sábado, 1 de novembro de 2008

A crise financeira global

Encontramo-nos numa crise, complexa, sem previsões seguras do momento em que se iniciará a recuperação. Mas convém sermos esclarecidos o melhor possível dos factores ligados ao fenômeno. O texto que transcrevemos (em português do Brasil) será mais uma achega para tentar compreender a crise financeira global.

Será que a crise vai derrubar o Sistema Financeiro Global? Vá pegar seus dólares agora! RÁPIDO!!!
Oct 13th, 2008 | By asalbuchi | Category: Portuguese
(Global Research (Canada), 6 de outubro de 2008)

Os acontecimentos das últimas duas semanas mostraram claramente que o sistema financeiro, monetário e bancário global, imposto ao mundo pelas estruturas de poder promotoras da “globalização”, é fundamentalmente inconsistente, inviável e imoral quanto a seus efeitos sobre a maior parte da humanidade. Após permitir que uma pequena cabala de figuras sombrias acumulasse vastas quantidades de riqueza e poder sobre mercados, sociedades anónimas, ramos de atividade económica, meios de comunicação, forças armadas e nações inteiras, ele encontra-se agora em queda livre, ruindo sobre si mesmo, numa maciça implosão, tal qual as torres gêmeas do onze de Setembro.

Esse malévolo e injusto Sistema Global de Poder foi concebido e implementado durante as últimas sete décadas pelos planejadores estratégicos da geopolítica e da geoeconomia, a serviço das estruturas de poder da Nova Ordem Mundial, mais notavelmente pela sua rede de discretos e silenciosos, porém altamente influentes institutos privados de pesquisas, tais como o Conselho de Relações Exteriores (CFR, Council on Foreign Relations) fundado em Nova Iorque em 1919, a Comissão Trilateral (fundada em 1973), a Conferência Bilderberg (formada na Holanda em 1954) e outros como o Cato Institute, o Instituto Empresarial Americano (AEI, American Enterprise Institute), sem esquecer o notório Projeto para um Novo Século Americano (PNAC, Project for a New American Century)(1).

Considerando a enorme complexidade do processo que está a se desenrolar no momento; a vasta quantidade de informações com que nos bombardeiam a cada minuto do dia e a aparente dificuldade de antever de que maneira esta crise global será ultimamente resolvida, somos tentados a resumir alguns aspectos importantes e dados cruciais, os quais cremos, nos auxiliarão a montar esse verdadeiro quebra-cabeças, de modo a melhor compreender as múltiplas dimensões da horrenda criatura que eufemisticamente viemos a denominar como “globalização”. Como cidadãos argentinos, possuimos uma enorme vantagem sobre outros povos, incluindo aí os cidadãos americanos, quando a questão é compreender e lidar com este tipo de crise. Digo isso porque em nossas existências já passamos na Argentina por tudo o que agora ocorre globalmente – muito embora, em nosso caso, numa escala bem mais reduzida. Já vimos esse filme…somos putas velhas e de carteirinha… Fomos empurrados e arrastados através de toda a histérica manipulação da inflação, da híper-inflação, colapsos bancários sistêmicos, mudanças de moedas, permutações de títulos de obrigações da dívida pública (Debt Bond Swaps), mega-permutações de títulos da dívida, “blindagens” financeiras, feriados bancários, congelamento de contas bancárias, etc., etc…Como também sentimos na pele os resultados: salvamentos bancários pagos pelos contribuintes (ou por meio da inflação ou do confisco das poupanças), sumiço dos fundos de pensão, destruição de postos de trabalho e empobrecimento generalizado da população.

Vá por nós, temos trinta anos de vivência em matéria de “colapsos financeiros”: TIRE OS DÓLARES QUE VOCÊ TEM NO BANCO JÁ. E SEJA RÁPIDO!!!!

Um Modelo Furado. Finança versus Economia

O sistema financeiro (ou seja, basicamente o “país das maravilhas” virtual, irreal e parasitário da banca) foi concebido para funcionar de modo crescentemente contrário aos interesses da Economia (ou seja, o mundo real da produção concreta, do trabalho e dos produtos/serviços). Em décadas recentes, a Finança e a Economia vêm tomando caminhos cada vez mais divergentes, deixando de manter a ponderação essencial e o equilíbrio necesários para assegurar a atividade econômica saudável, centrada no atendimento ao Bem Comum da Sociedade. Na verdade, hoje em dia a Finança e a Economia se tornaram quase completamente inimigas entre si. Isto pode ser constatado, por exemplo, pelo fato que o atual Sistema Econômico e Financeiro Global está quase inteiramente assentado sobre o conceito de ENDIVIDAMENTO, o que não passa de outra maneira de dizer que a Economia Real está sempre controlada e subalterna aos interesses, caprichos e crises da Finança Virtual.

