Em Espanha, segundo noticia do Público, «Ministro da Justiça espanhol demite-se depois de caçada polémica com Baltasar Garzón», Mariano Fernández Bermejo demitiu-se devido à onda de protestos gerada pela sua participação numa caçada com o juiz Baltasar Garzón, responsável pela instrução de um processo de corrupção que envolve dirigentes do Partido Popular, o maior partido da oposição. Disse que o melhor para o Governo seria o seu afastamento por não poder tolerar a “utilização” que está a ser feita do episódio para prejudicar o Governo do PSOE.
Em Portugal, em tempos relativamente recentes, igual atitude, prova de sentido de honra e de respeito pelo partido e pelo País, foi tomada por António Vitorino e por Jorge Coelho. Mas depois houve casos tristes mas «jamais» houve demissão, apesar de ter sido necessário «malhar» contra as «campanhas negras» as «insinuações» e as tentativas de «assassinato politico, moral, pessoal». Esperemos que haja muitos mais políticos com sentido de honra e de Estado; o ideal seria que fossem todos!
Mensagem de fim de semana
Há 6 minutos
8 comentários:
Se em Portugal os políticos tivessem sentido de Estado, já quase todos tinham pedido a demissão, com o Zé Socras à frente!...
Um abraço
Compadre Alentejano
Caro ACompadre,
Sugiro que leia o post «A caminho do Estado Policial» http://domirante.blogspot.com/2009/02/caminho-do-estado-policial.html.
Na verdade, por maiores que fossem as pressões da opinião pública, nenhum dos nossos actuais políticos tem dignidade e seriedade para se demitir. Veja o caso do «jamais» que excluía o aeroporto no «deserto» de Alcochete e de repente teve de sucumbir à realidade que lhe foi metida pelos olhos, e passou a defender a nova localização como se tivesse sido essa a sua ideia desde que nasceu! Veja também a desfaçatez do MAI que diz coisas desconexas, por vezes em tom irado para melhor impingir as palavras ocas de ideias, como as realidades da segurança mostram. Veja o ministro «malhador» que não faz um esforço para dissimular a sua propensão para a ditadura. Veja o próprio PM, com todas as situações dúbias por que tem passado.
Ah! como admiro a honradez do ex-ministro Mariano Fernández Bermejo!
O lema do PS é «Quem se mete com o PS leva», «É preciso malhar neles».
E agora o ideal do PS, o seu objectivo a prazo é imitar o Hugo Chávez, com um referendo que o transforma num ditador «democrático que governará vitaliciamente, por vontade do povo!!! Está mesmo a pedir um atentado, para não chatear muito tempo!!!
Um abraço
João Soares
Seria naturalmente aceitável a opinião expressa neste espaço se ela primasse pela isenção político-partidária e pela honestidade intelectual. Então por que não desancam no Dias Loureiro e nessa corja do cavaquismo que deu origem a aberrações como o BNP? Haja seriedade, meus senhores!
Pois é, e depois quem é que governava este país, se todos os que fazem por lá borradas tivessem a ombridade de se demitir, sem mais?
Cumps
Lázaro Bastos,
Obrigado pela visita e pelas palavras. Apareça mais vezes, neste espaço que está aberto a todos os comentadores, desde que usem linguagem urbana. Isenção e apartidarismo não faltam ao autor dos posts. Os comentadores têm a sua liberdade. Claro que as críticas são dirigidas a quem está no poder que foi ajuramentado para cumprir com lealdade as suas funções. Parece que a maior parte ignora que as suas funções são governar os portugueses para terem melhor qualidade de vida e não para se governarem à custa do povo.
Sobre o Dias Loureiro e outros que tal, encontra aqui várias referências desde que as queira procurar. No entanto, quanto ao BPN o que é criticável é a ausência de um sistema de controlo eficaz das actividades especulativas dos bancos.
Quanto ao Cavaco, é certo que é um homem de tabus como aqui já disse muitas vezes, e pouco ousado nas suas posições. Se fosse como o Sampaio já tinha demitido o Governo, pois este já mereceu mais esse destino do que aconteceu com o Santana Lopes.
Volte mais vezes e deixe a sua opinião em defesa daquilo que julgar defensável.
Cumprimentos
João Soares
Ah pois há!
Mas não por aqui certamente. Espanha é um mundo completamente diferente neste capítulo, lá existe muito pouca "tachocracia" já que a política não serve de rampa de lançamento como por cá.
Caro Guardião,
O problema não está nas pessoas, individualmente, mas sim em vícios colectivos, hábitos comportamentais em que sobrepõem os interesses pessoais aos interesses do Estado. Bastava os partidos se aliarem na elaboração de um código de conduta em que a dignidade tivesse a primeira prioridade. Sugiro a leitura do post Reforma do regime é necessária e urgente, em que se traça um esboço como ponto de partida para a prática da procura de soluções.
Ninguém que um governante se demita «sem mais», mas há casos que bem o justificam.
Abraço
João Soares
Caro AP,
O grande mal está na «tachocracia», nas nomeações por amizade, por conluio, por conivência, por uma espécie pouco falada de corrupção, traduzida em troca de favores, tráfico de influências. O concurso público seria a melhor forma de nomeação para cargos públicos, não sujeitos a eleição nacional ou municipal.
Dessa forma, a política não serviria para rampa de lançamento de incompetentes que ocultaram a sua incapacidade evidenciaram a sua ambição ao inscreverem-se nas «jotas». E em Portugal há pessoas dignas e competentes nos vários ramos. Mas nem se evidenciam porque não querem misturar-se com pessoas de mau viver. É preciso cultivar a excelência, e eficácia, a honra, a dignidade.
O ex-ministro Mariano Fernández Bermejo merece aplauso, por ceder o lugar de governante a fim de não prejudicar o seu partido e o Estado.
Abraço
João Soares
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