Embora a crise tenha ramificações internacionais, é diferente conforme o cuidado e a competência com que o dinheiro público é gerido em cada país. A vida em cada momento é, em grande parte, consequência da boa ou má gestão pública. E, por isso, ela não pode ser curada se não se atacarem as causas mais profundas e se não forem analisados os diversos sintomas para, através deles, se chegar à raiz do problema com a precocidade conveniente.
São diversos os indícios de continuados descuidos, incompetências e irresponsabilidades na gestão o dinheiro público. A seguir referem-se alguns vindos a público nos dias mais recentes.
- Verbas destinadas a reconstruir a Madeira foram gastas em despesa de funcionamento
- Fundos destinados para o Norte, Centro e Alentejo foram gastos em Lisboa
- A quantidade de funcionários das Câmaras aumentou 7% em três anos, o que contraria as promessas de simplificação do sistema administrativo, e da burocracia (geradora de tráfico de influências, corrupção e enriquecimento ilícito) que empata a actividade económica e a vida dos cidadãos.
- Por outro lado, ou talvez por serem em quantidade superior ao estritamente necessário, Mais de seis mil acumulam funções no público e no privado o que mostra haver «uma ausência de fiscalização efectiva, por parte da entidade empregadora autárquica», que faz com que «situações de acumulações de funções públicas e privadas coexistam com o pagamento de trabalho extraordinário». É referido que há falta de «um controlo fiável de assiduidade e de cumprimento do tempo de trabalho», que faz com que as câmaras saiam a perder
- A tendência para a acumulação de funções tem sido agravada pela crise, criando uma salada de interesses, em que o funcionário, em cada momento, se vê dividido e confuso entre os interesses a que deve dar prioridade e se veja conivente com negociatas de que o interesse público sai sempre prejudicado.
Perante esta incúria e descontrolo do dinheiro público, este acaba por faltar para o essencial e surge a dívida de que tanto se fala. Assim, não se estranha a notícia de que a Loja do Cidadão no Seixal custou meio milhão e está fechada há dois anos. Também em Cascais a Loja do cidadão está a pagar renda há vários meses, já tem mobília mas ainda não se sabe quando abrirá.
Mas o caso mais estranho ocorreu na freguesia da Salvada, concelho de Beja, em que, pelo facto de a Câmara de Beja não ter saldado as suas dívidas, o subempreiteiro levantou a calçada. Em vez de completar a colocação desta na Avenida 25 de Abril voltou ao local para levantar a pedra a fim de a devolver ao fornecedor, ele próprio à espera de ser pago pelo fornecimento de material
Algo de muito insólito está a passar-se neste País que fez os descobrimentos e a comunicação entre o Ocidente e o Oriente, iniciando aquilo que viria a denominar-se a globalização.
Imagem do Google
Duplo critério
Há 3 horas
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