O Sistema de Endividamento

A Doutrina (ou, deveríamos dizer, o Dogma) do Capitalismo Radical acabou por impor o conceito de ENDIVIDAMENTO como o meio preferencial de movimentar a economia. Na maioria dos países (Argentina, por exemplo) isso significa que não há uso adequado da Moeda Nacional local para gerar crédito de uma maneira controlada e sem criar juro. Esta é a melhor maneira de alimentar a expansão econômica para o desenvolvimento específico do social, da defesa, da infra-estrutura e da tecnologia, com o foco sempre centrado no Bem Comum e no atendimento prioritário do Interesse Nacional. Um dos dogmas centrais do Capitalismo Radical afirma que os bancos centrais que controlam a moeda nacional devem ser totalmente “independentes” do Governo. Contudo, desde que tais instituições devem ultimamente responder a alguém, em algum lugar, somos obrigados a concluir que hoje em dia os bancos centrais são subordinados e subservientes não ao Estado (ou seja, à Sociedade), mas sim à superestrutura da banca privada , tanto a nível local, como a nível global, que, naturalmente, põe quase totalmente de lado, o conjunto dos conceitos de Bem Comum e Interesse Nacional.

É assim na Argentina, bem como em outros países. Todavia, no caso dos Estados Unidos isto assume um caráter particularmente radical, pois seu banco central – o Federal Reserve Bank (FED) – não passa de uma instituição praticamente privada, com quase 97% de sua singular estrutura acionária nas mãos da própria banca privada, tanto no contexto doméstico (numa primeira instância) como no global (se nos dermos ao trabalho de observar mais além). Uma vez que a superestrutura da banca privada assume o controle de um determinado banco central, ela automaticamente adquire o poder de impor uma crônica e freqüentemente drástica sub-monetização da Economia.

Isto significa que nunca há dinheiro bastante para satisfazer as verdadeiras necessidades da Economia Real. É quando os bancos privados entram em cena se oferecendo para fechar aquele “hiato” artificialmente criado, tornando-se os principais geradores de crédito da economia, pelo qual eles cobram juro – freqüentemente a taxas usurárias – para empréstimos feitos às empresas, indivíduos e até ao próprio Estado. Deveríamos entender também que a principal fonte de inflação em todas as economias se encontra nem tanto na expansão monetária conduzida pelo Estado (desde que a mesma obedeça rigorosamente a proporção do verdadeiro crescimento econômico), mas, ao invés, que a maior parte da inflação de qualquer economia é alimentada pelos empréstimos que cobram juro, feitos pelo setor bancário privado.

A nível geoeconômico (2), isso tem servido para gerar uma gigantesca dívida pública nos países do Terceiro Mundo como a Argentina, alimentada pela corrupção sem freios entre os indivíduos envolvidos no processo de conceder e tomar empréstimos e com o apoio dos Governos que nunca parecem compreender como por em prática suas funções soberanas, inerentes a seus poderes de emitir moeda e promover o crescimento econômico ponderado. Contrariamente, esses países adotam políticas neoliberais concebidas pelo FMI em questões da mais alta relevância, que vão das funções do banco central, políticas fiscais, de endividamento, taxas de juro e de câmbio até a regulamentação bancária e outros fatores-chave, os quais foram todos desfigurados a tal ponto, que eles se posicionam contra o Interesse Nacional do país.

O Sistema de Reserva Bancária Fracionária

Este é um conceito bancário universalmente aplicável no mercado global dos dias de hoje, o qual permite que a infraestrutura da banca privada crie literalmente “Dinheiro Virtual” a partir de ar rarefeito (ou seja, linhas de crédito eletrônicas, empréstimos e coisas do gênero) na proporção de 6, 10, 30 ou 50 vezes mais que a Moeda Sonante que realmente está nos cofres das instituições bancárias.

Como se não bastasse, os bancos ainda lhe impingem pesadas taxas de juros pelo “dinheiro” que eles criaram a partir do nada e lhe “emprestaram”, exigindo também garantias tangíveis tais como a sua casa, seu carro ou sua empresa. A proporção entre a quantidade de dólares ou pesos em seus cofres e a quantidade de crédito que eles podem gerar é determinada pelo banco central local (lembrando: controlado pelos próprios bancos privados) é chamada de piso de reservas monetárias sob o Sistema de Reserva Bancária Fracionária e reflete uma estimativa estatística de qual porção dos depositantes irá sacar seus fundos em espécie. O problema é que o conceito de “normal”é basicamente um fator psicológico grupal ou coletivo, intimamente ligado à percepção que os depositantes têm em relação ao sistema financeiro em geral e em relação aos bancos individuais em particular. Quando chegam tempos “anormais” – e, meu caro, como eles estão a chegar neste momento!! – as pessoas tendem a ser tomadas simultaneamente pelo pânico, exigindo que possam sacar seu dinheiro, não como sinais eletrônicos no caixa automático, mas como dinheiro vivo.

