Imagens da manifestação de Sábado, 06-11-2010, obtidas dos jornais.
A manifestação de sábado passado juntou cerca de 100000 (cem mil) pessoas descontentes com a situação actual, o que mostra vitalidade e um acordar sereno da apatia em que o povo andava alheado, numa sonolência induzida.
Se é ou não um prenúncio da dimensão da adesão à greve geral anunciada para 24, será caso a confirmar então. Mas a maioria dos partidos mostra-se favorável a tais sinais positivos, sendo sintomático, por exemplo, que até o PSD não atirará pedras a quem protesta cheio de “razão” e os Magistrados do Ministério Público aprovaram adesão à greve geral.
No entanto o secretário de Estado da Administração Pública reagiu, no próprio dia, à manifestação afirmando não haver "condições para mudar de rumo" quanto às "difíceis" medidas previstas na proposta de Orçamento do Estado. Numa altura em que todas as pessoas bem pensantes dizem que é preciso haver mudanças estruturais e fazer uma inversão do rumo que tem vindo a ser seguido e que nos arrastou para uma crise de excepcional gravidade, não parece ser sensato dizer que o Governo não entende haver condições para mudarmos de rumo.
Se é preciso haver grandes mudanças por forma a emagrecer a máquina do Estado que tem sofrido repetidas crises de obesidade para dar abrigo a «boys» incapazes de granjear o próprio sustento na actividade privada, e desprezando as convenientes medidas de controlo da corrupção, dos abusos nos salários, prémios e outras regalias de instituições que vivem sorvendo o dinheiro público sem nada fazer de valor correspondente, etc, terá de haver notória mudança de rumo.
Sem tal mudança, sem a simplificação de serviços, sem reformas no seu funcionamento e sem a extinção dos desnecessários, inúteis, teremos de continuar no mesmo rumo, a boiar no pântano pestilento em que governantes incompetentes nos meteram, sem hipótese de recuar, de inverter o rumo da queda na desgraça que atrofia os portugueses. Por isso, não é crível que haja um governante a afirmar que «não há condições para mudar de rumo». Isso é uma declaração de incapacidade que só teria lugar como introdução a um pedido de demissão imediata, porque se esta equipa não consegue mudar de rumo é preciso uma outra que o consiga fazer e, certamente, o partido com mais elementos da AR terá gente competente para essa tarefa urgente e prioritária para o País. E se não tem valores suficientes faça uma coligação indo buscar o que de melhor haja na Nação.
São precisas pessoas inteligentes e dedicadas ao País que procurem determinadamente a porta de saída da crise actual e construam um País válido onde as pessoas possam viver com esperança.
2 comentários:
Talvez as coisas coisas sucederão. boa semana
Caro Táxi,
Pelas leis naturais, as coisas mudarão sem dúvida, A história tem mostrado durante os tempos mudanças, por vezes profundas , por vezes sangrentas. Será bom que se mude da melhor forma, dependendo da atitude dos que têm poder. O poder hoje está nas mãos de pessoas que o usam e dele abusam contra a maioria da população. Náo se pode esperar deles auma mudança para melhor dos que estão mais desprotegidos. Terão que ser estes a organizarem-se, e prepararem a mudança que mais os favoreça. Se assim não for, o povo continuará a ser o mexilhão que se lixa quando o mar bate na rocha, ou a relva do estádio que é pisada por todos e nunca ganha a taça. Não é sério prometer-se ao povo o milagre de vir a beneficiar de justiça social, de justiça fiscal, de melhor distribuição dos recursos nacionais.
Mas é imperioso que se mude, que se abane as águas do pântano para diminuir a pestilência. Sem nada mexer, é a morte. Os chineses irão evitar os abusos dos poderosos, para não colocar em risco o seu investimento na compra das obrigações do tesouro, da dívida portuguesa.. Mas não há bela sem senão. A EDP, o BCP, o BPI, a PT e outras grandes empresas passarão a ver as suas decisões controladas pelos novos accionistas, que não brincam em serviço.
Um abraço
João
Sempre Jovens
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