O Correio da Manhã de ontem trazia a notícia de que um 1º sargento do «Núcleo de Investigação Criminal» (NIC) da GNR de Alenquer encontra-se sob suspeita de participação em furtos em residência.
Outra notícia refere que, a 29 de Novembro passado, um militar da mesma força de segurança foi detido por agentes da PSP quando tentava assaltar uma agência do BPI em Sassoeiros, concelho de Cascais.
Temos que crer que se trata de excepções que não devem afectar a confiança que nos merece a generalidade dos agentes das Forças de Segurança, mas há uma razão para aqui colocar este post. É que estas notícias vêm evidenciar os riscos referidos no post «Futuro com graves ameaças à liberdade».
E estes perigos não surgem apenas de indivíduos com mau comportamento, pois o referido sargento chefiava o NIC que apresentava bom desempenho, com alta taxa de conclusão de inquéritos, com detenções e apreensão de droga e material roubado.
Isto vem demonstrar, como se disse no referido post, que há grande perigo para as nossas liberdades se forem concentradas, numa base de dados centralizada, todas as informações sobre as nossas vidas. «As fraquezas humanas não dão garantias e não permitem descartar o perigo de um funcionário operador da base de dados os utilizar para uma vingança de alguém com quem se tenha desentendido» ou para uma malandrice pior do que entrar em nossa casa, quando sabe que estamos ausentes por tempo determinado.
Perante casos tão elucidativos, devemos reagir contra a tendência de um qualquer Poder tentar controlar tudo e todos, mesmo que seja com o pretexto de nos garantir melhor segurança!
A Decisão do TEDH (397)
Há 2 horas
7 comentários:
Costumo dizer que os extremos tocam-se e, neste caso, é muito ténua a fronteira entre o polícia e o ladrão. Para mim, a diferença é só a farda...mas não a todos, claro!
Um abraço
Compadre Alentejano
Compadre,
A carne é fraca e errar é humano.
Os contactos com malandros dá a estes agentes conhecimentos sobre a melhor maneira de fazer as coisas. Este, da notícia abusou!
Imagine ao que ficamos sujeitos se um dia tivermos uma central de dados centralizada e um dos seus operadores se sentir tentado a fazer uma malandrice???
Abraço
A. João Soares
Caro A. João Soares
A confirmar-se tal suspeita. O homem tinha que tratar da sua vidinha, para além do profissionalismo louvável contra o crime, o que lhe mereceu vários louvores e condecorações que, obviamente, serão tidas em conta como atenuantes. Isto é ficção?!!!
Abraço
Carlos Rebola
Concordo com o A. João Soares, quando afirma que um comportamento isolado não pode afectar todo um corpo de segurança. O que me pode causar admiração, neste caso, é pensar a razão ou razões de ordem psicosocial que terão levado este senhor a ter este comportamento.
Um abraço
Caros Carlos Rebola e António Delgado,
Eis dois comentários que se completam Realmente, neste caso concreto que poderá não ser único, interessa perceber as razões de ordem psicossocial que podem levar a este tipo de comportamentos. O que se passou com este homem eficiente e louvado para agir de tal forma? De que males padece a sociedade para gerar casos deste? Quais os valores cívicos que estão a ser desprezados pela sociedade e que são imprescindíveis à convivência colectiva? Que exemplos se vêm nas pessoas com maior visibilidade pública?
Matéria não falta para os estudiosos analisarem cuidadosamente e sem condicionamentos prévios.
Abraços
A. João Soares
Como em qualquer lugar existem as excepções que confirmam as regras!! Primeiro são seres humanos e como tal sujeitos a ideias mirabolantes...beijos.
Querida Paula,
É verdade o que dizes, mas o mal é que os Poderes internacionais estão a querer centralizar dispositivos de controlo, muito rigorosos e eficientes, nas mãos de uns quanto funcionários, o que nos coloca nas mãos de indivíduos a quem poderá saltar um fusível e dar-se ao capricho de fazer mal.
Em situações de grande segurança os atentados são feitos pelos próprios seguranças, como aconteceu à primeira ministra indiana Indira Gandhi que em 31cde Outubro de 1984 foi assassinada às mãos de dois dos seus guardas pessoais da seita Sikh.
Também no Egipto, em 6 de Outubro de 1981, quando assistia a um desfile militar, o Presidente Anuar Sadat foi assassinado por militares da sua confiança que desfilavam e visavam toda a cúpula do Governo, escapando apenas o vice-presidente Hosni-Mubarak, que tomou posse oito dias depois.
São as tais fraquezas humanas, com que os governantes devem contar, com a certeza de que mis vale ser amado do que odiado.
Beijos
João
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