Aquele foi o momento em que descobrimos que a quantidade de Moeda Real em cada cofre bancário não era suficiente para pagar todos os depositantes, exceto um punhado (normalmente insiders privilegiados que “anteviram tudo aquilo que estava para chegar”). Para o resto de nós, nada havia sido deixado e o sistema bancário entrou em colapso. Isto é quando, nos Estados Unidos, por exemplo, excetuando-se quaisquer salvamentos financiados pelos contribuintes, a Sociedade Federal Seguradora de Depósitos (FDIC, Federal Deposit Insurance Corporation) indeniza até valores de 100.000 dólares ou, na Argentina, é quando todos percebemos que acabamos de ser completamente surripiados e saímos às ruas a inutilmente bater nossas panelas e caçarolas nas monumentais portas de aço dos bancos, as quais haviam sido convenientemente lacradas na noite anterior… Tudo graças ao fraudulento Sistema de Reserva Bancária Fracionária. Isto foi o que aconteceu na Argentina em 2001 e é o que pode acontecer neste instante nos Estados Unidos.

Banca de Investimento

Nos Estados Unidos, aos bancos comerciais ou main street banks, como o Bank of America, JP Morgan ou CitiGroup, é permitido gerar de 8 a 10 Dólares “Virtuais” – isto é, fajutos – para cada Dólar de Verdade que eles tenham em seus cofres. Esse esquema é controlado pelas autoridades, ou seja, o FED e pelo Gestor da Moeda. Entretanto, os assim chamados “bancos de investimento” nos Estados Unidos e alhures, estão isentos de prestar contas ; são eles que fazem os Mega-Empréstimos às Sociedades Anônimas, ao Governo Americano e a Governos estrangeiros, como o da Argentina, razão pela qual eles são muito menos controlados e regulamentados. Isso implica que para cada Dólar Real em sua posse, tais bancos de investimento podem gerar 26 Dólares “virtuais”(Goldman Sachs), 30 Dólares “virtuais” (Morgan Stanley), mais de 60 (Merril Lynch, antes de estourar) ou mais de 100 nos casos do Bear Stearns e do Lehman Brothers.(3)

Sistema de Canalização e Transferência

Outro fator-chave reside na maneira pela qual o sistema financeiro global acabou por estruturar canais para aduzir ganhos e transferir todas as perdas para terceiros através do sistema como um todo. O efeito disso é que em tempos de grande crescimento e de lucros gigantescos (vale dizer, quando o sistema como um todo cresce) há estabilidade e luz verde para a criação de muitos trilhões de dólares a partir de ar rarefeito. É o momento no qual os lucros são convenientemente privatizados, ou seja, eles fluem naturalmente para os bolsos dos acionistas, especuladores, dirigentes, chefias executivas, a alta administração, “investidores” e outros grandes possuidores de ativos nas instituições financeiras e na infraestrutura corporativa. Mas quando o sistema repentinamente se contrai e entra em parafuso descontroladamente – como está a acontecer agora –, convenientemente acionam-se mecanismos de socialização de todas as perdas através de salvamentos financiados pelo Estado, empréstimos especiais, aquisições financiadas pelo FED por meio de “veículos” específicos como o JPMorgan, CitiCorp e Bank of America, de tal modo que sejam as populações como um todo, tanto a do país, como as do exterior aqueles que vão, ao fim e ao cabo, pagar a conta, através de fenômenos tais como inflação, hiperinflação (que nós argentinos conhecemos tão bem!!), colapsos bancários, aumento de impostos, calotes em dívidas, estatizações, etc.). Os 4 pilares do Modelo de Capitalismo Radical – Em resumo, os fatores-chave acima descritos, no longo prazo funcionam todos conjuntamente de uma maneira coordenada, consistente e sincronizada, o que significa que, mesmo se no curto e no médio prazos ocorrem espasmos de altos lucros onde o dinheiro é jogado de um canto a outro em grande estilo, no longo prazo, o sistema como um todo não segue a mesma lógica. É quando você dá de cara com desmoronamentos financeiros como os de agora. Geralmente, eles são explicados de maneira mais ou menos convincente pelos gurus econômicos bem remunerados, que escrevem textos altamente complexos, – a ponto de fazer doer o cérebro de quem os lê – no Wall Street Journal, no Financial Times e no New York Times, nos dizendo que tudo faz parte d’ “o ciclo econômico”. Na maioria das vezes, eles conseguiam isolar pedaços daquelas fases de baixa do ciclo e localizá-las no tempo e no espaço, de modo a afetar apenas um ou outro mercado emergente…

Como a Argentina em 2001, o Brasil em 1999 ou o México em 1997. Em suma, estes quatro pilares são:

1. Insuficiência Monetária Programada – Gerada artificialmente por um banco central “independente”, controlado pela superestrutura local e global das instituições da banca privada;

2. A banca privada baseada em Reservas Fracionárias – Enquanto sistema, isto permite aos bancos criar dinheiro a partir de ar rarefeito, cobrando juro pelo mesmo – e gerando enormes lucros para “investidores” e credores;

3. Endividamento – Este é o conceito-chave que “alimenta” as economias públicas e privadas substituindo o conceito economicamente muito mais sólido de reinvestir os lucros da empresa e promover uma cultura que valorize a poupança. Aqueles que se beneficiam da desnecessária criação de endividamento precisam promover e instigar a ganância e um consumismo ferozmente indisciplinado no publico em geral e em todos os países – o que se casa muito bem com a completa rejeição do próprio conceito de poupança e/ou de fazer um pé de meia para melhor enfrentar as adversidades. (4)

4. Privatizar Ganhos/ Socializar Perdas – Como mecanismo de canalização e transferência para os diversos estágios dos “ciclos” recorrentes. Assim, quando eles atingirem o estágio onde o colapso é inevitável, sempre haverá de se encontrar um jeito de fazer a população como um todo pagar a conta.

