sábado, 15 de novembro de 2008

Sucesso de jovem cientista português

Mais um português a distinguir-se na senda da excelência, da procura do mérito, mostra-nos que na nossa juventude algo se distingue da mediocridade com que nos preocupamos. Há quem diga que são poucos, são excepções. Mas Roma e Pavia não se fizeram num dia. E estas excepções mostram que existem boas sementes para se poder ter esperança numa floresta de pessoas com muito valor, talvez génios, que não fiquem atrás dos cientistas que apoiaram os descobrimentos da época gloriosa de 500

Já aqui foram referidos vários. Agora não podia deixar de dar espaço ao jovem investigador Luís Gargaté, do Instituto Superior Técnico, de 27 anos, a preparar o doutoramento e que, em contacto com instituições científicas estrangeiras, inventou um escudo magnético para naves espaciais, segundo notícia do DN de hoje. Já testou a hipótese de utilizar um campo magnético e um plasma para produzir um escudo protector para naves espaciais que já é possível fazer em laboratório. A descoberta foi publicada na Plasma Physics and Controled Fusion.

Luís Gargaté já conseguiu mostrar a viabilidade do conceito, juntamente com colegas do Rutherford Appleton Laboratory, em Inglaterra. Neste laboratório foram feitas experiências à escala laboratorial, coroadas de sucesso. A equipa chama-lhes mini-magnestosferas, e funcionam.

Os corpos no espaço estão expostos ao embate de partículas altamente energéticas do vento solar e das estrelas, que podem ser mortais. Aqui, na superfície do nosso planeta, como explica Luís Gargaté, estamos protegidos desse perigo pela magnetosfera da Terra, que as repele para o espaço. As únicas missões espaciais tripuladas que até hoje foram além da magnetosfera terrestre foram as Apolo, que rumaram à Lua. "Foram missões curtas e sabe-se hoje que os astronautas tiveram muita sorte porque nunca houve episódios de radiação mais intensa a coincidir com as missões", conta o investigador do IST. Mas numa viagem tripulada a Marte, muito mais prolongada, o problema vai colocar-se de forma grave.

A apetência deste cientista por estes assuntos vem do último ano da licenciatura em Engenharia Física e Tecnológica, quando começou a trabalhar em plasmas, no Grupo de Lasers e Plasmas do Instituto Superior Técnico. Nessa altura, Gargaté explorou a ideia de utilizar este estado da matéria como fonte de energia para lançar satélites o que já se tornou possível. Agora, a acabar o doutoramento, o investigador olha para os plasmas de outra maneira. Estava-se em 2006 e um dia, em conversa com Robert Bingham, professor em Rutherford, surgiu a ideia. Porque não utilizar os plasmas, juntamente com um campo magnético, como escudo protector de satélites ou naves, como acontece com a própria Terra?

Torna-se assim realidade a ficção apresentada na série Star Trek, em que quando os raios cósmicos apertavam, o seráfico Spock activava o escudo protector da Entreprise e os tripulantes ficavam seguros.

2 comentários:

Paula Raposo disse...

E assim se avança...

A. João Soares disse...

Com este esforço individual de jovens de valor que servem de exemplo, Portugal poderá entrar no bom caminho, do desenvolvimento. Devem ser apoiados e apontados como bons exemplos a seguir.
Mas o PR, quando distribui comendas, é puxado para as entregar a políticos, músicos ligeiros e desportistas, deixando de lado os valores que podem tornar maior o nosso Portugal.
Beijos
João