Segundo o DN, um estudo publicado na revista Time desta semana revela que o recurso a antidepressivos e anti-ansiolíticos está a aumentar entre os militares americanos, no Iraque e no Afeganistão.
Na grande investigação levada a cabo sobre tema, é considerado que o uso em quantidades crescentes a ritmo galopantes de antidepressivos deve-se à necessidade de "acalmar os nervos e a tensão acumulada por várias e cada vez mais longas comissões de serviço", naqueles dois teatros.
É preocupante o facto destes níveis de consumo se verificarem "entre pessoas jovens e saudáveis" que, antes de se alistarem, foram sujeitas a todo um conjunto de testes "para determinarem a sua propensão para desequilíbrios e outros problemas mentais".
O aumento do uso deste tipo de medicamentos indica a existência de uma situação de tensão de longa duração, que é gerida em termos psicológicos de forma mais débil por militares com pouca formação e treino inadequado para as situações de combate. Com efeito, a maioria dos soldados nas duas frentes de combate - que colocam problemas tácticos complexos e grandes desafios psicológicos - é bastante jovem e sai directamente da formação para o terreno.
O estudo do Pentágono, citado na Time, indica que do total de efectivos sujeito ao stress do combate, 70% recupera sem dificuldades; 20% irá sofrer stress transitório e 10% será afectado por problemas crónicos. Realmente, A GUERRA NÃO É UMA PERA DOCE.
E nós, por cá?
Enquanto os soldados americanos são voluntários e sujeitos a rigorosos testes de selecção, a uma preparação de bom nível, utilizam em combate os melhores equipamentos e dispõem de óptimas instalações nos aquartelamentos, os nossos ex-combatentes eram do Serviço Militar OBRIGATÓRIO, sem selecção digna desse nome, com uma preparação rudimentar e eram mobilizados por compulsão, indo utilizar equipamentos rudimentares e instalações sem a mínima comodidade.
Assistimos assim a preocupações dos americanos com os seus soldados enquanto por cá, os ex-combatentes vêm a cada passo ser reduzido o apoio que mereceram e que lhes foi prometido. O slogan «Honrai a Pátria que a Pátria vos recompensa» acabou por ser uma mentira que lhes foi lançada como isco para lhes captar toda a generosidade e dedicação, de que agora os políticos fazem troça. Políticos que na maioria não foram submetidos a tais sacrifícios, uns porque desertaram, outros porque não foram mobilizados por cunhas (corrupção).
Sobre o tema, já aqui foram publicados os posts
- Ex-combatentes desprezados
- Sinais da área militar - 4
- Apelo ao General Chito Rodrigues
- Militares vistos por um civil
- Dia do Combatente - 2008
- Portugal precisa de Forças Armadas?
- Porquê tanto aversão aos militares?
- Comissão de Militares promete mais luta
- Insatisfação entre os militares
- Soldados insatisfeitos com o Governo
- Militares. cidadãos ou escravos?
- Os Políticos e os Militares
A Decisão do TEDH (397)
Há 2 horas
4 comentários:
A atitude dos diversos governos até agora para com os ex-combatentes tem sido indecorosa!
Nada justifica a falta de atenção havida para quem tudo deu pela Pátria! Será que os "desgovernantes" sabem o que isso representa? Não sabem, senão já teriam resolvido os diversos problemas resultantes da sua participação na guerra a que foram chamados a participar. Mais um 10 de Junho e tudo na mesma...Que vergonha!Até quando?
Amigo Luís,
E não vejo sinais de isto melhorar. Os políticos agem sob a pressão das manifestações e dos sindicatos, e os militares são disciplinados e avessos a essas pressões, não têm sindicatos e os seus chefes são ovelhas mansas que obedecem cegamente aos políticos.
Por outro lado, a pureza de princípios e de valores dos militares são uma referência que os políticos detestam por não quererem esses termos de comparação.
Já mudaram a função das Forças Armadas para a GNR, em breve a mudarão para a PSP e depois serão os bombeiros!!! e acabam com tudo o que lhes possa fazer sombra.
Um abraço
João
Ai não acabam não, João...isso queriam eles!!
Cumprimentos
Manuela
Cara Manuela,
Tudo leva a crer que sejam o políticos actuais a acabar primeiro. É o ensinamento da história! Aos governantes não basta ter sonhos e intenções, é preciso ter bom senso, realismo e capacidade para decidir o melhor emprego dos recursos humanos e materiais de que o Pais dispõe.
Abraço
João
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