Informações e Conceitos Fundamentais

Um breve sumário dos principais eventos deste ano conduzindo à presente crise terminal do sistema financeiro global pode ser extremamente esclarecedora e reveladora:

Janeiro de 2008: O banco Countrywide Financial quebra (ativos avaliados em 172 bilhões de dólares).

Março de 2008: O banco de investimentos Bear Stearns (ativos avaliados em 399 bilhões de dólares) quebra e é comprado pelo JPMorgan Chase por meio de uma linha de crédito de 30 bilhões de dólares, financiada pelo FED. Em 7 de março, o FED oferta até 200 bilhões de dólares em empréstimos de 28 dias aos bancos e instituições financeiras. Em 11 de março, o FED oferta até 200 bilhões de dólares em Letras do Tesouro Americano em troca de de títulos privados lastreados em hipotecas. Em 21 de março, o Banco Central Europeu oferta até 24 bilhões em empréstimos para ajudar os bancos a escorar seus balanços. O Banco di Inglaterra, por seu turno, oferta até 10 bilhões em empréstimos.

Abril de 2008: o banco comercial IndyMac Bancorp quebra (ativos avaliados em 32,3 bilhões). O banco alemão Düsseldorfer Hypotheken Bank (ativos avaliados em 42,5 bilhões) quebra.

Julho de 2008: o banco britânicoAlliance & Leicester (ativos avaliados em 153,4 bilhões). O banco dinamarquês Roskilde Bank (ativos avaliados em 7,9 bilhões) quebra.
7 de setembro de 2008: as duas maiores agências hipotecárias americanas – Freddie Mac (ativos avaliados em 879 bilhões) e Fannie Mae (ativos avaliados em 885,9 bilhões) são encampados pelo FED, a um custo imediato de 200 bilhões de dólares e o governo americano agora é o gestor de suas dívidas conjuntas de 5,4 trilhões de dólares.

15 de setembro de 2008: o quarto maior banco de investimentos dos EUA, o Lehman Brothers (ativos avaliados em 966,2 bilhões de dólares) quebra. Simultaneamente, o banco de investimentos Merril Lynch (ativos avaliados em 639,4 bilhões de dólares) é salvo pelo Bank of America a um custo de 50 bilhões (extra-oficialmente financiado pelo FED, considerando-se que o Bank of America não tinha fundos para uma aquisição desse porte).
16 de setembro de 2008: os bancos centrais dos Estados Unidos, da União Européia, do Japão, da Suíça e do Canadá mobilizam um fundo de emergência para o swap de divisas no valor de 180 bilhões de dólares.

17 de setembro de 2008: a maior seguradora dos Estados Unidos e do mundo, a American International Group (AIG) (ativos avaliados em 1,050 trilhões) foi estatizada em 80% pelo FED a um custo de 85 de bilhões de dólares. A decisão de resgatar essa seguradora (que deveria ter sido tomada pelos representantes do Estado Americano (State Insurance Comission) e não pelo FED) reside no fato de que ela teria arrastado para o buraco bancos tais como o Goldman Sachs. Isso explica por que o presidente executivo do Goldman, Lloyd C. Blankfein, foi o único banqueiro de Wall Street convidado a participar das discussões de salvamento de última hora, coordenadas pelo governador do FED Bernard B. Bernanke e pelo Secretário do Tesouro Americano Henry Paulson. Em tempo, antes de se tornar Secretário do Tesouro de George W. Bush em junho de 2006, Paulson foi presidente executivo do Goldman Sachs, quando transferiu seu posto para Blankfein.

17 de setembro de 2008: Henry Paulson, Bernard Shalom Bernanke e Christopher Cox (presidente da Comissão de Títulos e Valores Mobiliários (Securities & Exchange Comission – SEC) submeteram ao Congresso um Plano Emergencial de Salvamento, contendo 3 páginas (ao estilo da “blindagem financeira” argentina em dezembro de 2000, a qual limpou o caminho para a quebradeira geral de 2001), a um custo de 700 bilhões de dólares, no intuito de estancar mais quebras bancárias e financeiras nos Estados Unidos e no resto de mundo. A urgência da matéria poderia ser lida nos rostos lívidos de pânico até que o projeto caiu pela primeira vez na Câmara dos Deputados, quando foi rejeitado em 22 de setembro de 2008. Daí então, o projeto de três páginas engordou tanto até que virou um dossiê de 450 páginas, agora aprovado pelo Senado e sendo submetido novamente à Câmara (NT – foi finalmente aprovado em 3 de outubro de 2008, por ampla maioria).

