quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Imigrantes. É preciso compreender

Dizem as notícias que em 2006 entraram mais 50% de imigrantes do que no ano anterior.É certo que entretanto saíram muitos mas, mesmo assim, o saldo foi positivo.

O que custa a compreender é que, havendo tanto desemprego, como é que esta gente encontra trabalho? E se os imigrantes encontram, porque é que os nossos desempregados não ocupam esses postos?

Aparecem pontualmente informações que ajudam a ver melhor, mas sem ir ao fundo do problema. Uma licenciada estava há seis anos à espera de encontrar emprego compatível com as suas habilitações. Não sei se ainda está à espera, mas como, entretanto, há seis anos de novos licenciados, com informação mais fresca e actualizada, as perspectivas não lhe são favoráveis. Quem quer ganhar a vida com o trabalho, não pode cingir-se a emprego compatível com o canudo que obteve. Há imigrantes licenciados que vêm para serventes de pedreiro até encontrar ocupação mais consentânea com as suas habilitações.

E consta que existe um outro factor que é o da remuneração, dando as empresas preferência a imigrantes, geralmente com boas habilitações e que se sujeitam a receber salários muito baixos que os nacionais não aceitam.

Mas que o assunto carece de racionalidade, parece indiscutível. Existem necessidades de mão-de-obra e há desempregados que não querem trabalhar, deixando os postos de trabalho serem ocupados por imigrantes. E alguns postos de trabalho até são aliciantes, como os de telefonistas, relações com clientes, angariação de novos clientes, etc. Será que preferem o subsídio que, embora inferior a um salário, compensa não ter obrigações de horário e de cumprir tarefas?

Mas mais grave é o caso dos imigrantes que não vêm trabalhar e se dedicam à mendicidade directa ou disfarçada, à prostituição e a outras actividades ilícitas. Quanto a estes, a entrada devia ser condicionada à capacidade do próprio sustento e à contribuição para a actividade económica do País. Há países que se desenvolveram com o trabalho de imigrantes, como EUA, Canadá, Austrália, por exemplo, e que continuam a condicionar a admissão da imigração às suas necessidades de mão-de-obra e de técnicos das várias especialidades.

Enfim, um tema complexo que merece ser bem estudado tendo sempre em conta os direitos humanos e os interesses do País.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro João,
Nem seria preciso dizer, mais uma vez, que é um excelente texto!
O problema dos nossos recém licenciados é que na sua maioria querem realmente encontrar empregos para os quais foram formados. Em lado algum isso acontece! Uma carreira faz-se com experiências múltiplas as quais muitas vezes nos mostram que até estávamos enganados sobre a nossa verdadeira vocação... Vejam-se os estudantes de Gestão, que pensam que vão gerir ao terminar o curso!
E depois a nossa juventude não se sujeita a qualquer trabalho ou emprego, pois não têm espírito de sacrifício ou de luta para uma progressão profissional. Ao contrário dos emigrantes!

A. João Soares disse...

Caro AP,
Infelizmente, é um defeito da nossa sociedade, de brandos costumes, invejas e preguiça. A ambição de dinheiro não tem paralelo na capacidade de o produzir, na vontade de trabalhar em algo que justifique uma remuneração.
O resultado é desemprego de pessoas que se recusam a aproveitar oportunidades de fazer algo útil e, depois insurgem-se contra os imigrantes que vêem fazer o que é necessário ao País.
Como melhorar esta situação? Creio que tem de se começar com a educação, o ensino do civismo, da gestão pessoal da própria vida.
Abraço
João