Há grandes estados que foram criados e desenvolvidos com base a imigração. Mas como as relações internacionais primam pelo interesse, ambição e o egoísmo, esses estados, a partir de certo grau de desenvolvimento, controlam apertadamente as entradas de forma a admitirem apenas os imigrantes que tragam mais valias e não transportem consigo problemas indesejáveis.
Este é um tema que se presta a reflexão e a opiniões divergentes conforme o ponto de vista em que os comentadores se situem.
Transcreve-se a seguir um discurso do PM australiano e uma notícia sobre a posição do MNE italiano acerca de imigrantes indesejados. Se alguns argumentos por eles apresentados podem ser considerados válidos, outros não o são tanto.
Ficam aqui à consideração dos visitantes e dos comentadores, e acrescenta-se uma lista de links de posts já aqui colocados, para leitura dos mais interessados por esta problemática.
Discurso do 1º Ministro Australiano à comunidade Muçulmana
(recebido por e-mail)
Aos Muçulmanos que querem viver de acordo com a lei do Sharia Islâmico foi-lhes dito muito recentemente para deixarem a Austrália, no âmbito das medidas de segurança tomadas para continuar a fazer face aos eventuais ataques terroristas.
Aparentemente, o Primeiro Ministro John Howard chocou alguns muçulmanos australianos declarando que apoiava agências-espias encarregadas de supervisionar as mesquitas da nação. Citação:
OS IMIGRANTES NÃO-AUSTRALIANOS, DEVEM ADAPTAR-SE. É pegar ou largar ! Estou
cansado de saber que esta nação se inquieta ao ofendermos certos indivíduos ou a sua cultura. Desde os ataques terroristas em Bali, assistimos a uma subida de patriotismo na maioria do Australianos.
A nossa cultura está desenvolvida desde há mais de dois séculos de lutas, de habilidade e de vitórias de milhões de homens e mulheres que procuraram a liberdade.
A nossa língua oficial é o Inglês; não é o Espanhol, o Libanês, o Árabe, o Chinês, o Japonês, ou qualquer outra língua. Por conseguinte, se desejam fazer parte da nossa sociedade, aprendam a nossa língua!'
A maior parte do Australianos crê em Deus. Não se trata de uma obrigação cristã, de influência da direita ou pressão política, mas é um facto, porque homens e mulheres fundaram esta nação sobre princípios cristãos, e isso é ensinado oficialmente. É perfeitamente adequado afixá-lo sobre os muros das nossas escolas. Se Deus vos ofende, sugiro-vos então que encarem outra parte do mundo como o vosso país de acolhimento, porque Deus faz parte da nossa cultura.
Nós aceitaremos as vossas crenças sem fazer perguntas. Tudo o que vos pedimos é que aceitem as nossas e vivam em harmonia e em paz connosco.
ESTE É O NOSSO PAÍS, A NOSSA TERRA, E O NOSSO ESTILO DE VIDA'. E oferecemo-vos a oportunidade de aproveitar tudo isto. Mas se vocês têm muitas razões de queixa, se estão fartos da nossa bandeira, do nosso compromisso, das nossas crenças cristãs, ou do nosso estilo de vida, incentivo-os fortemente a tirarem partido de uma outra grande liberdade australiana: O DIREITO de PARTIR. Se não são felizes aqui, então PARTAM.
Não vos forçamos a vir para aqui. Vocês pediram para vir para cá. Então, aceitem o país que vos aceitou.
Frattini propõe expulsão de estrangeiros
O comissário europeu para a Justiça cessante e futuro ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Franco Frattini, propôs ontem expulsar os estrangeiros que não disponham de um rendimento mínimo para viver em Itália.
"É preciso votar uma lei que estabeleça um tecto mínimo abaixo do qual os estrangeiros não podem viver no nosso país mais de 90 dias", afirmou Frattini numa entrevista ao jornal de direita "Il Giornale", propriedade da família Berlusconi.
"Bastaria assumir os critérios" do Instituto de estatísticas italiano sobre a pobreza (Istat), explicou. "Aqueles que ultrapassassem estes parâmetros poderiam ficar, enquanto aqueles que não dispõem do rendimento mínimo deveriam ser enviados para o país de origem", adiantou.
Segundo o Istat, o limite de pobreza em 2006 era de 970,34 euros por mês para uma família de duas pessoas.
Fratini também defendeu que os estrangeiros que cometam um delito em Itália sejam julgados, condenados e depois expulsos do país.
"Eles devem cumprir a pena no país de origem. Não é justo que fiquem nas nossas prisões de cinco estrelas que custam muito dinheiro aos contribuintes", disse.
A direita italiana fez da segurança um cavalo de batalha eleitoral e acusou o Governo cessante de esquerda de Romano Prodi de ter assumido uma política frouxa em relação aos imigrantes que associa à criminalidade.
Lista de links, por ordem cronológica:
- Relações internacionais entre Amor e Medo
- Relações internacionais são interesseiras
- A imigração nem sempre é uma bênção
- Emigração e imigração
- Globalização. Seus inconvenientes sociais
- Ausência de autoridade internacional. ONU ineficaz
- São necessários mais imigrantes em 2008
- Vulnerabilidades da ONU
- Diploma internacional indesejável!!!
El País
Há 1 hora
2 comentários:
Complexo tema, caro João.
Quando tudo se privatiza, a atomização da sociedade torna-se uma massa frágil que acredita na realidade construída pelos mass media (capitlaizada em bolsa e recheada de publicidade). Os políticos sabem disso. A engenharia política faz isso.Tudo fica menos sério e honesto.
Mas dentro das sociedades há focos activos promotores da Paz, da Agenda 21 e da Carta da Terra. A cada meio minuto há uma contra-corrente inquieta, consciente, silenciosa, que está a crescer pois temos dois grandes inimigos criados por nós: as alterações climáticas e a crise energética. A isso não podemos fugir. Gostaria muito que não fosse por via de mais sangue humano e não-humano.
Um abraço ecocêntrico
João Sopares,
A sua luta pela Natureza e ambiente, incluindo valores de respeito pelas pessoas como utentes de todos os recursos naturais disponíveis, não pode parar, pois ela é abrangente e cuida de todos os vectores convergentes no seu nobre objectivo.
A imigração é útil pra os Estados de acolhimento e para as pessoas que se deslocam em busca de melhores condições de vida mas, para ser pacífica e garantir as suas finalidades, não pode deixar de obedecer a regras, mesmo que informais, e nessas está o respeito pelas formas de vida em que os imigrantes se vão integrar e, embora possam manter características da sua origem, devem procurar não chocar os residentes e naturais, esforçando-se po se integrarem no novo ambiente. Se chegam com intenção de alterar a sociedade em que vão viver, passam a ser colonialistas, atitude fora de moda e condenável.
Enfim, como em tudo a vida, tem de haver sensatez, comedimento, contemporização dentro de limites adequados.
Abraço
A. João Soares
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