Até que enfim, os governantes se definem (embora com muitas indefinições!) sobre as suas preocupações em relação aos militares nos aspectos de ruído que, sempre se disse, é prejudicial ao ambiente, como repetem os lutadores ecologistas. Há que ter cuidado com os tubos de escape.
Nos quartéis, nas carreiras de tiro, o nível sonoro é demasiado elevado, sendo necessário baixá-lo, se possível, a zero. Acabem com os brados de alerta, com o brado de armas, com o funcionamento das carreiras de tiro, com as vozes de comando, com os clarins e corneteiros, com os aviões e helicópteros, tão incómodos com tanto volume sonoro.
Em vez de voz alta, segredem e sussurrem, respeitosamente, para os comandantes, não importa se eles são surdos devido aos antigos ruídos nas carreiras de tiro. Se eles não ouvirem não lhes faz falta porque eles também não devem falar, em obediência ao ministro e ao RDM que propõe.
Ouvi um dia que numa cerimónia numa unidade militar, com a presença do ministro, em que a banda só teve fífias, no fim do desfile o chefe da banda, em frente da tribuna, fez a continência com o melhor aprumo de aue foi capaz e disse. «Dá licença meu comandante. Para onde vamos e o que tocamos?» O comandante, com os fígados irritados e quase a deitar fumo, respondeu: «À m… e caladinhos».
Será que os militares têm feito tantas fífias que justifiquem o ministro responder-lhes: «… caladinhos!»?
E aos engenheiros militares que andam a fazer muito barulho com máquinas na construção de estradas no Cadaval recomenda-se que, em caso de dúvida, parem as máquinas antes de serem punidos por violarem a ordem de silêncio. Mas, se vos derem ordens ou repreensões em voz alta digam, em voz muito baixa, ao vosso superior que tenha cuidado porque está a violar a lei de silêncio dada pelo Governo.
Será este o primeiro passo positivo do Governo para entrar na Nova Era, com atitudes pacifistas de combate pelo ambiente e luta contra o ruído, além da destruição das Forças Armadas, um instrumento de morte dominado pelo Complexo Industrial Militar, culpado de todas as guerras pelo mundo. Aos militares que pensam que estou a exagerar com tanta ironia, peço desculpa.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Militares caladinhos
Publicada por A. João Soares à(s) 10:05
Etiquetas: lei da rolha, militares caladinhos
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7 comentários:
Correcta a tua ironia...porque só ironizando não caladinho se pode avançar alguma coisa. Digo eu. Beijos.
Esta, vai daqui a pouco para os grupos parlamentares da AR que temos ( e algumas personagens do PSD):
“PARABENS AO PSD”
Isto é, à oposição.
A informação lida no DN sobre a forma como PSD e CDS/PP iriam acolher os projectos de legislação do Governo (PS) sobre as Forças Armadas, diz muito da qualidade desta democracia, deste parlamento, das direcções partidárias: votando favoravelmente. Claro que na especialidade, lá aparecerão umas opiniões, para disfarçar a ausência de ideias e conteúdo.
Confirma-se o processo de trabalho. Da parte do Governo, legislar, mudar, reformar a trote para mostrar trabalho, independentemente da sua qualidade.
As oposições, ocupadas com as agendas mediáticas, apoiam (raramente e à superfície) ou opõem-se porque sim. Confirmando, neste caso (Defesa e Segurança/Forças Armadas): o desconhecimento (natural) e a ignorância (irresponsável) que habita na AR.
O bilhete que se segue, enviado ao DN, começou por ter como título: “Parabéns ao PSD”
Conivente com uma legislatura falhada na Defesa, tal como no início da década de noventa levaram adiante uma solução semelhante à do “Paradoxo de Zenão”: PSD ataca com 4 meses de SMO, PS responde com projecto de 3 meses - o ping pong do bloco central.
19Jan09
Um abraço
BMonteiro
Amigo João,
Caladinhos só os que estão beneficiados ou à espera disso pois os restantes ninguém os cala!
Que a Nova Era anunciada entre rápidamente nas Forças Militares para bem de todos nós Portugueses!
Cara Paula,
Obrigado pela visita e o comentário. Caladinhos é o que querem com o novo regulamento, mas, por outro lado equiparam os militares aos outros funcionários do Estado. Portanto, há que exigir direito a sindicato e a greves. Os professores e os Juízes têm esses direitos.
Vá lá entender-se o que os políticos percebem de função pública e de direitos, liberdades e garantias dados pela Constituição da República.
Expliquem isso à gente!!!
Beijos
A. João Soares
Caro Barroca Monteiro,
Faltam à frente das Forças Armadas indivíduos como aquele que desistiu de esperar que a porta se abrisse para ser recebido pelo ministro que o mandara chamar e lhe marcou a hora, e decidiu dizer ao ajudante «Diga ao Sr ministro que esteve aqui fulano que tem barbas até aos tomates e tomates até aos pés e que passada a hora, não esteve para esperar mais» e saiu.
Depois os políticos que são ignorantes de tudo, fazem as asneiras que lhes passam pela cabeça (TLEBS, avaliações, centros de saúde, maternidades, Ota, tribunais, TGV, etc.)
Se não se tratasse das vidas dos portugueses, nem valia a pena levá-los a sério.
Um abraço
A. João Soares
Caro Luís,
Quem os cala é o novo RDM que, com muitas indefinições propositadas deixa margem a muitas arbitrariedades de comandantes mais «rigorosos» para chegarem ao topo.
Um abraço
A. João Soares
Os militares já estão (são) «caladinhos», não sendo necessário que o novo regulamento os cale.
Enviei mensagem a 45 a chamar a atenção para este post, o número de visitas aumentou, mas apenas aparecerem dois comentários!!!
O Governo pode estar sossegado que o ruído não é incomodativo. Mas o maior mal pode acontecer pela calada, silenciosamente, e só saltar de surpresa como uma AN.
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