Paulson e Bernanke querem “superpoderes” do Congresso Americano, parecidos com aqueles que o ex-Ministro da Fazenda da Argentina, Domingo Cavallo conseguiu arrancar do Congresso argentino em 2001, os quais acabaram levando ao colapso total. Em diversas declarações, o presidente George W. Bush não se cansou de salientar a situação periclitante dessa “emergência nacional”. Quando questionado sobre como se chegou ao valor de 700 bilhões de dólares, Bernanke disse que isso representaria 5% (!!!) do valor das hipotecas podres. Analistas independentes, todavia, consideram que esses 5% são insuficientes para cobrir todos os salvamentos e que devemos considerar 10, 15 ou 20 por cento de hipotecas podres, as quais elevariam os valores do salvamento a alturas inimagináveis. A rejeição do plano de salvamento na “segunda-feira negra” fez com que o índice Dow Jones despencasse 778 pontos (mais de 7%) e a uma queda de 16% para as instituições financeiras. Não é de se surpreender que a a edição de 21 de setembro do jornal londrino “The Daily Telegraph” tenha destacado que o governo americano poderia até dar um calote em sua dívida de 13,5 trilhões de dólares a qualquer momento.

Os dois bancos de investimento restantes ainda considerados “saudáveis” – Goldman Sachs e Morgan Stanley – decidiram voluntariamente se transformar em bancos comerciais e assim serem submetidos a um escrutínio regulatório mais rígido. Isso significa que eles terão que reduzir suas carteiras de empréstimos – as quais eles inflaram desmedidamente através do empréstimo fracionário, conforme o descrito acima – de maneira muito rápida e ordenada. Nesse meio tempo – e numa medida emergencial transitória – o financista Warren Buffet comprou uma posição de 5 bilhões de dólares no Goldman Sachs para ajudá-lo a se tornar “mais saudável”, uma clara indicação de como a coisa está feia.

22 de setembro de 2008: Após um estranho período de silêncio em relação à sua situação como grande banco, o CitiGroup finalmente resolveu mostrar a cara, ajudando na engenharia financeira de dois salvamentos bancários: o Washington Mutual Savings & Loans (a maior caderneta de poupança dos Estados Unidos, com ativos avaliados em 309,7 bilhões de dólares) e o Wachovia Bank (ativos avaliados em 812,4 bilhões), muito embora o Wachovia esteja vacilante, dando a entender que poderia fazer negócio com o banco Wells Fargo.

De 22 a 30 de setembro de 2008: O contágio atravessa o Atlântico, jogando a Europa numa crise bancária de efeito dominó:
O conglomerado bancário e de seguros franco-belga Fortis, com ativos avaliados em 1.533 bilhões de dólares, foi salvo pelos governos da Bélgica, Holanda e Luxemburgo. O Bradford & Bigley (uma das maiores cadernetas de poupança da Grã-Bretanha) foi salvo pelo grupo espanhol Santander a um custo de 30 bilhões de dólares; ativos: 104 bilhões. O Hypo Real Estate AG (um banco alemão salvo pelo governo a um custo de 50 bilhões de dólares, com ativos de 622,2 bilhões), o Dexia (outro banco franco-belga resgatado pelos respectivos governos – preço da brincadeira: 9,2 bilhões de dólares – ativos de 913 bilhões),o Glitnir (um dos principais bancos da Islândia, foi estatizado em 75%, ao custo de 900 bilhões de dólares; ativos de 48,9 bilhões de dólares). Claramente, tais somas são realmente de dar medo, na medida em que, em seu conjunto, elas ultrapassam o PIB americano, o que dá uma amostra do que ainda está por vir, levando-se em conta os rumores continuados de mais quebras bancárias em ambos os lados do Atlântico: o UniCredit, um banco italiano com filiais em toda a Europa, que é dono do banco alemão HypoVereinsbank e do Bank Áustria.

O UBS com sede em Zurique, na Suíça mais o National City Corporation, o Downey Financial Corporation e o Sovereign Bancorp dos Estados Unidos, além de outros bancos, possuem alta exposição a títulos hipotecários “tóxicos”, só para usar o termo encantador inventado por Bernanke no FED… E, por último, a imprensa e os analistas internacionais continuam a insistir que a conta desses salvamentos será paga pelos “contribuintes americanos” através de futuros aumentos dos impostos. A pura verdade, para quem conhece bem os Estados Unidos, é que a maioria desses salvamentos será mesmo paga pela emissão ainda mais descontrolada de moeda pelo FED, a qual vai erodir ainda mais o valor do dólar. Em suma, o custo do desastre haverá de ser pago, pelo mundo afora, pelas empresas, governos e indivíduos possuidores de ativos denominados em dólar e não apenas pelo “contribuinte americano”.

