A observação daquilo que acontece no País é muito preocupante. Os sinais são demasiado evidentes para que possam ser ignorados e é imperioso que os mais altos responsáveis, não os desconheçam.
Por todo o País encerram empresas de todas as dimensões, por encarecimento do crédito, das matérias primas e dos apoios públicos e por menor procura devido ao abaixamento do poder de compra dos potenciais clientes. Isso justifica títulos como este - “Maior crise de sempre” fechou dez mil restaurantes em 2009 – que faz prever um número mais elevado no ano corrente e nos próximos, em percentagem dos inicialmente existentes. E o maior significado deste caso reside em os restaurantes fornecerem produtos essenciais. Mas as pessoas restringem tudo, mesmo a alimentação, com os graves resultados que isso possa trazer para a saúde.
Realmente, a fome está presente em muitos lares, em número cada vez maior. E, em consequência deste fenómeno está a activar-se a veia humanitária das pessoas e está a nascer uma rede nacional para aproveitar as sobras dos restaurantes, que é convergente com o Banco Alimentar que congrega muitos voluntários, mais do que o esperado, tal é o sentimento humanista e solidário da nossa boa população.
A par destas notícias, o gestor de activos João Pedro Pintassilgo, em entrevista referida em dois artigos (um e outro) do Público, dá dicas aplicáveis não só aos governantes e a empresas mas também às famílias e pessoas individuais.
Num investimento é necessário saber se tem racionalidade económica e se cria riqueza para a economia, se paga os seus custos de funcionamento e o custo da sua construção. Há que saber se um projecto se paga a si próprio ou se vai onerar o futuro com mais despesas. Temos que usar bem o dinheiro de que dispomos, seja próprio ou de crédito, e aplicá-lo em boas ideias de produtos e de serviços, com valor acrescentado.
Ora o que temos visto é que os portugueses, em todos os níveis, têm se preocupado com o consumismo, a aparência, a ostentação de riqueza, a competição com vizinhos e colegas, usando várias formas de crédito, sem olhar ao facto de que as prestações somam-se e têm que ser pagas. A mentalidade infantil de não considerar o dinheiro como um bem finito, consumível, limitado, tem levado a um nível de vida excessivo, insustentável, ao crédito mal parado, de que resultou a crise ter levado ao encerramento de tanto restaurante e muitas empresas realmente dispensáveis, mas com inconvenientes no desemprego e no equilíbrio psíquico da população e nas carências que chegam ao ponto de condicionar gravemente a alimentação.
Oxalá a crise seja ultrapassada a breve prazo e que as pessoas aprendam a lição que as leve a passarem a gerir melhor a sua vida privada, as empresas e os interesses do Estado.
Imagem da Net.
O almirante e o medo
Há 29 minutos
4 comentários:
A crise deixou de ser a palavra papão que os políticos usaram até há pouco para cobrirem com impostos as asneiras que íam praticando, agora não se fala em crise, mas sim em desemprego, miséria e fome.
Abraço do Zé
Caro Zé Povinho,
Fazendo humor negro, poderia dizer-se que eles querem acabar com os pobres em Portugal e a solução que encontrarem foi deixar-nos morrer todos à fome, os que hoje somos pobres e aqueles que nos convertamos a essa condição, através dos aumentos dos impostos dos preços dos serviços públicos e das reduções dos salários. Vai deixar de haver pobres!!! Vitória socialista.
Um abraço
João
Saúde e Alimentação
Caro João,
Faz-me uma impressão terrível saber que há pessoas a passar fome, ao mesmo tempo que se atira fora comida dos restaurantes só porque não há entendimento acerca da forma de conservar e transportar a comida.
E com medo da ASAE.
Isto é pecado!
Um abraço
Caro Pedro Coimbra,
Ainda bem que cita a ASAE. Veio trazer à memória um trecho do livro TEMPOS DIFÍCEIS DECISÕES URGENTES, pág 84: «Toda a evolução regulamentar do comércio que tem sido produzida, nas últimas décadas, obedece a critérios fiscalizadores e punitivos, permanecendo ignorada a regulamentação protectora da actividade dos ataques de concorrência desigual e desleal. Os efeitos das regulamentações produzidas, em certos casos, destrói em vez de proteger a competitividade da produção nacional no mercado interno»
E não refere os circuitos dos produtos desde a produção até ao consumidor, com impensável quantidade de intermediários, todos a encarecerem o produto em prejuízo do consumidor. Ninguém se preocupa com a função social da empresa em relação aos clientes, aos fornecedores, ás famílias dos trabalhadores e à população vizinha.
O aproveitamento das sobras dos restaurantes deve ser resolvido tendo em atenção o seu resultado social, acima de tudo, evitando burocracias e regulamentações cerceadoras que não beneficiam ninguém senão a eventual «caça à multa»
Um abraço
João
Só imagens
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