Ao lado dos graves e variados inconvenientes da crise financeira global que está a preocupar toda a gente, ela tem a utilidade de oferecer uma oportunidade rara de rever sistemas e tornar mais correctas as finanças internacionais, estatais e privadas.
São sempre os momentos críticos que despertam as pessoas da letargia a que foram conduzidas por rotinas que, tendo sido lógicas e coerentes à nascença, se tornaram desajustadas perante a evolução e o progresso das sociedades e das tecnologias. Esse despertar obriga a rever profundamente o sistema e a substituí-lo por um novo, mais adequado ao presente e ao futuro previsível e devidamente inspeccionado afim de evitar desvios perversos que possam criar mais crises. Este aspecto está focado na notícia do DN que refere que da cimeira do G20 saiu um acordo de princípio que rompe impasse de muitos anos.
A nível dos Estados, deverá ser definida a sua interferência na denominada «economia de mercado» e o esquema de inspecção permanente que detecte, com oportunidade, desvios ocasionais e os corrija antes de explodirem em catástrofes. Também, quanto à economia dos Estados (ou da UE) e às reformas internas, o DN traz hoje um outro artigo que diz que Capoula Santos tenta fazer aprovar revolução da PAC.
Ao nível privado, das pessoas e das famílias, já são visíveis efeitos de medidas correctivas para fazer face à situação actual e previsível. Está a notar-se a revisão das prioridades de gastos, definindo o que é realmente necessário e o que é supérfluo e pode ter prioridades remotas.
A substituição do carro pelos transportes públicos é notada pela Brisa que vê reduzidas a receitas das portagens e pela menor intensidade do trânsito nas estradas suburbanas. As gasolineiras afirmam que, apesar da baixa dos combustíveis, a queda das vendas não é travada.
Também os restaurantes e as lojas estão a facturar menos, estando já em curso promoções com boas reduções de preços, para atenuar a redução de vendas na época de Natal que se afigura preocupante.
As pessoas já concluíram que não é sensato continuar a viver acima das posses, que não é racional gastar tanto com despesas supérfluas, nem serem arrastadas pelo consumismo e pela ostentação. Estão a notar-se sinais de bom senso na gestão das economias domésticas, sinais de que as pessoas estão a raciocinar e a fazer contas.
Porém, estas precauções das pessoas criarão, sem dúvida, dificuldades às empresas, principalmente aquelas que prestam serviços dispensáveis ou menos prioritários. O desemprego poderá aumentar, o que não é desejável. Mas não há nada que não tenha vantagens e inconvenientes.
Tenhamos esperança que os economistas, que não conseguiram prever e evitar a crise, saibam agora reduzir os seus inconvenientes e preparar um futuro mais seguro, menos arriscado, com mais segurança social, melhor e mais justa distribuição de benefícios e de riscos.
A Necrose do Frelimo
Há 4 horas
1 comentário:
É importante que a crise leve as pessoas a repensar o recurso ao crédito bancário a fim de evitar exageros que lhe tolhem a existência. Sugere-se a leitura do seguinte artigo do Diário de Notícias 2,1 milhões precisam de 2 anos de salários para pagar aos banco
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