Cenários Plausíveis

A crise que está a afetar o sistema financeiro global, assentado na especulação parasitária e na usura, é de natureza terminal. Ela já não pode mais ser resolvida através de medidas e instrumentos de cunho puramente financeiro e monetário. Se as autoridades americanas se concentrarem somente em tais tipos de medidas, então deve-se esperar o colapso como certo e inevitável.

Uma perspectiva mais pragmática das estruturas do poder global e americano, contudo, indica que os Estados Unidos não vão ficar simplesmente assistindo a própria casa ruir, permitindo passivamente seu desaparecimento enquanto superpotência global. Os Estados Unidos não são de apagar as luzes e ir para casa, como fez a Nomenklatura Soviética no início dos anos noventa. Não senhor. Eles antes vão armar o maior barraco no cenário internacional!!! E isso é um problema para todos os povos do mundo, assim como para o próprio povo americano.

Neste sentido, elaboramos vários cenários, dos quais destacamos três claramente definidos, cujos planos de ação devem, indubitavelmente, ser acionados alternativamente para enfrentar as crises que se avolumam:

Plano A (lidando com uma crise de relativa baixa intensidade através de medidas essencialmente financeiras)

Este enfoque visualiza rodadas ininterruptas de negociação entre o FED, o Departamento do Tesouro, o Congresso, os principais bancos privados mais os bancos centrais da Europa e da Ásia, com o objetivo de implementar medidas ainda mais avançadas para estancar “buracos negros” e mais quebradeira bancária, sem esquecer de se fazer lobby continuado sobre o Congresso e alhures para se obter outros planos de salvamento de 700 bilhões de dólares. Isso servirá para controlar a crise nos dias e semanas vindouros, ao ajudar os bancos problemáticos, inclusive aqueles de médio porte, além de bancos estrangeiros operando nos Estados Unidos (vale dizer, os seus HSBCs, Barclays, Deutsche Banks, além de outros) e, o que é mais importante, o que sobrou dos principais mega-bancos como o Goldman Sachs, o JPMorgan Chase e o CitiGroup. O efeito imediato disso será uma drástica e profunda administração da crise através de medidas financeiras e monetárias. Ao mesmo tempo, novas regras do jogo serão negociadas em Wall Street e Washington. O resultado prático será uma maciça transferência de riqueza dos pequenos investidores, fundos de pensão, pequenos acionistas, etc., para as burras da costumeira cabala de banqueiros, investidores institucionais, especuladores e parasitas financeiros.

Plano B (lidando com uma crise de média intensidade através de medidas financeiras e monetárias)

Se o Congresso não aprovar o plano de salvamento ou limitá-lo significativamente, ou até se o Congresso aprová-lo, mas se ele mostrar-se insuficiente nos dias e semanas que se seguirão, com outro espasmo de quebradeiras entre grandes bancos e seguradoras, então o governo americano – ou seja, o FED e o Departamento do Tesouro – poderia muito bem declarar estado de “Emergência Econômica Nacional” e introduzir uma moeda totalmente nova.

Não, não o “Amero”, o qual não passa de rumor a servir de cortina de fumaça, mas, ao invés, algo muito mais direto ao assunto: um “Novo Dólar”, que ao contrário do atual dólar desvalorizado, seria lastreado em ouro. Contudo, não qualquer ouro: poderia ser ouro metálico 9999, com algum tipo de fator de segurança 100% à prova de burla – ou seja, tanto poderia ser um chip embutido, como um holograma, que o transformaria em “Ouro da Reserva Global”, ou ouro “sagrado”, financeiramente falando – o qual poderia valer, talvez, dez vezes mais que o ouro normal “profano”. Simultaneamente, um feriado bancário prolongado poderá ser declarado para implementar a troca das moedas (tal como aconteceu na Argentina por diversas vezes durante a história recente, especialmente quando o presidente Alfonsín introduziu o “Austral” no lugar do desprestigiado peso).

A transição para a nova moeda será em termos altamente favoráveis àqueles bancos, empresas, cidadãos, aliados e outros “aliados e amigos preferenciais” dos Estados Unidos, os quais conseguirão trocar seus dólares “velhos” por novos na base de um por um. Em seguida, virão certos poderosos possuidores de instrumentos denominados em dólar – dinheiro vivo, Letras e Títulos do Tesouro Americano e coisas do gênero –, aos quais serão concedidas regalias preferenciais, com base em interesses geopolíticos e geoeconômicos específicos dos Estados Unidos, tais como, os governos e interesses da União Européia, do Japão, talvez da China, bem como instituições específicas e corporações globais aos quais será permitido trocar seus velhos dólares por Novos Dólares a taxas de câmbio aceitáveis de 2, 3 ou 4 por um.

