Transcrição de post do blog Zé povinho:
QUESTÕES DE OPORTUNIDADE
Numa ocasião em que o desemprego atinge proporções alarmantes em Portugal, é difícil de engolir algumas propostas deste Governo. Uma proposta verdadeiramente indecente é a do convite aos professores reformados para fazerem trabalho voluntário e não remunerado nas escolas.
A memória nos políticos não é reconhecidamente uma qualidade pela qual eles sejam admirados, mas todos nós lemos muito recentemente que entre os funcionários públicos que pediram reformas, a profissão que mais tinha recorrido a este pedido tinha sido precisamente a dos professores. O motivo mais invocado foi precisamente a discordância com a política educativa deste executivo, e mesmo com as penalizações agravadas nos últimos anos, a decisão pendeu em muitos casos para a reforma, mesmo que antecipada.
Quem se lembraria numa ocasião em que o desemprego é uma ameaça que a todos assusta, vir a propor a reformados que venham a desempenhar funções a título gratuito, diminuindo assim as oportunidades para os que estão já no desemprego?
Por vezes pergunto-me se os políticos que nos (des)governam vivem no mesmo planeta que os restantes portugueses, ou se se trata mesmo da falta de qualidade a que muitos aludem, e que os ditos fazem questão de demonstrar com a sua acção.
Publicada por Zé Povinho
NOTA: As considerações contidas no texto são de uma lógica cristalina. Mas parece que dos nossos políticos não se pode esperar lógica, racionalidade, memória, coerência, bom senso.
Assim o mostram, a cada intervenção, a cada sinal de vida. A ideia que deixam aos observadores é o oposto ao que, certamente, desejariam mostrar. Há realmente uma contradição entre as promessas de combate ao desemprego e esta intenção de ocupar postos de trabalho com reformados. Deve ser uma doença própria de políticos dado que o PR e alguns ministros já estão reformados e, para maior escândalo, com várias reformas.
Deviam analisar com cuidado os conselhos que lhes são dados em Pensar antes de decidir.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Criar emprego ou empregar reformados?
Publicada por A. João Soares à(s) 13:24
Etiquetas: desemprego, reformados
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
O trabalho voluntário é uma realidade em certos países e abrange camadas da população que não sentem o seu futuro em causa, ou sob ameaça. Nada tenho contra o voluntariado, muito pelo contrário, mas ver um político, numa ocasião em que o desemprego se transformou numa ameaça real à subsistência, vir tentar incentivar o voluntariado numa área muito atingida pelo desemprego, deixa-me embasbacado. Temos um governo socialista?
Não o creio.
Cumps
Meu caro Guardião,
Estou totalmente de acordo consigo. Depois de me reformar trabalhei como voluntário em três «universidades» para a terceira idade em Lisboa. Uma delas foi criada por mim, um Juiz e um contabilista e, com a actual direcção, continua a funcionar bem depois de quase 10 anos. O único apoio é constituído pelas instalações cedidas pela Junta de Freguesia do Campo Grande.
Mas, como bem diz, numa época de tanto desempregad, estar a ocupar postos de trabalho por voluntários, é alimentar o desemprego.
Não lembra ao diabo!!
Um abraço
João Soares
A proposta do Fliscorno:
voluntariado também na actividade política.
Um abraço farto da invenção da medida e da notícia.
Por cada professor que responda ao repto eu dou um dedo.
Um abraço sempre voluntário
Caro Pata Negra,
Há coisas que não passam por uma cabeça normal. Há pouco tempo o PM disse cá e lá fora que a prioridade é mais emprego, mais emprego, mais emprego!!! Ora se tapam as vagas existentes com velhotes voluntários, a gente em idade activa pode esperar pelo dia de São Nunca, que não cheira uma aberta.
São as contradições em que este governo tem sido fértil. Recorda que depois de a Saúde ter fechado tudo no interior, a Justiça também, as forças de segurança também, as escolas também, o PM na cidade da Guarda disse que ia criar facilidades para as empresas ali se instalarem para combater a desertificação do interior!!! Se não fosse trágico para muita gente seria uma boa anedota.
Um abraço
João Soares
Enviar um comentário