Depois do discurso de Manuela Ferreira Leite, e para confirmar a isenção deste espaço, seguem-se extractos (por não possuir o texto integral) das notícias sobre o discurso de Jerónimo de Sousa na Festa do Avante.
Acusou hoje o Governo de ter dado uma resposta «tão fraca» que «chega a ser chocante» aos problemas de segurança durante o Verão, criando «um sentimento de que os criminosos ficam impunes».
Fez um ataque às políticas «de direita» do executivo socialista de José Sócrates.
Os «problemas de segurança regressaram à ordem do dia», durante o Verão, com «o sobressalto e a justa preocupação dos portugueses».
Advertiu que se gerou «um sentimento de que os criminosos ficam impunes e que o Estado está vulnerável ao crime».
«A resposta do Governo, de tão fraca, chega a ser chocante», afirmou o líder do PCP, considerando que o ministro da Administração Interna e o próprio chefe do executivo «foram ultrapassados pelos acontecimentos».
A solução, acrescentou, não passa por um «caminho no Estado policial, de uma sociedade cada vez mais vigiada».
«Não permitiremos que se concretize esse caminho. Não trocaremos a liberdade pela segurança, porque ficaríamos sem ambos».
"As principais causas da crise têm razões internas que radicam na existência, na insistência de uma política que colocou os interesses dos grandes grupos económicos e da especulação financeira acima dos interesses do país, dos trabalhadores e das populações".
O aumento do desemprego, o secretário-geral do PCP defender que "não resulta da recente crise internacional, mas de deliberadas opções da política nacional".
"O emprego criado não ultrapassou os 96 mil postos de trabalho", avançou, explicando que as estatísticas oficiais contabilizam como empregados todos aqueles que frequentam cursos de formação do Instituto de Emprego. "Nem metade dos empregos que se anunciam foram criados".
Face "a trinta anos do velho e gasto rotativismo de alternância sem alternativa, entre PS e PSD", Jerónimo de Sousa advertiu que "é tempo e mais que tempo de mudar". O PCP é "o partido que Portugal precisa para romper com a injustiça social e o declínio nacional".
"Há mais crime, mas há menos polícia, com menos direitos e menos condições para exercer as suas funções", alertou, classificando a resposta dada pelo Executivo socialista de "fraca".
Utilizou o discurso de "rentrée" do PSD para acusar o PS de fazer a mesma política "de direita" e a liderança de Manuela Ferreira Leite de não ser alternativa aos socialistas.
"O País precisa de responder com urgência a três problemas centrais: défice de produção, desemprego e a injusta distribuição do rendimento nacional".
"Atenuar as consequências sociais da crise" e "dinamizar a economia". Isso "exige, no actual contexto, a rápida dinamização do investimento público, o apoio às pequenas empresas e a dinamização do mercado interno pelo aumento dos rendimentos da população", pelo que "a situação exige a consideração e a necessidade de medidas imediatas, urgentes, algumas não esperando sequer pelo Orçamento de Estado para 2009".
Em matéria de prioridades, o PCP identificou três: a primeira, passa pela "revalorização dos salários e pensões", o que implica "associar ao subsídio de Natal um complemento para todos os trabalhadores e reformados, no valor da perda real dos salários e pensões em 2008". A segunda, envolve a Caixa Geral de Depósitos, a quem o Governo deve dar orientações para adoptar "uma margem (spread) máxima de 0,5% no crédito à habitação própria permanente". A terceira, envolve "o congelamento dos preços da electricidade, água e gás, e uma redução real não inferior a 5 euros do preço do gás de botija".
"A causa de o País estar a enfrentar o mais longo período recessivo e de estagnação de que há memória não se explica pela recente crise internacional, mas pela incapacidade de uma política nacional que abdicou da defesa da nossa economia e continuou a hipotecar o desenvolvimento" de Portugal.
"Não é só o facto de o País não sair do círculo vicioso da apatia e da estagnação do pára, arranca e torna a parar. São os novos desequilíbrios das contas externas e da dívida, que hipotecam perigosamente o futuro do País e o condenam à dependência crónica".
El País
Há 1 hora
5 comentários:
Amigo A. João Soares
Um discurso focado nas injustiças sociais e na propaganda enganadora das estatísticas, que ao longo dos anos têm dois únicos responsáveis os que estiveram no poder nos últimos 30 anos (PS e PSD), sempre mais do mesmo, sob a capa duma "fraude" a chamada alternância democrática, que mais parece "alternância do negócio". "Entra agora que estou desgastado" render da guarda.
Um abraço
Carlos Rebola
Caro Carlos Rebola,
Se ao autor de posts de blog se permite ser lunático, imaginoso e utópico, ao líder de um partido não basta criticar o Governo; é necessário que prove ser capaz de governar melhor, apresentar alternativas melhores para aumentar a felicidade do povo, criar melhor qualidade de vida. E as soluções diferentes têm que ter em conta as condições reais, os recursos e a qualidade escolar, de cultura e de civismo do povo.
Nem o partido agora no Governo nem aqueles que nunca governaram têm uma varinha mágica que faça o milagre de transformar Portugal da noite para o dia, num País moderno e desenvolvido. Essa transformação será demorada e exige bons objectivos, boas estratégias e um controlo eficiente e perseverante para evitar desvios onerosos ao erário.
Abraço
João
Amigo A João Soares, o Jerónimo de Sousa, é secretário geral dum partido que nunca deixaram governar, e o meu amigo sabe-o bem, e agora, depois destes 30 anos de democracia podre, e aí discordando um pouco consigo, os partidos que nunca lá estiveram só provam fazer melhor se para lá forem, mas a gente sabe as maroscas que se fazem nas eleições, a gente sabe como se transformam abstenção em votos válidos.
Será, que algum partido (PS e PSD) querem que não haja abstenção? O caso agora dos emigrantes, é gritante, e isto são apenas exemplos de como não se deixa o PCP, o BE, os VERDES ganharem terreno.
O PSD + o CDS, só foram governo devido a abstenção elevada (quase 50%) na altura daquelas eleições, e o amigo sabe que se todos votassem, a musica tocaria de forma diferente, interessa a abstenção aos Maçons, aos mesmos de sempre, familiares e amigos.
Abraços do Beezz
Caro Beezz,
Como sabe, sempre procurei analisar as realidades de um ponto de observação distante para ter uma visão de conjunto, sem me deixar prender a pormenores efémeros e sem muita importância, sem criar paixões, buscando a maior imparcialidade e isenção. O êxito de tal objectivo não é fácil.
Foi com essa intenção que quis aqui referir palavras de F Leite e de Jerónimo. Ambos criticaram o Governo e mostraram com isso as melhores intenções, mas a concretização de desejos é sempre muito difícil. Como base do palco, a nossa sociedade não ajuda a ser bem governada, ou sendo indiferente e apática ou agarrando-se a casos concretos e pouco significativos que conduzem a soluções pontuais desinseridas de linhas estratégicas e permanentes.
O Beezz que anda muito em viagem, sabe que antes de por o carro em movimento tem de saber para onde quer ir e que caminho quer seguir, e depois não se perde em hesitações em cada cruzamento.
Abraço
A. João Soares
Claro que compreendi a sua ideia, mas é lógico que se estamos como estamos, a culpa é nossa, sem dúvida.
Tenha uma boa semana
Abraços do Beezz
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