Para o resto dos possuidores de dólares – isto é, vastos números de investidores privados de todos os cantos do mundo, em países da América Latina, da Europa Central, do Mundo Muçulmano, da África, etc. –, o governo americano simplesmente dirá que seus respectivos mercados locais é que precisarão determinar quantos dólares velhos comprarão um Novo Dólar e que isso será dado pelas forças de mercado a ditar a relação entre oferta e demanda. Poderemos, então, ver cambistas de todos os matizes e portes oferecendo um Novo Dólar por 8, 10 ou 20 dos velhos nas mãos das massas desesperadas, tentando se livrar daqueles pedaços amarfanhados de papel verde valendo cada vez menos. (5)

O efeito imediato disso seria um alargamento ainda maior da socialização das perdas bancárias americanas em mercados emergentes e economias mais fracas fora da órbita dos interesses americanos mais sensíveis (isto é, o Novo Dólar permitiria aos banqueiros exportar seletivamente a corrosão inflacionária da moeda americana em direção a regiões e segmentos específicos do mundo).

Plano C (lidando com uma crise de elevada intensidade através de medidas geopolíticas e militares)

Se as autoridades americanas não puderem resolver a crise através de instrumentos financeiros, monetários e de medidas econômicas e se crescentes violência social e insegurança política internas ameaçarem afetar os Estados Unidos e seus principais aliados, então o esforço de neutralização da crise poderá entrar em modo geopolítico e militar. Se um feriado bancário prolongado tiver que ser implementado ainda durante a administração Bush, congelando contas bancárias, depósitos e caixas eletrônicos (tal como durante o período do corralito – isto é, o “chiqueirinho” – que marcou o sofrimento argentino a partir de dezembro de 2001, trazendo dificuldades inimagináveis para o país), este poderá acarretar como desdobramento, o “chute no tabuleiro do xadrez mundial”, na tentativa de resolução do problema no cenário geopolítico internacional.

O significado disso é um aumento do conflito como um todo, abarcando as dimensões política, diplomática e militar, dando início a uma guerra global generalizada, a qual, os cabeças da Nova Ordem Mundial parecem acreditar, os permitirá mobilizar vastos recursos para a guerra, tirando o foco da crise financeira corrente. Isso acarretará em imposição de limites estritos sobre todas as liberdades civis nos Estados Unidos e em outros lugares. E mesmo a suspensão da Constituição (que nós argentinos seguramente também conhecemos muito a respeito).

A “Segurança Nacional” será invocada a pretexto de que estaríamos passando por um grave momento de emergência interna e será a justificativa para invasões unilaterais de países e regiões em diversas partes do mundo. Em resumo, a mobilização do país e de seus aliados e seus recursos materiais, enquanto a psique coletiva é manipulada na suposta necessidade de “defender” o país contra “inimigos” não muito claramente definidos (novas ou velhas organizações terroristas convenientemente demonizadas). Um dos resultados almejados seria reestabelecer a economia e o sistema financeiro ligando-o diretamente a um complexo industrial-militar mais intensificado, onde os Estados Unidos não teriam rival – guerras no estrangeiro são sempre convenientes para se desviar a atenção dos problemas internos.

O efeito imediato disso, muito plausivelmente, consistiria num ataque unilateral ao Irã com o pretexto de destruir seu programa nuclear, que seria provavelmente iniciado por Israel às instalacões nucleares iranianas, uma vez que os israelenses recebam o sinal verde de Washington. Isso rapidamente traria os Estados Unidos à guerra, com conseqüências incalculáveis. Pior ainda, poderemos testemunhar um mega-ataque de Bandeira Falsa cuidadosamente orquestrado (isto é, um ataque organizado ou incentivado pelas próprias estruturas de poder da Nova Ordem Mundial, com o intuito de colocar a culpa no Irã ou em organizações islâmicas, ou seja lá em quem for, só para usar o incidente como pretexto para um ataque unilateral ao Irã, à Síria e a outros).

Tal ataque de Bandeira Falsa poderia acontecer em solo americano ou contra interesses americanos em qualquer parte do mundo ou até contra aqueles de aliados-chave dos Estados Unidos e faria o Onze de Setembro parecer uma simples fogueira de acampamento em comparação. Os meios de comunicação da Nova Ordem Mundial assegurariam que a opinião pública global acreditasse qie o Irã em particular e o mundo muçulmano como um todo seriam os responsáveis por um ataque desse gênero e portanto haveria a justificativa de toda uma série de “contra-ataques”, invasões e guerras. Sem dúvida, a Rússia também seria envolvida, causando estragos por toda a Europa Central e enfraquecendo a União Européia.

Uma guerra generalizada no Oriente Médio seria pretexto suficiente para promulgar legislação para liberar totalmente a exploração das reservas petrolíferas do Alasca, justificar a invasão dos campos petrolíferos da Venezuela, militarizar a plataforma continental do Atântico Sul nas regiões marítimas brasileiras e argentinas, onde vastos depósitos de petróleo jazem inexplorados e onde a Quarta Frota da marinha americana já se encontra operando, entre tantas outras coisas. A China, a Índia e o Paquistão terão indubitavelmente papéis importantes a desempenhar e se forem usados artefatos nucleares táticos, então isso poderia se tranformar verdadeiramente numa guerra nuclear mundial, que ninguém sabe como continuará e terminará.

