Do editorial do DN de hoje, transcreve-se o seguinte trecho
Passados dezanove meses desde que começaram a rebentar, uma atrás de outra, várias bolhas especulativas por esse mundo fora, as repercussões das mais diversas actividades financeiras desligadas de um ajustado sentido do risco envolvido - e, por conseguinte, da economia real -, conduziram a economia global para uma provável recessão mundial, sem precedentes nas últimas sete décadas. No fim do ano passado, em Washington, os 20 países que geram 90% do produto planetário comprometeram-se com um conjunto de linhas de força para reformar de alto a baixo o sistema financeiro e o seu relacionamento com a economia não financeira. O resultado desse esforço de reformulação de práticas, processos e instituições ficou marcado para 2 de Abril próximo, em Londres.
O que os principais países europeus do G-20 ontem disseram em Berlim, a convite da chanceler alemã, é que ninguém pode dar-se ao luxo de sair de Londres com as mãos a abanar. E que o sistema não aguenta simples retoques de faz-de-conta. Se há alguma vantagem nas vozes diversificadas que emergem sempre de cada reunião de alto nível da Europa, é a de perceber até que ponto os mais importantes dirigentes políticos se sentem pressionados pela marcha dos acontecimentos. Isto é, até onde são sensíveis à inquietação crescente da rua, que vê medidas de milhares de milhões para estabilizar as finanças do mundo, sem que se sintam ainda os efeitos positivos nas suas vidas. O tempo está a contar e cidadãos de todos os continentes esperam uma nova ordem mundial, mais solidária, mais inclusiva e menos esbanjadora de recursos.
NOTA: O tempo está a escoar-se e as pessoas à espera de solução que crie um sistema financeiro estável e controlado em que deixe de ser possível o aparecimento de bolhas especulativas e o risco de novas crises de recessão. É necessária inteligência, competência e ousadia para romper com os erros do passado e criar algo de novo mais seguro e eficiente. Tudo é urgente e o tempo tem que ser bem aproveitado porque é um recurso importante e insubstituível. São grandes as esperanças na próxima reunião do G20. Oxalá não sejam goradas.
Sobre este tema convém ler também a notícia do Público «Ministros da UE preparam reuniões de líderes sobre crise económica e financeira» em que é evidenciada a mesma preocupação.
El País
Há 45 minutos
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