados por este agravamento da classificação dada às Finanças nacionais. Não gostam que se saiba que não previram, não preveniram, não alertaram, não informaram, não ensinaram aos executantes as estratégias correctas para bem governar, as medidas adequadas para evitar esta situação que é dramática para os portugueses comuns, já bastante sacrificados por não viverem à sombra dos políticos e à custa do erário público.

Seria bom que o Poder em Portugal encarasse a sério o problema do desenvolvimento e das condições de vida do português comum, para evitar confusões como as ocorridas na Tunísia, no Egipto, na Líbia e noutros Estados relativamente próximos e, para não vir para cá o FMI se antecipasse e tomasse medidas semelhantes às que este implementou na Grécia (que são semelhantes a muitas publicadas na nossa imprensa e que circulam nos e-mails), de que um comentador respigou as seguintes:

No Sector Público:
Reduzir os subsídios de 8 a 20% no sector público estado e 3% nas empresas públicas;
Uniformizar todos os salários pagos pelo estado;

No Sector Privado:
Imposição de um imposto aplicado uma única vez às empresas que tenham tido mais de 100 000€ de lucro em 2009:
100 000 a 300 000: 4%;
300 001 a 1 000 000: 6%;
1 000 001 a 5 000 000: 8%;
Mais de 5 000 000: 10%.

Nas Pensões e Reformas
Passagem da idade de reforma no sector público e privado para os 65 anos;
Ajustes da idade de reforma tendo em conta a esperança média de vida a partir de 2020;
As pessoas podem-se reformar a partir dos 60 anos com penalizações de 6% por cada anos, ou aos 65 anos com pensão completa depois de 40 anos de serviço. A partir de 2015 ninguém abaixo dos 60 se poderá reformar;
Os trabalhadores que tenham trabalhos de desgaste rápido podem reformar-se a partir dos 58 anos (antes era 55) a partir de 2011;
Desconto para um fundo de solidariedade social (LAFKA), a ser feito pelos pensionistas que ganhem mais de 1400€, a partir de 1 de Agosto de 2010:
1401 a 1700: 3%;
1701 a 2300: 5%;
2301 a 2900: 7%;
2901 a 3200: 8%;
3201 a 3500: 9%;
Mais de 3500: 10%.
Retirada da pensão aos ex-empregados públicos que sejam apanhados a trabalhar e tenham menos de 55 anos; Corte em 70% se tiverem mais de 55 anos e se a pensão for mais de 850€/mês. A partir de 2011;

Nos Impostos:
Imposto sobre tabaco, bebidas alcoólicas e combustíveis: imposto adicional de 10%;
Imposto em automóveis de luxo (novos e usados): 10 a 40% baseado no valor em novo e no valor de mercado;
Publicidade na TV: toda a publicidade na TV está sujeita a um imposto de 20% a partir de 2013;
Imposto especial de 1% para aqueles que tenham um rendimento líquido de 100 000€ ou mais.
Para além destas existem mais. Mas estas são suficientes para que os nossos políticos evitem logicamente ver cá o FMI...
Imagem da NET

4 comentários:

André Miguel disse...

Creio que o verdadeiro motivo de preocupação pela vinda do FMI, nem é tanto pela perda de regalias, mas antes pela descoberta do que está debaixo do tapete...

A. João Soares disse...

Caro André Miguel,

Quando as afirmações não são explicadas deixam sempre muitas dúvidas sobre o real significado que no momento lhes está a ser dado. Isto é mais grave quando se trata de afirmações, em tom arrogante, de políticos sedentos de Poder, que misturam propaganda falaciosa com coisas que devem ser sérias. Daí resulta desconfiança muito generalizada.

Mas hoje, com a globalização da comunicação, as pessoas vão deixando de ser facilmente enganadas e as verdades acabam por ser conhecidas.

A Wikileaks tem mostrado muita coisa que estava debaixo de tapetes, mas os e-mails também têm mostrado as suas potencialidades e os tunisinos e egípcios acordaram para pôr ponto final em situações indesejáveis que tinham criado a sensação de serem perenes.

Não há mal que sempre dure nem mal que nunca acabe.

E, quanto ao FMI, há por aqui muito que ler, bastando procurar pela sigla.

Abraço
João
Só imagens

Maria Letr@ disse...

Permita-me uma correçãozinha minha, muito pessoal:

"Não há Bem que sempre dure, nem Mal que não possamos eliminar". Dependerá de todos nós.

Eu tenho a certeza MAIS DO QUE ABSOLUTA - se isso fosse possível - que há muito podre que ainda estaremos por conhecer. Isto não é novidade para milhões de pessoas, o problema é que há muitos outros que se deixam influenciar pelos bons discursos, elaborados, na sua maioria, não por os próprios, mas por alguém que está dentro do espírito de toda uma organizada farsa, de que os oradores são porta-voz, porque fazem parte da escumalha de gente que vive para destruir. Malditos sejam!

Um bom domingo, amigo João Soares.

A. João Soares disse...

Amiga Mizita,

O ditado popular, já muito antigo, é como o transcrevi, mas o povo não não é erudito, por definição. Com a versão que lhe dá, está mais de acordo com o livre-arbítrio que deve estar presente nas nossas vidas.

Se não pudermos eliminar todos os males, por haver alguns incuráveis, devemos procurar soluções ou alternativas, à imagem da água corrente que, da nascente até à foz, vai vencendo ou torneando os obstáculos que se lhe tentam opor.

Concordo consigo. Os decisores do alto nível das organizações vivem muito dependentes dos seus colaboradores que nem sempre são merecedores de confiança e abusam do poder que lhes é atribuído, procurando levar a água ao seu moinho. Mesmo que o não façam para destruir outros, agem para seu máximo benefício sem olhar a quem prejudicam. Nestes casos o povo serve de tapete como a relva dos estádios serve os futebolistas, sofre como o mexilhão do ditado popular.

Muita lixeira acaba por ser descoberta, mas o povo perdoa, é condescendente e deixa facilmente que o veneno dos vendedores da banha da cobra o destrua.

É preciso em todos momentos propícios alertar as pessoas para a conveniência de raciocinarem pela própria cabeça.

Beijos com votos de Bom Domingo
João
Só imagens