terça-feira, 18 de novembro de 2008

Falsos intelectuais

Dois artigos do DN de hoje dão uma ideia da inutilidade das análises de pretensos intelectuais que lançam poeira para os olhos dos seres humanos, através de livros e de artigos de revistas especializadas que parecem não passar de sinais exteriores de intelectualidade balofa.

O professor universitário Adriano Moreira refere o número de Novembro de 2007 do Asia-Europe Journal que sendo dedicado a vários aspectos do tema corrente do globalismo, aborda a Europa como exemplo de referência para uma sociedade aberta global, a Ásia a ressurgir e a China a impor-se no Comércio Internacional.

Porém, curiosamente, nenhum dos articulistas se ocupa de previsão e acções no sentido de enfrentar a crise financeira com que o globalismo se depara e que está a preocupar seriamente todo o mundo. Esta ausência torna vazio de conteúdo de interesse todo o exercício intelectual derramado nas páginas da publicação. Estava-se a poucos meses da erupção do acontecimento, que já devia ter sido objecto de análises com propostas de medidas para o evitar. Estamos perante a «falência das análises».

Um outro aspecto que justifica o título deste post assenta no artigo do Dr. Mário Soares que considera que a última reunião do G20, foi uma cimeira sem resultados? Com efeito, os responsáveis nela participantes e os «intelectuais» que os apoiam, não conseguiram, em devido tempo, rever o sistema financeiro mundial, não se aperceberam dos seus pontos fracos ou, se os notaram, não quiseram ou não conseguirem remediá-los antes da eclosão da crise global e, depois de esta ter alastrado por todo o Planeta, não se mostram com capacidade de definir as melhores medidas para reestruturar o sistema financeiro global e restabelecer a confiança dos agentes económicos a todos os níveis. E destas incapacidades resultou não haver resultados práticos da cimeira que, com a deslocação de altas entidades de muitos países, a cimeira ficou cara aos contribuintes, agravando-lhes os efeitos nocivos da crise.

2 comentários:

Paula Raposo disse...

Acho que destes intelectuais está o país a abarrotar!

A. João Soares disse...

Querida Paula,
Mas infelizmente, para a humanidade, a carência de gente honesta e dedicada a boas causas é muito grave. Nenhum economista deu o alerta para o perigo que estava a germinar e desenvolver-se. Ninguém procurou evitar o desastre. Procuraram beneficiar o mais possível com a aldrabice, imoral e criminosa.
Beijos
João