Há instituições que deviam pairar acima da mínima desconfiança ou quebra de credibilidade e de confiança por parte da população, sendo a Justiça e as forças policiais duas dessas entidades que deviam ser inquestionavelmente respeitadas. Mas infelizmente, aparecem com frequência notícias que nos deixam perplexos.
O caso da libertação de um imigrante ucraniano suspeito de tráfico de armas, tendo na sua posse abundante quantidade de armas, munições e explosivos, não pode deixar de ser assustador, a não ser que se trate de uma manobra estratégica policial para colher fruta mais madura.
Os portugueses e outros habitantes deste rectângulo á beira mar plantado não podem sentir-se seguros vivendo num país onde suspeitos deste género são libertados, pese embora as razões e os argumentos de quem decidiu a medida de coacção, certamente com boa lógica, à luz da lei vigente. Mas, então, a lei é preocupante.
Não se trata de um vulgar aldrabão, pois está em causa a potência das suas armas e o grau de destruição que poderiam causar - nomeadamente os explosivos. Com tais instrumentos bélicos, constitui um perigo iminente para a paz pública. E, sendo estrangeiro terá um apelo mais forte e maior apetência para fugir do País, mesmo sem passaporte.
Um tal suspeito devia ser colocado em lugar onde não pudesse constituir perigo para a sociedade. Se um juiz não pode cumprir essa sua função, por qualquer motivo, ou a legislação o impede de obedecer à sua consciência, deve fazer tudo o que for imaginável para derrubar esses obstáculos, mesmo que tenha de fazer um grande escândalo nacional. Das entrevistas, a manifestações, ou conferências de imprensa, deve optar pelo que melhor lhe permita explicar aos cidadãos a razão por que este senhor saiu em liberdade. A responsabilidade de tal caso deve cair sobre os verdadeiros culpados, os verdadeiros responsáveis.
A conferência de imprensa convocada quando houve uma tentativa de agressão no tribunal de Santa Maria da Feira, não era mais justificada do que esta, que devia ter lugar sem hesitação.
É suspeito de estar ligado a assaltos violentos, incluindo participação em roubos a ourives e, embora onde vivia não levantasse suspeitas, os agentes judiciários têm motivos para estar preocupados com a sua libertação.
Ao suspeito detido, e que agora aguarda o desenrolar do processo com termo de identidade e residência, foram apreendidos vários detonadores, rastilho, explosivos, armas, munições, equipamento de comunicações e para imobilização de viaturas. Elemento da PJ disse que "os explosivos são velas de gelamonite, material usado em pedreiras e na construção civil onde o imigrante já trabalhou".
A investigação da PJ, começada em finais de 2007, já permitiu deter o imigrante e indiciar outros quatro indivíduos pela prática de "vários assaltos à mão armada, incluindo a ourives". Não é descartada a possibilidade de este grupo ter "cometido crimes semelhantes" em Espanha e no Norte do País. "O indivíduo vive e trabalha no Alto Leomil, uma zona privilegiada com um nó de acesso à A25 e a Espanha bem como a todo o nordeste transmontano e zona raiana", sendo provável que "nalguns assaltos o caminho de fuga tenha passado por Espanha, para despistar e, posterior entrada em Portugal através de uma das muitas vias de ligação".
Juízes que têm vindo à TV referem as limitações da legislação, nomeadamente, da promulgada mais recentemente, ligada Código do Processo Penal. Há quem diga que a reestruturação da Justiça não tem sido feita com os Juízes mas contra os Juízes, à semelhança com o que se tem passado na Educação, na Saúde e nas Forças de Segurança.
A Decisão do TEDH (397)
Há 2 horas
2 comentários:
No meu modesto entender parece-me que a justiça é uma grande treta, onde uma mão lava a outra e nas voltas da interpretação da lei, ela cai para onde convém. Sei lá. Digo eu. Beijos.
Cara Paula,
É muito complicado. Os Juízes são homens, sujeitos a errar, mas não são independentes, pois estão condicionados pela lei, pela argumentação dos advogados, pelas provas que lhes são apresentadas e pelas que lhes são negadas, etc.
E é provável que muitos factores ocultos se esforcem por os condicionar.
Mas as leis, são a pior coisa que existe na Justiça, apesar de serem feitas por deputados extremamente inteligentes, apoiados por assistentes muito bem escolhidos por concurso público de entre os melhores que há no País, ajudados por governantes também assessorados pelos homens mais competentes do País escolhidos por concurso público e aconselhados por gabinetes de advogados competentes que lhes dão os melhores pareceres mais objectivos e isentos que é possível obter!!!
Isto é um País das maravilhas!
Beijos
João
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