REFLEXÕES CASTRENSES:
-Por Pedro Rafael Mercado, da Reserva do Exército Argentino.
O facto aconteceu no Colégio Militar da Nação. A Ministra da Defesa, Nilda Garré, encontrava-se a presidir à projecção de um filme-debate que pretende coroar a mudança cultural que prega, do seu Ministério para as Forças Armadas. Nesse sentido, vem trabalhando activamente Martin Grass, um ex(?)-dirigente montonero, que conduz actualmente o sector educacional da área castrense.
Terminada a projecção da película "Desobediência", um filme tendencioso que narra situações de guerra, onde soldados e graduados se negam a obedecer a ordens presumidamente imorais. O objectivo é: aprofundar a lavagem cerebral dos jovens Cadetes. O filme termina e um silêncio sepulcral instala-se no salão.
Tentando romper o gelo, com um sorriso irónico no rosto, a Dra. Garré toma a palavra e pergunta: Aqui não se aplaude, como nos cinemas?
Um Oficial pede a palavra e expressa, com atitude, com respeito e com muita convicção o que todos pensam: que independente do conteúdo, aquele não era o âmbito adequado para passar aquela película; que os Cadetes estavam-se formando na disciplina para operar na forma de uma guerra regular e que a película nada indicava nesse sentido. Definitivamente: não servia para nada.
A Ministra ainda não acabara de absorver essa bofetada intelectual, quando um simples Cadete faz uso da palavra, resumindo o sentimento generalizado:
-"Se estes são os valores que se pretendem impor para o novo Exército, eu peço baixa imediatamente".
E o salão explodiu num aplauso geral, que punha em evidência a magnitude do fracasso da política oficial, seguida pelos neo-montoneros. Queriam mudar a alma do soldado... e o espírito castrense permanecia inalterado. Dominando os seus nervos, Nilda Garré, já sem o sorriso inicial, interrogava-se como era aquilo de que no ambiente castrense não se costumava aplaudir.
É de esperar que os actuais Altos Comandos do Exército Argentino tenham anotado esta lição da história. E na hora de formular estratégias, não deixem de lado a sensibilidade, a coragem e o valor dos quadros médios da instituição, que menos comprometidos com as intenções do poder, parecem estar mais perto das verdadeiras soluções.
A Dra Nilda Garré é Min da Defesa desde 2005. Abrs Landeiro
NOTA: Por cá, também há ministros que pretendem governar CONTRA os agentes dependentes dos seus ministérios e não COM eles, sem perceberem os valores éticos e profissionais dos especialistas com quem estão a tratar. Temos, através de notícias dos jornais, visto isto no âmbito da Educação, da Saúde, da Justiça, da Defesa, da Administração Interna, etc.
Nenhum artífice evidenciará competência se não souber e quiser trabalhar COM as ferramentas de que dispõe. E os recursos humanos, principalmente os mais qualificados, não se compadecem com amadorismos.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Um cadete do Exército Argentino
Publicada por A. João Soares à(s) 18:46
Etiquetas: dedicação, disciplina, ética, patriotismo
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4 comentários:
Como dizes e muito bem como é possível que responsáveis queiram tomar iniciativas e reformas CONTRA e não COM as pessoas que irão usá-las ou usufruir dessas mesmas situações? COMANDAR, COORDENAR, COADJUVAR, COADMINISTRAR, etc. são tudo acções que exigem que se esteja COM e não CONTRA. Porquê, então, que estes "aprendizes de feiticeiro" que nos (des)governam assim não procedem? De certeza é porque são incompetentes e por isso mesmo tornam-se prepotentes e usam o "quero posso e mando" como forma de se imporem!!!!
Caro Amigo Luís,
Gosto dessa dos «aprendizes de feiticeiro» que nos (des)governam. Começam por não terem competência para formar uma equipa de assessores, pouco volumosa mas eficiente, competente, dedicada aos interesses conducentes aos verdadeiros objectivos nacionais, evitando gastar dinheiro (recursos nacionais) em volume desproporcionado com o pouco de útil que fazem.
É certo que errar é humano, mas não podem esquecer-se de que cada erro corresponde a prejuízos de toda a ordem, quer no rombo que produzem no erário, quer na quebra da confiança dos cidadãos, quer no tempo que se perde, quer nas repercussões que tudo isso tem no futuro do País.
Neste momento, além da crise militar, há a grave crise na Educação da qual depende a preparação de base dos futuros líderes nacionais, não só na política mas, principalmente, na ciência, na técnica, na gestão e na laboração.
Quanto ao tema do post da «desobediência» aos chefes legítimos, concordo que não haja obediência cega, mas sim obediência esclarecida, de acordo com as palavras que escreveste em maiúsculas. Cada um deve «discutir» as ordens que recebe apresentando dúvidas e discordâncias a fim de ser esclarecido, de poder sugerir alterações que melhorem a forma de agir, a fim de serem obtidos melhores resultados. Isso fazia parte da formação dos oficiais do antigo Corpo do Estado Maior, do Exército, ministrado em Pedrouços durante três anos, a que se acrescentava um estágio depois do Curso Geral e outro após o Curso Complementar.
Os governantes precisavam de ter uma preparação daquele género, para o País não andar aos solavancos do pára-arranca, como se tem visto em alguns ministérios.
Abraço
João
Concordo inteiramente com a tua nota. Beijos.
Querida Paula,
Obrigado pelas palavras.
Beijos
João
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