Passava pouco das dez da manhã de hoje e descia, a pé, a avenida 25 de Abril a caminho da estação, à chuva, cada vez mais intensa. Nas antigas bombas de gasolina no cruzamento com a av Eng Adelino Amaro da Costa, parei à espera que a chuva abrandasse. Mas parecia que não valia a pena esperar porque o aspecto era de continuar sem grande alteração da pluviosidade, e retomei a caminhada.
Mas dali até ao cruzamento com a Avenida D. Pedro I (a mania de chamar avenidas às ruas para dar valor às localidades!), foi um inferno. Já há tempos, em cartas aos jornais, alertava a autarquia para a inexistência de sarjetas ou sumidouros neste troço da avenida. Pois hoje, mais do que de experiências anteriores, o caudal era muito intenso e o trânsito automóvel mais compacto e veloz. Cada carro lançava um leque de água que me atingia quase até à cintura, mesmo indo na parte mais externa do passeio e não é preciso gastar palavras sobre o estado em que fiquei.
Não tive dúvidas de que nem o Presidente da Câmara, nem os altos funcionários ligados às condições das ruas, algum dia por ali passaram, a pé, em dia de chuva. E sugiro, peço, ao senhor presidente que num dia de chuva experimente descer este troço da Avenida para se aperceber da situação dos peões. Mas como prezo a sua actuação e, portanto, a sua saúde para estar sempre disponível, aconselho a levar botas de borracha de pescador e um impermeável que chegue até meio do cano das botas, a afim de não ficar molhado como um pinto.
E permito-me recordar aos senhores técnicos da hidráulica urbana que a água continua teimosamente a obedecer à força da gravidade, correndo para baixo. E esta conclusão pode ser tirada junto às poucas sarjetas que se encontram fora daquele troço (onde primam pela ausência), onde se verifica que a água está empoçada a cerca de um metro da sarjeta ou, nas rampas, vemos a água a passar ao lado dos sumidouros, como se eles não existissem. É que estes não estão nos pontos mais baixos do piso da rua. E, quando isso acontece junto de paragens de autocarros, ou de passagens de peões, então as pessoas levam sucessivos duches enquanto esperam para avançar.
Sócrates de novo
Há 49 minutos
3 comentários:
Caro João,
A propósito do que disseste lembrei-me de um caso passado comigo. Ia de carro com a janela entreaberta e um automobilista passando pelo meu carro sem qualquer cuidado fez-me entrar por essa nesga uma torrente de água que me molhou totalmente e à minha sogra que ia ao lado.Por parte de muitos automobilistas não há o civismo e o cuidado que deveria haver nestes casos. Entretanto lembrei-me que há uns anos no tempo do Presidente Abecassis foi este severamente criticado e até isso foi referido e gozado em muitos jornais da epoca por ter mandado limpar as sargetas e sumidouros durante um verão e outono. Só que depois no inverno que se seguiu e em que choveu copiosamente todo o tempo não houve inundações devido a essas limpezas feitas oportunamente. Ser previdente é um acto de sabedoria que vai faltando a quem não sabe....
Caro Luís,
Devia haver mais cuidado com a limpeza das sarjetas e os sumidouros, com antecedência, para impedir que as folhas caídas no outono vão impedir o seu funcionamento nas primeiras chuvas, e depois, deviam repetir essa limpeza durante o inverno. Mas também a construção das ruas e estradas deviam ser adequadamente realizada, para que as sarjetas fiquem menos distanciadas entre si e mais baixas do que o solo à sua volta.
Nos locais onde há mais paragens e arranques de pesados o solo sede e acaba por ficar mais baixo do que os sumidouros, tornando estes menos úteis, e assim acontece, para mal dos peões, junto às paragens de autocarros e das faixas de peões, onde por azar eles têm de parar, esperar, e ficarem expostos a torrentes de água projectadas pelos carros. Estes, se muitas vezes são maldosos, a maior parte das vezes não podem evitar provocar esses duches indesejados.
Tudo se evitaria com mais cuidado dos responsáveis municipais.
Um abraço
João
Recebi esta resposta do presidente da Câmara, enviada nos primeiros minutos de hoje.
«Agradeço o seu e.mail de 18 de Janeiro e os comentários que nos transmite sobre a falta de sarjetas e sumidouros na Av. 25 de Abril.
«Não deixarei de alertar os serviços competentes para a necessidade de intervir com urgência, sem embargo de termos consciência de que se trata de uma situação relativamente frequente no Concelho e, por isso, difícil de rectificar globalmente a curto prazo.»
Fiquei sensibilizado pela sua atenção em responder, por saber que trabalha até depois da meia-noite em assuntos da Câmara e pela sinceridade de confessar que é uma situação frequente no Concelho. Espero que os «serviços competentes» sejam tão diligentes como o seu presidente.
Muito obrigado Sr presidente
Respeitosos cumprimentos
A. João Soares
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