quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A convergência (união) faz a força

Um cargo político, a qualquer nível é um serviço publico em que a prioridade deve ser dada aos interesses nacionais. No aspecto pessoal deve ser uma tarefa de sacrifício, em que os interesses pessoais devem ser secundarizados. Quem me lê deve estar a discordar e a pensar que já estou passado dos neurónios. Porém eu escrevi «devem» e não me referi às poucas vergonhas da realidade que todos os dias nos chegam através dos órgãos da Comunicação Social.

Há exemplos muito interessantes como agora nos chega dos EUA em que o Presidente eleito, Barak Obama se reuniu com os ex-presidentes vivos, independentemente dos seus partidos de origem, para trocarem impressões e ele aprender com eles. É um elogio à sabedoria da experiência e é uma prova de humildade e de dedicação ao País.

Neste blogue já se advogaram práticas parecidas tendentes a fazerem convergir sensibilidades e saberes dos vários sectores das bancadas parlamentares, a fim de serem tomadas as mais sábias decisões, principalmente nos casos em que a decisão será concretizada durante mais anos do que o prazo de validade de um Governo, por forma a não haver paragens, recuos ou alterações da ideia inicial, o que acarretaria perdas de recursos, por norma, escassos.

No post «Reforma do regime é necessária e urgente» apresentam-se algumas sugestões no sentido de fazer convergir esforços de todos os partidos para melhor serem defendidos os interesses nacionais. Provavelmente, o combate à crise financeira global, com tal convergência de informação e de esforços, seria mais rápida e eficaz. Em momentos difíceis, não se devem dispensar contributos para se conseguir a melhor solução. Cá existe o Conselho de Estado para dar ao PR opiniões com carizes diversos, mas com a agravante de nem todos os conselheiros merecerem credibilidade como a imprensa tem trazido alume. Talvez fosse mais útil, em casos de problemas graves, realizar reuniões com as figuras mais gradas dos partidos e, calmamente sem termo definido, discutir os vários aspectos dos problemas, em que todos ficariam comprometidos com a solução encontrada, por terem participado na sua procura.

Obama, com gestos deste género, atrairá elogios de todos os cidadãos dos EUA e, também, do mundo, criará confiança nos agentes económicos e contribuirá para os melhores resultados.

Parece que este é mais um sinal de que está a concretizar-se o que se diz no post «Já estamos na nova Era», há tendência para evitar ditaduras, arrogâncias partidárias, e busca de soluções de consenso para maior benefício do País.

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro João,
Esse é o caminho para um PORTUGAL são e melhor só que, infelizmente, duvido que o façam pois com a falta de bom senso existente e com as vaidades que têm será muito difícil que tal aconteça. Lembro-me de um ano em que houve dois ou três ministros da educação que, mal chegavam fizeram remodelações totais do seu gabinete de trabalho e em que o último acabou por nem o estrear. Com exemplos destes como poderemos ter a humildade necessária para encontrar as melhores soluções para o País?

A. João Soares disse...

Caro Luís,
Ao lançar estas sugestões pareço um Cupido a atirar setas para pessoas sem coração, que não reagem pela positiva às setas da paixão. A paixão dos nossos políticos não é por Portugal mas, sim, pelos «tachos dourados» e pelas «reformas douradas» e milionárias que pretendem, no estilo Oliveira Costa, Dias Loureiro, Mira Amaral e muitos outros.
Nos assuntos nacionais, em vez de os bois puxarem para o mesmo lado, preferem puxar para lados contrários na competição pelos votos na próxima eleição, depois, os vencedores param as obras começadas pelo rival anterior, a fim de protegerem a construtora amiga, alteram as reformas em curso, com comentários depreciativos ao governo anterior. E, para isso, tudo encomendam «estudos» aos gabinetes de amigalhaços, não para esclarecer o assunto e preparar a decisão, mas para lhes dar dinheiro. Vejam-se as centenas de estudos sobre a Ota, todos encomendados para defender a decisão já tomada... e que no fim por pressões sensatas e patrióticas, o governo acabou por ter de desistir da péssima ideia.
Com a TELEBS, no ministério da Educação passou-se o mesmo.
E a grande conclusão que temos de reforçar é que os nossos políticos não merecem a menor confiança e não servem Portugal.
Um abraço
João

Eurico disse...

Caro J Soares

Antes de ser empossado, o Presidente Obama motiva os cidadãos americanos e transmite-lhes a confiança para que todos se empenhem no combate à crise. Em contraste, o Governo Sócrates prescinde dos
contributos de outras forças políticas, considerando que as medidas que entende tomar para combater a crise são as mais adequadas. Até pode ser…! Porém com eleições legislativas este ano, que eventualmente poderá provocar alternância de poder, se houvesse humildade em vez de arrogância, as medidas para enfrentar a crise deveriam reunir um consenso alargado na procura das melhores soluções. Este é um problema de regímen. Só assim se dava um sinal inequívoco que se governa com total dedicação ao País e se ganharia a confiança de todos os portugueses para combater com eficácia a crise, assegurando a sua continuidade para além da presente legislatura.
Um abraço
Eurico

A. João Soares disse...

Caro Eurico,
Parece que estamos em sintonia. Mas a realidade lusitana nada tem de semelhante aos estados modernos e desenvolvidos. O Estado faz-se grande com a convergência de esforços e não com autoritarismos ditatoriais, arrogantes e teimosos. A teimosia deste Governo quase nos levou a ter de pagar o capricho do aeroporto na Ota. Foi um caso que mostrou que vale a pena reclamar, para evitar erros dos políticos que afundam Portugal, desperdiçando os recursos escassos de que dispomos.
O ideal seria as pessoas com capacidade de estudo e de influência convergirem os seus esforços para o bem de Portugal.
Mas, é o contrário: cada um, pessoalmente, organiza os seus esforços para enriquecer o mais depressa possível através de habilidades mais arrojadas do que as dos rivais (tipo BCP, BPN, BPP, etc.). Quanto aos partidos, a prioridade é a quantidade de votos, para o que sentem necessidade, não de tomar medidas melhores para desenvolver o País e a felicidae das pessoas, mas sim denegrir os partidos rivais tirar-lhes credibilidade para, por comparação, sair vitorioso. Por cá, é tudo negativo e sem visão estratégica, de longo prazo.
Falta coragem e honestidade de fazer um pacto de regime, um protocolo, tendo por finalidade o bem do Portugal dos portugueses.
Onde iremos parar?
Ainda tenho esperança que, a médio prazo, os mais jovens irão sanear o regime, irão estabelecer critérios de honestidade, de patriotismo para restaurar Portugal.
Um abraço
João