Este sumário meramente levanta algumas informações, padrões e conclusões que ajudam a salientar o momento extremamente grave por qual passa o conjunto da humanidade. Seu resultado afetará o mundo todo. Oferecemos estas idéias como um tipo de exercício de Gerenciamento de Risco Global, na esperança que sirvam como marco inicial para promover melhores e maiores exercícios de planejamento estratégico entre as organizações públicas e privadas da Argentina e de outros lugares.
Muito embora a extremamente medíocre classe dominante da Argentina – tanto no Governo, como na assim chamada ‘Oposição” – dificilmente compreenda ou seja capaz de realmente avaliar o verdadeiro significado daquilo que está acontecendo no mundo, a verdade é que esta crise abre incríveis novas perspectivas para a Argentina e para nossa região. Teríamos a oportunidade de dar um “Salto Quântico” sem precedentes. Todavia, a fim de tirar vantagem dessas oportunidades, precisamos compreender como as estruturas de poder da Nova Ordem Mundial realmente funcionam, naquilo que se refere às suas dinâmicas políticas, econômicas, financeiras e monetárias, bem como seus objetivos e métodos. Não pouparemos esforços para que a opinião pública da Argentina se intere de tudo isto da maneira mais rápida possível; daí a urgência do assunto.

De qualquer modo, os dias e semanas vindouros serão extremamente transcendentais para toda a humanidade. Convido-os a ficar muito alertas…

Notas

(1) Já descrevemos exaustivamente como as estruturas privadas de poder global realmente operam em vários livros e um artigo, com destaque para o abrangente livro de 472 páginas “El cerebro del mundo: la cara oculta de la globalización” (Ediciones del Copista, Córdoba, 2003, quarta edição) e em “Bienvenidos a la jungla: dominio e supervivencia en el Nuevo Orden Mundial” (Editorial Anábasis, Córdoba, 2005). Existe uma sinopse em língua inglesa do primeiro – “The World`s Mastermind: the Hidden Face of Globalization”, à disposição em nosso endereço eletrônico
www.asalbuchi.com.ar ou www.globalresearch.ca

(2) A “Geoeconomia” foi introduzida ao Conselho de Relações Exteriores, localizado em Nova Iorque, pela fundação Maurice Greenberg Fellowship, isto é, do mesmo financista que foi presidente e presidente executivo da quebrada AIG – American Insurance Group – , o qual teve que renunciar em 2005 em meio a um escândalo de fraude corporativa de maiores proporções.

(3) Dados extraídos do jornal The New York Times, edição de 22 de setembro de 2008.

(4) Uma parte salientável da crise nos Estados Unidos também está focalizada no imenso endividamento das famílias com as empresas de cartão de crédito, onde o financiamento se dá a taxas usurárias de 19 a 25 por cento (FoxNews, 25 de setembro de 2008).

(5) Este processo completo é discutido em maiores detalhes em meu artigo “Death and Ressurection of the US Dollar” (NT – “Morte e Ressureição do Dólar Americano”), à disposição em nosso endereço eletrônico

www.asalbuchi.com.ar ou www.globalresearch.ca ou sob encomenda a salbuchi@fibertel.com.ar

*Adrian Salbuchi é um destacado autor e analista econômico da Argentina. Ele também é membro do Movimento Segunda República Argentina.

O endereço eletrônico deste artigo é :
www.globalresaerch.ca/PrintArticle.php?articleId =10430./span>


3 comentários:

José Lopes disse...

Com alguma facilidade se conclui que a virtualidade dos mercados e os esquemas que os suportam, com malabarismos fantásticos, acabam por atirar o ónus da sua reformulação, no intuito de ganhar alguma credibilidade, sobre os sectores produtivos e sobre o trabalho. A ilusão um dia encontrará o cepticismo generalizado, porque o esforço pedido será cada vez maior, tornando-se insuportável. O capitalismo não quer ser vigiado e nunca poderá deixar de ser especulativo, o que significa que as crises vão suceder-se a maior ritmo, o que o condena (pelo menos como o conhecemos) à sua morte.
Cumps

A. João Soares disse...

Caro Guardião,
O capitalismo, tal como aconteceu com o comunismo com a queda do muro de Berlim, já morreu. Já não é e nunca voltará a ser o mesmo. Repare que a forma como estão a combater a crise, nada tem a ver com as teorias da liberdade económica com o salve-se quem puder. O Estado está a pôr a mão na actividade privada dos bancos, mas, por enquanto, actua com cautela, com medo de ferir os capitalistas, que estão a alterar a forma de actuar, mas levarão sempre a melhor. O poder de influência dos poderosos não diminuirá e, de novas formas continuarão a explorar os menos protegidos.
Explorarão de outras formas !!!
Falta aparecer um novo doutrinador que será diferente do Karl Marx mas que será necessário que tenha êxito nas novas linhas de justiça social que protejam os agora abandonados à cobiça dos ricos ambiciosos, sedentos de sangue dos desprevenidos.
Abraço
João

Anónimo disse...

E quem está a ser penalizado e a pagar são os Funcionários Públicos colocados na mobilidade

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